Capítulo Único

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Nota: Publicando a história para a menina Pitel ler. Amo vocês, mães Pitanda.

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Giovanna Pitel tinha uma missão: levar o bolo para a festa de aniversário surpresa de sua amiga. A alagoana está de férias no Rio de Janeiro, depois de anos trabalhando sem pausas em seu estado natal e adjacentes, a moça conseguiu fazer a viagem que tanto queria para rever seus amigos da época que estudou no sudeste do país.

Leidy recomendou uma confeiteira da qual era cliente fiel. O problema? Pitel deveria sair da zona sul, apartamento de Yasmin, para ir buscar o bolo em Niterói. A alagoana perdeu a prática de andar em grandes metrópoles, como tinha gente naquele lugar!

- Leidy Elin, tu me paga. - Pitel ameaça por mensagem de áudio. - Mulher, tô parada nessa ponte por causa do trânsito e o tempo tá terrível. E se esse troço cair?

- Confia na ponte Rio-Niterói, Pity. - Leidy responde. - Eu buscaria o bolo da Vanessinha, mas tenho um cabelo volumoso para trançar. Vou chegar tarde na Yasmin com certeza.

Alguns minutos depois Giovanna chega na confeitaria, a estética adorável do estabelecimento com móveis em tons lilás. Ao abrir a porta de vidro o sino badalou, indicando a entrada de cliente na loja. Era quase fim de horário comercial, logo, não tinha movimento de pessoas na confeitaria além de Pitel. Uma mulher estava fazendo anotações em uma agenda.

- Boa tarde. - A cacheada diz assim que os olhos se encontram.

- Boa tarde. - A outra mulher responde com um sorriso com um toque de cansaço após um dia intenso de trabalho. - Sou Fernanda, em que posso ajudar?

- Vim buscar uma encomenda em nome de Giovanna Pitel. - Ela informa, se aproximando do balcão.

A linguagem corporal de Fernanda indica confusão. Ela acabou de confirmar em suas anotações que todas as encomendas do dia foram entregues. A não ser que...

- Puta merda. - Fernanda murmura em voz baixa, inaudível para a cliente. - Só um minutinho, por favor.

A confeiteira segue para a cozinha, tirando o celular do avental. Ligando para seu irmão, Gabriel, seu braço direito que ajuda nos momentos críticos. Ser mãe solo de dois filhos pequenos é uma tarefa difícil e cansativa. Hoje o rapaz ficou duas horas no estabelecimento fazendo o controle de entregas para a irmã levar seu sobrinho ao médico.

- Gabriel, você se recorda quem recebeu o bolo de tangerina? - O sabor não era muito comum, o rapaz se lembrou rápido. Ele disse que vendeu para outro cliente, pois o pedido não foi recolhido no dia.

Fernanda viu no controle que a própria anotou a data errado. Sua política era simples: não buscou a encomenda no dia, perde a reserva do bolo. No caso ela anotou o pedido como retirada de ontem. Gabriel não ligou para a irmã, pois sabia que estaria ocupada. Ele só quis ajudar.

- Puta que pariu. - Ela passa a mão livre na testa. - Vou ter que tirar um bolo do cú para dar para a menina.

- Nanda? - Gabriel não entendeu o que estava acontecendo.

- Nada Biel. - Não adiantava descontar sua frustração no rapaz. - Tenho que resolver uma coisa aqui. Beijo. - Desligou a ligação.

Ela suspira e volta até o balcão.

- Oi, Giovanna, né? - Fernanda confirma o nome da cliente. - Tivemos um equívoco na relação de entregas, sua encomenda não está aqui. Peço mil desculpas, o valor será reembolsado por completo.

- Valha, eu só tinha um trabalho. Agora onde vou arrumar um bolo?

- Tem padarias aqui perto, mas a qualidade dos bolos não é das melhores... - Fernanda pensava em uma solução. A expressão de desânimo dela mexeu com algo em si, queria deixá-la bem de novo.

Onça Menina - PitandaOnde histórias criam vida. Descubra agora