Impossível.

2.7K 204 49
                                    

Esther

Podia estar agindo impulsivamente, coisa que sabia que estava, mas como não agir, tento ser a mulher da sua vida, deitada na sua cama, abraçada em você e dormindo com o rosto em seu pescoço? Deixando que sua respiração profunda chocasse sua pele.

Era pedir muito autocontrole e eu não o tinha, não quando Tamaya estava por perto, eu perdia a forma de pensar e de saber como agir, e exatamente por isso, tive que pará-la, não dava mais para continuarmos assim, não posso tê-la, e isso precisava parar, e sei que depois da noite de ontem, deixei mais claro possível. Mesmo sabendo que isso me matava por dentro.

Não há formas de esquecer tudo o que vi, não posso deixar que ninguém me quebre como já fui quebrada, não posso permitir que me mintam assim, na minha cara como já fizeram, não posso e não deixarei, por mais que eu seja completamente apaixonada por Maya, sei que ela me causou muitas dores e exatamente por isso, não permitirei que nada e nem ninguém me machuque de novo.

Saber que ontem foi a nossa última vez, saber que depois que ela for embora, seguiremos por caminhos diferentes, me deixa magoada, sim, e eu sei que eu mesma quis assim, mas me dói da mesma forma, não tem como não doer, e por isso estou deixando que seu corpo fique o mais tempo possível em mim, porque preciso que seu cheiro impregne em meus lençóis, preciso que seu cheiro grude na minha pele e que eu possa senti-lo sempre que pensar em buscá-la, para assim, não ir até ela.

Arrasto os meus dedos sobre suas costas, fazendo um leve carinho, mas parece que meu toque sutil, tem algum efeito em Maya, já que seu corpo moveu-se um pouco, e seu corpo espalhou-se mais sobre mim, deixando-me presa, uma de suas pernas está sobre mim, e seu braço também, com seu rosto em meu pescoço, e sentir seu respirar tão profundo, não estava me ajudando a pensar com clareza, só consigo querer senti-la, desejo com ódio, o seu corpo sobre mim, e o meu sobre o dela.

— Arrastando sua mão assim, nas minhas costas, pela manhã, não é de muita inteligência, não acha, víbora? — murmurou em meu ouvido, e elevou seu rosto, e ao virar-me, dei de encontro com os seus olhos estreitos, mirando-me com sonolência.

Tamaya é linda, mesmo quando acorda. Droga.

Precisava me recompor, mas era difícil, sempre era quando ela estava por perto.

— Estava apenas te fazendo um carinho — respondi, e segurei nossos olhares mais tempo do que deveria.

Sentia meu coração maluco dentro de mim, batendo forte e fazendo um barulho que não queria sentir, ele não podia mais bater tão forte por alguém assim. Isso era perigoso e eu queria evitar todo esse perigo.

Tamaya sorriu de canto, com aqueles sorrisinhos ligeiros, que somente ela conseguia.

— Arranhando as minhas costas, com essa lentidão? — perguntou, voltando seu rosto em meu pescoço.

Soltei um sorriso curto, por não aguentar ao seu jeito provocativo logo pela manhã. Molhei os meus lábios, pensativa, com o coração acelerado. Era estressante saber que o meu próprio coração não me obedecia.

— Sim — menti, estava querendo acordá-la e sabia que assim eu conseguiria.

O problema era, por que eu queria tanto acordá-la, se eu não queria que isso acabasse ainda?

Odiosa fascinação [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora