Tamaya
Me negava a aceitar, me negava insistentemente. Não havia lógica alguma essa primeira linha, isso só podia ser mentira, tinha que ser mentira. Como alguém podia saber disso? E por quê? Por que isso interessaria a alguém?
Torno a olhar ao papel em minha frente, com o coração quase desbocado, bebo uma boa quantia do whisky, o sabor forte, indicando um pequeno toque de mel no final, esse era mais forte do que eu estava bebendo na minha sala, deixo o copo sobre a mesinha ao lado da cama, deixando-o de canto e voltando a minha atenção cem por cento aos papéis, começo a ler as outras informações e cada linha, cada foto, me embrulha o estomago, cada coisa que eu descobria sobre Olivia Flores, era como uma facada profunda em meu coração.
Não, não podia ser verdade. Era impossível.
Estava ficando louca, só podia ser loucura, ou eu estava lendo errado, ou os meus olhos precisavam de óculos, algo não estava certo em cada palavra escrita nesse maldito papel.
Em um momento de loucura, pego as chaves da minha moto, o capacete, meus pertences e reúno todos os papeis, com todas as informações, e saiu sem pensar muito bem no que estou fazendo. Mas essas informações precisam estar erradas e elas estão. Elas têm que estar erradas.
Subo na moto e dou marcha em direção ao condomínio de Esther. Sabia que não deveria e não tinha lógica alguma ir até ela as 02:50h da madrugada, mas eu não podia aceitar e não iria aceitar que isso fosse verdade, não podia ser verdade.
Esther teria que me explicar, isso só podia ser uma brincadeira de mau gosto, não havia formas disso ser verdade.
Após percorrer muitas ruas, estaciono a moto em frente ao condomínio, ao outro lado da rua, atravesso sem prestar atenção, tem algo dentro de mim que está embrulhado, estou prestes a vomitar, eu preciso que esses papeis sejam mentiras, eles têm que ser.
Apoio no balcão e pego meu celular, para avisá-la que estou aqui, da última vez que estive, a funcionária do outro turno, que foi minha modelo de teste no meu primeiro ano de faculdade, me permitiu entrar, mesmo sabendo que isso poderia prejudicá-la, mas agora estamos quites, nada de dívidas pendentes, já que no passado eu a ajudei entrar em uma festa proibida para sua idade.
Sinto como se a cada segundo de espera por saber mais informações, meu peito estivesse sendo queimado de tanta dor, eu já não suportava tantas merdas chegando de uma pancada só.
Saiu do balcão e me sento na escada, e teclo uma mensagem a Campbell.
[03:25] Tamaya: Me deixa entrar.
Olho a mensagem enviada, e não demora muito para a resposta chegar.
[03:27] Esther: O quê?
[03:29] Tamaya: Só me deixa entrar.
[03:33] Esther: Me deixa em paz.
Respiro fundo, antes de pensar uma maneira que ela entenda que é urgente. Mas sei que essa víbora não me quer por perto e cada vez fica mais difícil de respirar.
[03:35] Tamaya: Temos assuntos pendentes, maldita víbora, me deixa entrar, eu não vou ir embora até falar o que preciso.
[03:37] Esther: Você tem 5 minutos, Tamaya. Apenas 5.
Algo dentro do meu peito sufocava três vezes mais, mesmo sabendo que poderei subir, mas algo como isso não me deixava pensar, focar e o principal, me faltava forças para respirar. É como se eu estivesse vivendo em um filme de terror e todas as coisas mais pesadas e fodidas estivessem acontecendo comigo de uma vez. Tudo de uma maldita vez.
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Odiosa fascinação [+18]
RomanceQuando dizem por aí, que o proibido é sempre mais gostoso, muitas vezes não entendemos o que isso quer nos dizer. Mas quando provamos dessa adrenalina, tudo começa a fazer sentido. Tamaya não pretendia provar do perigo, não pretendia porque sabia q...