Pilantra - Soukoku

único

Na noite fresca de um sábado, o detetive se arrumava em frente ao espelho que ficava preso na porta do seu armário.

Tinha que estar devidamente arrumado e bonito, iria para uma festa importante afinal.

Seu chefe, fukuzawa, havia combinado de fazer uma festa de comemoração entre as organizações, segundo ele, uma nova era iria se iniciar. Um contrato de paz entre a agência de detetives armados e a máfia do porto foi assinado pelos responsáveis das duas organizações.

Mas voltando ao assunto, o moreno agora passava seu perfume, ele usava um terno preto simples, uma gravata vinho com listras brancas, seu cabelo estava penteado e arrumado. Estava praticamente pronto, só esperava atsushi e kunikida terminarem de se arrumar para poderem ir para a festa.

– Nossa kunikida, pra que se arrumar tanto? Nem se renascer você fica bonito – Dazai zombou enquanto se apoiava no batente da porta do quarto do loiro, este que botava sua gravata.

– Você fala isso, mas tá todo arrumado, certamente para tentar reconquistar aquele baixinho ruivo, como era o nome dele mesmo...? – Kunikida implicou de volta, botando uma mão em seu queixo, como se estivesse pensando.

– É chuuya, e não, eu não quero "reconquistar" ele, a gente nunca nem teve nada – Mentiu. Fechou a cara e foi embora, indo para o seu quarto e se trancando lá, esperando lhe chamarem para ir para o local.

No caminho da festa...

Se dazai dissesse que não estava nervoso, era mentira. Iria rever pessoas que fizeram parte do seu passado, o que não era muito legal, mas também iria ver chuuya, que além de fazer parte do seu passado, havia feito dazai sentir coisas que nunca sentira antes, e que claro, nunca iria admitir, até porque, eram rivais.

Adentrou o salão de festas elegante, se separando dos amigos e indo para o bar, pegando seu clássico whisky enquanto deixava a música fluir, analisando o ambiente e as pessoas.

Seus olhos pararam em uma figura de baixa estatura e cabelos ruivos chamativos.

Nakahara chuuya, seu ex parceiro, atual rival e...ex namorado.

O ruivo estava com seu grupo de amigos e tinha uma bebida na mão, provavelmente vinho. Osamu se lembra que após um dia estressante de trabalho, chegava em casa e era recepcionado pelo parceiro seminu com uma taça de vinho na mão, gostaria de poder viver isso novamente, mas não poderia deixar de lado o fato que se não deu certo, não era para dar.

Chuuya parecia parcialmente bêbado, tinha um sorriso no rosto e mexia seu corpo com graça e sensualidade.

"Carinha de pilantra, com os amigos do seu bairro, você dança sem olhar pra mim..."

"...Eu te odeio, 'cê me odeia e aqui todo mundo sabe..."

"...Você nem bebeu tanto assim"

Reencontrar chuuya ativou uma parte do seu cérebro que o trouxe memórias antigas, principalmente do seu pós-término com o executivo.

"Eu ja tive muito medo de te encontrar no baile..."

Qualquer festa que o moreno era chamado, se produzia todo na intenção de encontrar chuuya lá e talvez concertar as coisas, mas ou o ruivo não estava lá, ou encontrava e nem olhava na sua cara.

"...E esquecer porque é que teve fim"

"E se me vê, vira de costas, vai até o chão e chora..."

Sabemos que dazai foi afetado com o término, mas e chuuya? Foi mais ainda.

O ruivo tinha aquela postura autoritária, mas quando chegava em casa, relembrava seus momentos com o moreno, seus olhos enchiam d'água e novamente, abria um dos seus vinhos e bebia até o amanhecer.