Capítulo sem revisão, qualquer erro ignorem.
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Verônica Torres genuinamente gostava de seu trabalho como escrivã no DHPP, porém, estar por trás de uma papelada burocrática a todo momento cansava sua mente. Ir a campo se tornara um de momentos preferidos, explorando suas próprias aptidões para ajudar a resolver crimes e também saindo da rotina que acabava lhe prendendo atrás de uma tela de computador. O caso ali investigado estava andando a passos lentos, a casa da vítima havia sido récem descoberta, a perícia iniciava um meticuloso trabalho de averigar absolutamente tudo e Verônica...
Verônica estava parada ao meio da sala de uma desconhecida totalmente fora de órbita ao prender seus olhos na delegada que exercia suas funções mais do que bem.
Ainda que estivesse imersa na cena de crime que se fazia complexa pela falta de provas concretas, Anita vez por outra fitava a mulher pelo canto do olho, sempre sorrindo minimamente quando percebia que estava sendo observada. A delegada de fato gostava da atenção que recebia, mas ela também possuía questionamentos silenciosos se Torres a olhava por interesse ou por apenas se interrogar mentalmente visto o ocorrido do outro dia. Parte da mulher manter sua vida guardada a sete chaves se dava pelo simples fato de não gostar de ter que prestar explicações a qualquer pessoa, e se fosse analisar bem, sua regra pessoal havia sido quebrada no momento em que a escrivã a vira. Um grande nó se formava em sua mente, algo impassível de ser resolvido. Entre questionamentos e atração, Berlinger escolhera pensar que se tratava de atração por ser mais fácil.
A loira piscara algumas vezes, colocando parte do cabelo para trás, voltando sua atenção para os papéis que estavam em suas mãos. A passos lentos e despreocupados, a mulher caminhava para perto do balcão da cozinha americana, deixando sua posse sobre o mesmo. De maneira despreocupada, ao menos era o que Verônica queria passar, ela se movimentava para perto da geladeira, a abrindo só para desviar sua atenção.
────Imagina... Ser dopada assim, passar dias em casa só... Se questionando sobre o que você deveria fazer. ────A voz da mulher de fios escuros capturara sua atenção, e assim ela fechara a geladeira, parando ali, sem muito pensar.
────Sem dúvidas ela se encheu de remédios. ────Os dedos em pinça tomaram o remédio que estava em cima do balcão para si, o balançando no ar.
────O que você faria nessa situação? ────Verônica dera alguns passos para frente, fechando minimamente a distância entre as duas.
A delegada a olhara negando com a cabeça, lateralizando seu rosto enquanto voltava a repousar o frasco quase vazio de pílulas que ela nem mesmo se lembrava o nome.
────Eu nunca cairia em algo do tipo escrivã! Para cair nisso, primeiramente eu precisaria gostar de homem... E eu detesto. ────Os olhos castanhos a fitavam intensamente, dando um sorriso de canto de boca. ────Não é a mesma coisa, Verônica, mulheres são mais intensas e eu gosto da intensidade. ────A loira perigosamente fechara um tanto mais a distância aparentando uma postura despreocupada, longe dos olhos das outras pessoas que trabalhavam ali, espalmando uma das mãos na superfície fria do balcão.
────Você... Só se relaciona com mulheres? ────A voz era trêmula, quase temerosa demais para vir ao mundo ao fazer aquele questionamento.
────Sim, escrivã... O que eu posso dizer? ────A mão que estava no balcão agora se espalmava contra o peito da outra mulher, mais especificamente abaixo de seu ombro, pressionando a ponta dos dedos ali. ────Homem nenhum consegue fazer o que uma mulher faz... Te enlouquecer, causar um nervosismo gostoso só pela possibilidade de proximidade... Concorda comigo? ────Anita sorrira abertamente, percebendo que os lábios de Torres se entreabriam um tanto.
────Eu... Eu não... Sei. ────O rosto da escrivã se virara, a olhando de lado enquanto as respirações quase se encontravam, se mesclando.
────Acho que sabe, Verônica... Mas eu vou deixar você perder o seu tempo com ele. ────Sua mão deixara alguns tapinhas na região onde repousara e ela fora se afastando a medida que proferia sua fala. ────Algo me diz que voltaremos a ter essa conversa em outro momento, quando me procurar de novo. ────Os olhos azuis brilhavam a medida que ela se encaminhava para a porta, se virando minimamente para voltar a olhar a escrivã. ────Termina aqui e me encontra na delegacia, preciso das provas para começar a montar o caso.
Por fim, Berlinger se encaminhara para a porta, saindo da cena de crime rapidamente com um sorriso cafajeste nos lábios. A provocação acabara saindo de seus lábios sem que ela muito pensasse, algo que não lhe era exatamente comum visto o controle absurdo que possuía de suas ações. Havia algo gostoso em simplesmente provocar Verônica desde o momento em que percebera o que causava nela, Anita gostava de poder em todas as esferas de sua vida, e ali não era diferente. Uma interação nada esperada havia se instalado, e agora a delegada começava a a dar passos mais ousados sem medo algum.
O caminho para a delegacia se fizera calmo em grande parte do trajeto, Anita amava dirigir ainda que achasse o trânsito da cidade uma das piores coisas do mundo. Já dentro do DHPP, a mulher voltava a sua sala com uma expressão séria, passando a organizar o quadro de provas sobre o crime que estavam investigando naquele momento. Sempre metódica, suas mãos afixavam imagens e documentos a superfície transparente, escrevendo algumas coisas importantes e também ligando eventos com sua caneta preta. Não demorara para que ela estivesse ali, totalmente compenetrada no que fazia, traçando linhas de raciocínio muito importantes.
────Doutora? ────A porta se abrira de maneira audível, mas ali Berlinger continuara, de frente para o quadro e de costas para Verônica.
────Você acha que o golpista age só pelo site? ────A mão dominante repousava em sua cintura, com uma postura perfeita.
Torres dera alguns passos para frente, colocando as provas catalogadas em cima da mesa de sua chefe. Seus olhos agora se voltavam para o quadro que iniciava o traçar daquele crime, analisando as linhas que as mãos da delegada haviam feito, tentando entender o raciocínio da outra mulher. Com sua atenção voltada as imagens ali afixadas, a escrivã fora se aproximando sem muito perceber, passando a apontar algumas de suas percepções para a outra mulher. A sobrancelha de Berlinger se arqueava a medida que compunha as falas de Verônica, adicionando alguns detalhes ao que havia montado.────Cola a foto que você achou no lixo dela e vê o que você e Nelson conseguem achar, acredito que esse caso seja maior do que estamos imaginando... Quero finalizar logo isso, Torres. ────As mãos da mulher de fios escuros eram colocadas para trás, e assim ela se afastara, rumando para a porta.
────Mais tarde acredito que teremos mais informações, de qualquer forma estou esperando pelo protocolar de provas pela perícia, isso vai demorar. ────O corpo acabara se chocando geralmente contra a porta envidraçada e assim a escrivã suspirara, fechando os olhos por alguns segundos. ────Eu não... Não estou perdendo tempo com Paulo, gosto dele e ele me faz bem... Não... Estou perdendo tempo. ────O findar de sua frase fizera a loira se virar, a olhando com um sorriso péssimo nos lábios.
────Verônica... ────Ela balançara positivamente a cabeça, a olhando sem pudor algum. ────...Estou feliz com o fato de seu casamento andar tão bem, mas não preciso de detalhes... Se não concorda comigo e está certa da sua vida, você não precisa se justificar! ────Sem tom era ameno, os dedos brincavam com a caneta e o sorriso não mais deixava seus lábios. ────Pode ir.
A escrivã suspirara de maneira pesada, saindo dali as pressas enquanto sentia sua cabeça girar. Anita se assimilava ao mistério da Esfinge, as falas eram concretas, mas faziam sua cabeça girar em total dúvida, sem saber o que fazer. Verônica não entendia onde a mulher queria chegar, se é que queria chegar a algum lugar e por tal, sua mente andava círculos, dando nós apertados demais.
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Under a secret | veronita fanfic
FanfictionQuantos segredos São Paulo era capaz de guardar sob suas luzes coloridas e prédios bem apessoados? O casamento de Verônica e Paulo sempre fora sinônimo de harmônia para quem quer que tivesse o prazer de cruzar o caminho dos dois, uma paixão avassal...