Bésame mucho, Narol.

bésame mucho.

O gosto adocicado do vinho, mas, ao mesmo tempo com sensação aveludada parecia tomar conta da boca de Sofreddini. A mulher que passará as próximas horas de seus dias pensando e repensando sobre um único assunto. Natália Cardoso. Durante muito tempo, em meio a tantas aulas de literatura e tantos livros de romances, Carol ainda se perguntava fortemente: teria como, algum dia, alguém grudar de maneira tão inquestionável em sua mente?

Por um lado, a mulher se sentiria dona de uma sensação estranha que cresceria no interior de seu ser, como uma doença que se manifestará rapidamente paralisando cada parte de seus músculos. Parecia que sua cabeça rodava, rodopiava e fazia quais quer das piruetas mais elaboradas ao longo do dia, mas sempre terminava sua queda em Natália.

Por outro lado, aquela nova sensação lhe aparecerá com uma nova curiosidade, como era adentrar naquela curiosidade e se permitir. Por mais que Carol nunca admitisse em voz alta, antes de dormir se questionava qual a intensidade do amor de Natália, qual o sabor de seus lábios e até mesmo nos desejos mais sórdidos, qual seria a sensação de ter seu corpo junto com o da fotógrafa?

A última pergunta, lhe resultará na última madrugada em um sonho diferente do ideal para sonhar com uma amiga. Seu corpo parecia queimar a cada minuto, uma sensação sem igual tomava conta de cada músculo de seu corpo, os lábios dela lhe beijavam, lhe lambiam e lhe faziam sentir como o prato mais gostoso dentre um jantar inteiro. A umidade no meio de suas pernas trazia consigo um desejo desesperado por ser tocada, por ser chupada e comida por aquela que lhe beijava.

Carol gemeu como nunca naquela madrugada, sentir seu corpo tremer a cada minuto que os dedos dela faziam um belíssimo trabalho. Seu tronco se arqueava a cada minuto, seus seios eram adorados pelos lábios dela e quando por fim o orgasmo chegou, ela viu os olhos dela. Aqueles olhos que lhe diziam tantas coisas. Mas acima de todas, quanto ela ainda queria seu corpo e alma só para ela.

Carol acordou encharcada, de suor e de um certa lubrificação no meio das pernas. Por um minuto, enquanto a consciência ainda se mostrará longe de sua cabeça, as mãos desceram até o vale entre as pernas. Um gemido sofredor escapará de seus lábios por apenas tocar no clitóris inchado e pulsante, a umidade lambuzara seus dedos quando os mesmos desceram mais um pouco.

Então, em um momento de relapso, ela se tocou. Fez movimentos circulares, entrou e saiu com seus dedos, apertou os seios e se contorceu quando o corpo chegou em seu clímax. A boca, maldita que seja juntamente com sua mente, soltará por fim um singelo "Natália" quando o ápice chegou e seu corpo relaxou por completo.

O problema começará quando a consciência voltou e ela entendeu o que tinha feito. Ela tinha acabado de se mastubar pensando em Natália, sua melhor amiga. A culpa rapidamente lhe corroeu, parecia um misto de sentimentos crescendo em seu peito. Como ela poderia ter feito aquilo pensando em sua melhor amiga?

Carol pensará que aquele deslize seria a primeira vez e a última a acontecer, mas sua mente parecia completamente traiçoeira com aquele desejo. Nas próximas três noites, Carol sonhara com Natália, acordará completamente banhada em desejo.

[...]

Carolina sabia que aquele dia seria regado no caos e no minuto em que o convite de Lara para um para uma festinha, Carol teve a mais pura vontade de se esconder em baixo das cobertas. Até pensará em recusar e até mesmo tentou, mas a melhor amiga não deixou de forma nenhuma que Carol faltasse a festinha das meninas.

Soffredini passará o dia anterior pensando em Natália, em como olharia para ela, mesmo sabendo o que ela tinha feito dias anteriores. Carol poderia sentir o corpo se arrepiar cada vez que pensava sobre os sonhos, os beijos molhados, os olhos brilhantes e toda a atmosfera mostrada nos sonhos. Um suspiro correu solto e rapidamente o som do celular apitando foi escutado, desde o dia que os sonhos começarem, Carol evitava ter que falar com Natália e isso já estava enlouquecendo completamente Cardoso.