capítulo 16

565 132 8
                                    

Na parte da noite, Sam se preparou para tomar seu banho. Como de costume, o banheiro estava vazio, até Tee já havia se banhado. Então ela estava ali sozinha e começava a se despir. Nos últimos dois dias reparou que Mon não as acompanhara no banho e surpreendeu-se quando viu Mon entrando no banheiro, se aproximando para deixar suas coisas sobre o banco de frente as cabines e ao lado de Sam.

- Está sozinha? - Mon perguntou começando retirar a túnica. - Digo, onde está Tee? - se corrigiu, logo começando a tirar o hábito, mas teve dificuldades com isso então deixou para tirar por último.

- Ela tomou banho um pouco mais cedo. - Sam já havia tirado o hábito e o vestido, e observava os movimentos de Mon. Mas logo tratou de tirar a blusa branca que usava por baixo do vestido de linho.

- Ah, então somos só nós duas hoje. - ela sorriu fraco e Sam assentiu.

No instante seguinte, Mon tirou a última peça de seu corpo, ficando apenas de calcinha e sutiã. Sam ao notar a lingerie no corpo de Mon, sentiu o ar lhe faltar por aqueles segundos. Mon usava a peça que havia comprado na loja e estava estupidamente linda.

Na verdade, sexy era a palavra.

Sam notou sua respiração acelerar drasticamente quando sentiu uma pontada forte em seu centro ao ver Mon virada de costas para si, lhe dando a maldita visão de sua bela bunda naquela calcinha pequena.

A morena mordeu o lábio inferior, mudando a direção de seu olhar. Mas falhou quando Mon abaixou levemente o tronco dobrando a roupa que havia acabado de tirar, Sam precisou sentar-se ao ver a garota empinando a bunda daquele jeito, mesmo que indiretamente.

Mon ajeitava sua roupa de forma ansiosa, usava aquela lingerie que havia comprado por ser parecida com as de Sam e estava um pouco envergonhada porque sabia que Sam a olhava. Ela queria não se importar, mas por algum motivo esperava que Sam tivesse notado que ela usava lingeries como as dela.

- Ficou bonito. - Sam disse após um tempo. - A lingerie em você. - completou.

Estava soando patética. Que tipo de pessoa elogia isso? Sam se repreendeu e negou brevemente com a cabeça.

- Me incomodou um pouco. Mas a gente acostuma, né? - a freira disse descontraída. - Quer dizer, a sensação não é tão ruim... - corou levemente.

Sam deu um sorriso de lado, lembrando-se de mais cedo ter achado estranho o jeito que Mon estava andando. Passou seus olhos pelo corpo de Mon admirando cada curva, mas logo desviou seus olhos mais uma vez pegando a toalha e apertando a mesma. Tentava a todo custo reprimir seus desejos.

Mon terminou com o que fazia e observou Sam, vendo que a mesma estava sentada e com as bochechas um pouco rubras, deu um pequeno sorriso levando suas mãos à cabeça para tentar tirar o hábito outra vez. O mesmo parecia preso em seu cabelo e Mon sentiu doer ao tentar puxar, deixando escapar um pequeno gemido de dor.

Sam ao observar a dificuldade da freira em tirar o pano, levantou-se e se aproximou de Mon.

- Deixa que eu tiro. - se ofereceu com um sorriso gentil.

- Acho que deve ter algum grampo enroscado. - Mon bufou e abaixou suas mãos logo virando-se de costas, deixando que Sam tentasse.

A morena se concentrou em focar no cabelo de Mon, mesmo tendo seu traseiro e seu corpo tão próximo do seu. Delicadamente desencaixou o grampo que estava preso no cabelo de Mon, conseguindo assim, remover o hábito com facilidade.

- E você, não vai usar aquela sua lingerie vinho? Acredito que deva ficar linda em você. - Mon falou de forma casual, mas foi inevitável para Sam não arquear as sobrancelhas ao ouvir aquilo da freira.

- Ainda não usei, mas talvez amanhã eu a use. - a morena respondeu dando um sorrisinho esperto.

Os cabelos da freira caíram soltos por suas costas e Sam pode aspirar do cheiro cítrico que tanto gostou de sentir. Mon na intenção de virar-se para agradecer, acabou pisando errado por estar nervosa e caiu para trás juntando seu corpo sem querer, ao corpo de Sam.

A morena a segurou, mas arrependeu-se no instante seguinte ao sentir a bunda de Mon encaixar-se contra sua virilha.

- Merda. - Sam murmurou prendendo um suspiro ao morder seu lábio. Mon recuperando o equilíbrio ficou de frente para a morena e a fitou envergonhada.

- Oh Sam, desculpe. Eu sou tão estabanada. - falou sincera.

- Sem problemas. - Sam respondeu de forma rápida, ao encarar o rosto de Mon, teve que se conter para não agarra-la ali mesmo e puxa-lá para um beijo. Sua boca parecia tão mais convidativa...

Mas que porra, Sam estava pensando? Mon era uma freira. UMA FREIRA. E merecia respeito.

- Obrigada pela ajuda. - Mon deu um passo mais próximo da morena e pegou o hábito de sua mão.

Seus olhos miraram os de Sam se prendendo ao olhar felino da noviça por intermináveis segundos. Eles desceram então para sua boca e Mon percebeu que sua respiração havia ficado falha. Umedeceu os lábios, hipnotizada.

Ela queria beijar Sam? Sim. Queria muito. Sentia vontade de fazer isso desde que vira Nita o fazendo. Talvez fosse inveja. Ou talvez só quisesse sentir a boca de Sam contra a sua. Pensava no gosto que ela teria. Mesmo com várias sirenes alarmando em sua cabeça para que ela se afastasse, pois, aquilo era errado e ela iria para o inferno se o fizesse.

Mas Mon não queria pensar naquele momento, só queria sentir.
Fechou seus olhos respirando fundo e deu mais um passo, aproximando-se de Sam com seus corpos quase juntos. A mesma estava parada como se fosse impossível mover-se. Mon abriu seus olhos se afundando na imensidão daquele castanho novamente, bloqueando todos os pensamentos acusatórios e voltando a olhar a boca rosada de Sam.

Lentamente a freira se aproximou até que sua boca estivesse rente a da noviça, sua respiração saia pesada, faltava bem pouco para unir seus lábios em definitivo.

Mas no mesmo momento, a porta do banheiro rangeu, fazendo com que Mon saísse de seu transe e se afastasse de Sam de forma brusca.

Vagarosamente uma freira já bem idosa entrava no banheiro com a ajuda de sua bengala. Sam ao fitar Mon podia jurar que a cor no rosto da garota havia sumido, ela encarou a senhora e depois Sam. Seu rosto demonstrava puro pânico.

- Oh, oi crianças. - a senhora riu. - Não vou olhar para vocês, só preciso usar o vaso. - disse gentilmente ao notar que as meninas ali estavam se preparando para tomar seu banho. Os óculos mal ajudavam a enxergar a porta das cabines, mas com a ajuda de sua bengala ela logo encontrou e entrou.

- Mon... - Sam disse baixinho, mas a mesma a ignorou totalmente constrangida. Mon largou o hábito e apanhou sua toalha entrando para a cabine de chuveiro com o semblante desnorteado.

Sam bufou por aquela senhora ter atrapalhado o momento mas também estava aliviada por ter sido ela ao entrar e não outra pessoa.

Pelo jeito de Mon, a mesma não iria querer falar sobre isso nem tão cedo, então Sam apenas entrou na cabine ainda surpresa e perdida em puro tesão. Tirou suas peças íntimas e comprovou ao ver sua calcinha totalmente molhada.

Soltou um resmungo baixinho ligando o chuveiro e logo deu início ao seu banho. O que não ajudou muito foi pensar que Mon estava logo ao lado, completamente nua.

 𝐋𝐢𝐭𝐮𝐫𝐠𝐢𝐚 Onde histórias criam vida. Descubra agora