𝐋𝐢𝐭𝐮𝐫𝐠𝐢𝐚

capítulo 33

Mon levava Sam para longe do corredor dos quartos, quando chegaram na parte externa do convento a chuva já estava mais forte e com isso as garotas acabaram se molhando até chegar ao quartinho de pinturas da freira. A mesma rapidamente pegou a chave de onde a guardava, e em meio a escuridão que estavam tateou até conseguir encaixar a chave na fechadura e assim logo abriu entrando para o cômodo junto de Sam.

Mon trancou a porta novamente, e acendeu a luz do lugar. Mesmo levando pouco tempo debaixo da chuva, já foi o suficiente para que suas roupas ficassem totalmente molhadas. A freira sorriu acompanhada de Sam e então a mesma passou os olhos pelo pequeno cômodo.

Ao ver colchões em cima do tapete próximo do pequeno sofá, onde também tinham cobertas e travesseiros, Sam teve que juntar levemente suas sobrancelhas. Em cima da pequena mesa, havia uma sacola com o que parecia ser bolinhos, assim como duas garrafinhas de água.

- O que é isso? Estava planejando me trazer até aqui para me manter em cativeiro? - Sam perguntou em tom acusatório e Mon arregalou seus olhos.

- Não! Eu...apenas, eu... queria fazer algo e...

- Brincadeirinha, Mon. - Sam riu, passando as mãos sobre os braços molhados. - Gostei da surpresa. - murmurou fitando Mon.

Mon hesitou, sentindo-se nervosa. Havia arrumado o quartinho daquele jeito já fazia alguns dias, mas aguardava pelo momento certo para levar a morena até ali, para terem um tempo sozinhas. E com o final de noite conturbada que teve, estar nos braços de Sam era tudo o que Mon mais queria.

Sam então despreocupadamente tirou os sapatos e os jogou de lado, logo começando a tirar a jaqueta ficando apenas com o top de renda, em seguida retirou sua calça, deixando as peças estendidas sobre o sofá. Assim que parou fitando Mon, a mesma ainda estava estancada no lugar a observando se mover. Quando Mon se deu conta do flagra, a garota sorriu sem graça e Sam semicerrou seus olhos colocando as mãos na cintura.

- É melhor tirar logo esse vestido molhado se não quiser ficar resfriada. - aconselhou, logo pegando as cobertas e as arrumando sobre os colchões pra que pudessem dormir.

Mon logo a obedeceu puxando o vestido, e o retirando de seu corpo. Deixou a peça sobre o sofá também e voltou a observar Sam, que usava apenas suas peças íntimas enquanto arrumava tudo. Sam então se acomodou, e sorriu ao chamar Mon para que se deitasse ao seu lado. Mon deu um fraco sorriso antes de enfim se mover, mas primeiro correu para apagar a luz do quarto e em seguida se ajoelhou no colchão engatinhando até estar ao lado de Sam e se enfiar debaixo das cobertas junto dela.

Do lado de fora a chuva caía de forma pesada e ora ou outra os raios cortavam o céu iluminando o cômodo onde estavam. Mon apoiou a cabeça sobre o peito de Sam, abraçando ao redor de seu corpo e suspirou baixinho ao estar em contato com a pele da garota, sentindo seu cheiro e seu corpo por completo. Até agora não havia provado sensação melhor no mundo do que estar assim com Sam, e isso chegou a assustá-la de forma que Mon sentisse seu coração até errar suas batidas, se assim fosse possível.

Sam fazia um delicado carinho em suas costas, assim como na primeira vez que dormiram juntas. Mas dessa vez sono era a última coisa que Mon sentia. Mon se afastou um pouco do corpo da morena, deitando a cabeça no travesseiro passando olhar para seu rosto. Sam então virou-se de lado e deu um curto sorriso, tocando a bochecha de Mon em um leve carinho.

- Sente sono? - Sam perguntou baixo. Mon negou, aproveitando do toque fechando brevemente os olhos. - É por causa de Lele? - perguntou um pouco apreensiva.

Mon abriu os olhos a olhando por alguns instantes, mas logo negou. Estava sim, alarmada por ter visto Lele naquele bar, e o medo de que ela contasse aquilo ao seu pai chegava a lhe deixar tonta de tanto pavor. Mas no momento, Mon só queria mandar aquilo tudo para o espaço. Apenas queria aproveitar do momento a sós com a noviça.