𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧

꧁•⊹٭𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 01٭⊹•꧂

— Você não manda em mim! — disse para minha madrasta do outro lado da linha e desliguei.

Estava no meio da boate quando ela começou a me ligar sem intervalos.

Minha mãe morreu pouco depois dos meus quinze, desde então, Amber acha que pode pôr suas garras em mim, porém minha mãe me ensinou bem.

— Quem era? — Camila gritou para que eu pudesse ouvir com toda aquela música e conversa ao nosso redor. Revirei os olhos.

— Minha madrastra.

Ela fez uma cara de nojo, então eu me dirigi ao bar do salão.

— O de sempre? — o barman perguntou, eu frequentava ali bastante.

Assenti e ele saiu para preparar o drink.

Olhei ao redor, tanta gente pulava e dançava na enorme pista.

E do outro lado do bar havia um homem de terno me encarando tanto que tive medo de ter um furo no rosto. E havia uma máscara peculiar em seus rosto, uma venda preta.

Pisquei para ele e o desconhecido desviou o olhar de desdém.

Tá né.

— Aqui — Jackson, o barman, pôs o drink de limão no meu campo de visão.

Peguei e dei o primeiro gole, sentindo descer queimando até o meu estômago vazio.

— Você se superou hoje em — disse a ele.

Ele não me respondeu, saiu dali para atender outro bocado de clientes. Nossas conversas eram sempre cortadas, mas estava tudo bem.

Bebi o copo todo e continuei apoiada ao balcão, suor escorria por meu corpo, não sei a quanto tempo estava na pista de dança junto de Camila e Taylor.

Inclusive... onde está Taylor?

Olhei ao redor em busca de minha amiga mas não vi nem sinal.

Taylor era a mais rodada, talvez já estivesse no andar de cima com dois caras em sua cama.

Ah sim. A festa era dela.

— Cansou de dançar? — Jackson chegou para perto de mim, o balcão nos separando.

— Precisava respirar um pouco.

— Você ainda vai se matar de fadiga, Emily Carson — ele riu e eu lhe mostrei o dedo do meio.

Odiava que usassem meu sobrenome.

Fora da casa de meu pai eu era apenas Emi.

A Emi que era livre, desafiadora, sedutora, topa tudo e acima de tudo, despreocupada.

Jackson voltara para sua clientela, por mais que fosse Taylor quem alugou a boate, estava lotada, e eu não fazia ideia se a garota loira conhecia todos ali.

Estava inerte em meus pensamentos quando Jackson voltou e pôs outra bebida ao meu lado.

— Não pedi isso — olhei para taça — e eu já te disse que odeio drink de cereja, tem gosto de xarope.

Fiz uma careta para expressar meu desgosto e ele riu.

— Não foi eu que mandei — ele apontou para trás, para o homem de terno que estava me encarando mais cedo — foi o galã ali.

Olhei naquela direção, e o homem novamente desviou seu olhar.

— Quem é ele? — perguntei para Jackson.