Capítulo 03

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O iPhone estava sobre a mesa de vidro em seu espaçoso escritório. Rhaenyra ficou olhando para o aparelho por longas horas.

"Que diabos eu estava fazendo?"

Ela não conseguia entender como tudo havia se desenvolvido tão rapidamente.

Uma dança.

Um encontro em uma loja de lingerie.

Seu desejo repentino de se ver dançando.

As mãos dele em seu corpo.

Ela se balançou na cadeira, sentindo arrepios na pele com a lembrança. Ela adorava cada toque. Nunca seu corpo havia fervido tão rápido com mãos tão habilidosas.

Não eram apenas mãos grandes, dedos longos e grossos que tirariam a virgindade de uma donzela indefesa.

O que ele estava dizendo enquanto assistia ao vídeo era sexy demais. Ouvir como ela era desejada por aquele estranho, com a voz dele perto de seu ouvido e um sotaque que denunciava o fato de que ele não era dali, deixou-a fora de seus pensamentos.

Rhaenyra não tinha ideia de como encontrou forças para sair daquele provador pecaminoso. Suas pernas pareciam gelatina e seu corpo quase entrou em combustão.

Ela não era uma mulher inexperiente, longe disso, já tinha tido várias experiências na cama, boas e ruins, mais ruins do que boas porque, na maioria das vezes, ela tinha de orientar seus parceiros sobre onde encontrar o clitóris, circundá-lo lentamente e não como um botão.

Aquele estranho sabia como usar bem os dedos.

Ela deixou sua cabeça cair para trás contra o encosto da cadeira. Seus olhos percorrem as linhas ornamentadas da luz do sol na janela, traçando formas abstratas com a sombra daquela segunda-feira ensolarada.

"Foi só uma dança", sussurrou para si mesma, lembrando-se da cena na boate.

Sua decisão de sair naquela sexta-feira foi por insistência de suas amigas. A vida era apenas uma grande caixa de surpresas. Seu noivado fracassado e o fato de ter sido destaque em vários jornais a envergonharam. Descobrir uma traição na imprensa exige uma psique bem estruturada.

Ele a havia traído, mais vezes do que ela poderia imaginar.

Ele saiu para lugares que sempre se recusou a ir com ela. As manchetes destacavam os verdadeiros motivos do escândalo e a culpa sempre recaía sobre ela.

Uma mulher de negócios bem-sucedida no setor de cosméticos, sem tempo para a casa, o marido ou os filhos. Ela era a referência em pele e beleza, seus produtos eram revolucionários e atingiam um nível surreal em relação à concorrência.

Ela conquistou sozinha seu próprio império.

Entretanto, não havia maior conquista para uma mulher - de acordo com a imprensa - do que manter um homem, e ela falhou nessa missão.

O problema nunca foi ele, algo devia estar errado com ela, foram os comentários sussurrados sempre que ela aparecia em um evento, restaurante ou academia.

E depois de um ano difícil, perguntando-se se a imprensa estava certa, ela decidiu viver. Ela saiu e fez sexo com diferentes homens, descobrindo o que realmente a excitava.

Naquela noite, ela queria fazer algo diferente. Rhaenyra queria testar seu charme, se poderia realmente atrair um homem demonstrando interesse.

Ela queria se sentir verdadeiramente desejada, não como um pedaço de carne ou para um momento de fama em alguma coluna de fofoca.

Dancin' Til DawnOnde histórias criam vida. Descubra agora