Última Noite

65 15 2
                                    

O que você faria se acabasse dormindo com uma estrela do pop? Provavelmente entraria em êxtase. Não foi bem o que aconteceu comigo.

Acabei dormindo com meu chefe. Antes que me julgue, eu estava bêbado e tinha acabado de terminar meu relacionamento. Mas isso não justifica o fato de que continuamos dormindo juntos, mesmo depois de sóbrios.

Confesso, cometi um erro. E esta noite eu iria corrigí-lo.

Nossa relação já havia começado a afetar nosso trabalho, as frequentes dores nas costas que eu sentia, por termos tido uma longa noite de paixão. Suas faltas constantes em seções de foto, por estar fodendo comigo. Sua voz rouca. Bem, não preciso dar tantos detalhes.

E obviamente, as pessoas estavam começando a notar. Estávamos sempre juntos, coisa que nunca fizemos antes. E é claro que repararam nas minhas faltas constantes no trabalho, por estar "doente", vulgo, incapaz de andar.

Sou a favor das normas de trabalho, e com certeza "dormir com o chefe" não entra nelas.

Não pude evitar de pedir conselho para um de meus melhores amigos, e como o sensato que ele é. Me disse para conversar com meu chefe.

Eu sabia que isso não daria certo, porque todas as minhas conversas com ele acabam com nós dois sem roupa.

Pedir demissão também não era uma opção, não podia abandonar meu emprego apenas por estar tendo um caso. Eu amo meu trabalho e eu preciso pelo menos quitar meu apartamento antes de considerar me demitir.

Como Deus não estava ao meu favor, fui obrigado a ficar até mais tarde no trabalho. E consequentemente, meu chefe também saía tarde.

Enquanto estava sentado na cadeira do estúdio, arrumando minhas coisas, senti as mãos grandes massageando os meus ombros. Sorri, já sabendo quem era.

— Sobre o que queria conversar?

Bang sussurrou no meu ouvido, me fazendo estremecer.

Mais cedo, havia lhe mandado uma mensagem, avisando que queria conversar consigo. Mas por ter ficado preso no trabalho, não pude pensar sobre o que queria conversar exatamente.

— Sobre isso, Christopher. — Girei a cadeira, ficando frente a frente com ele.

O maior se abaixou para ficar a minha altura.

— Isso o que? — Franziu o cenho.

— Podemos conversar no seu carro? Não me sinto confortável aqui. — Olhei diretamente para a câmera do estúdio.

Ele concordou com a cabeça e eu peguei minhas coisas.

Andamos em direção ao seu carro em silêncio, eu frequentemente colocava as mãos nos bolsos e tirava, ansioso. Quando paramos em frente ao carro, o loiro abriu a porta do passageiro para que eu me sentasse. Sentei no banco de couro sem contestar, não muito tempo depois, deu a volta pelo carro e se sentou no banco do motorista.

Quando entrou no carro e fechou a porta, se aproximou de mim, selando seus lábios nos meus. Fui pego de surpresa quando me beijou, fazendo com que eu me afastasse.

— O que foi? — Insistiu, mas logo se afastou.

— É sobre isso que eu queria conversar. Essa nossa... relação.

Ele se ajeitou no seu banco, esperando para que eu falasse, completamente disposto a me ouvir.

— Eu acho que devíamos parar com isso. — Abriu sua boca para dizer algo, mas lhe impedi, insistindo para que me ouvisse até o final. — Venho percebendo o quanto isso vem afetando o nosso trabalho, o quanto isso é antiético. Aquela noite foi um acidente, eu bebi demais e estava frustrado. O resto, foram erros. Não devíamos ter continuado dormindo juntos. Por mais que eu goste de ficar com você, eu priorizo meu emprego.

Última NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora