Maeve;
Estou correndo pela floresta, mas não importa o que aconteça, a criatura está cada vez mais perto. Ela estende suas garras para mim. Olho para trás, mas tropeço em um galho, soltando um grito de dor. Seguro meu pé, que agora está cortado e sangue escorre pelas folhas velhas. A criatura se aproxima cada vez mais. Cubro meu rosto, esperando o ataque, mas nada acontece. Fico de olhos fechados até que o grito agonizante da criatura pare. Quando não resta nada além do som do meu coração batendo, abro os olhos. Uma figura preta está de costas para mim, seu rosto coberto. A sombra se vira e se abaixa na minha frente, dizendo:
- Estou indo te buscar, meu amor.
Acordo com meu coração batendo tão forte que parece que vai pular para fora. Meu cabelo está grudado no meu rosto e pescoço pelo suor. Olho ao redor e já é de manhã. Os galos cantam lá fora, e então uma batida ressoa no meu quarto.
- Saia já daí, sua garota preguiçosa! - minha mãe grita antes de se afastar.
Arrumo minhas roupas após tomar um banho e então saio para fora.
- Aqui está. - Ela empurra uma bandeja com pães e uvas, junto com uma garrafa de cerveja. - Entregue para a mesa sete, ande logo que eles estão esperando.
- Tá bom. - Respondo, revirando os olhos.
Abro a porta do restaurante. Naquela manhã estava cheio, muitos homens comentando sobre suas mulheres e outras mulheres com quem dormiram na noite passada. Sinto meu estômago revirar. Porcos... são todos porcos. Chego na mesa sete e coloco os pratos para os três homens que estão sentados.
- Eu ouvi dizer que pessoas podem se alistar para essa tal de força especial. - Um deles comenta, pegando um pedaço de pão.
- As criaturas estão ficando cada vez mais fortes. Não creio que a força especial vá conter o grande demônio. --- O outro diz.
Todos eles estremecem ao ouvir sobre o grande demônio.
- O Cavaleiro de Siena. Dizem que ele não aparece há mais de mil anos, mas a lenda diz que um dia ele acordará para buscar o que é dele e o sangue será banhado. Antes de partir, ele disse: "Com fogo ou sangue, eu terei o que é meu. Anotem o que eu digo, eu terei o que é meu." Antes de ser selado há mil anos atrás. - Um deles levanta o olhar para mim.
- O que está fazendo aqui, garota?! - ele grita, tacando o pano no chão. - Vá lavar alguns pratos.
Todos ao redor riem enquanto recolho os copos vazios. Me viro indo de volta para a cozinha, suspirando para não ir lá e dar um tapa na cara dele. Levanto o olhar para ver minha mãe furiosa.
- Garota idiota, quantas vezes já não falei para não importunar nossos clientes?! - ela grita, empurrando um pano na minha direção com o rosto franzido.
- São porcos, todos porcos. - Retruco, indo lavar a louça que ela havia mandado, estremeço ao sentir a água gelada.
- Não é da nossa conta. Agora cale a boca lave esses pratos. Quando terminar, vai limpar a taberna inteira. Depois irá ao mercado comprar as coisas. - Ela diz, limpando o balcão.
- Mas eu estou cansada, trabalhei o dia inteiro ontem, e ainda tive um pesadelo. Mãe... a senhora sabe que eu preciso sair daqui, não tem vida aqui para mim. Siena é enorme... venha comigo, meu pai não se importa com mais nada. Ele bebe o dia inteiro, implica com a senhora, mas não precisamos viver assim. Eu sou jovem, vou arrumar um emprego melhor e sustento a gente.
Ela me avalia de cima a baixo, como se realmente tivesse tido esperança por alguns segundos, mas volta para a realidade quando gritam da taberna.
- Não seja ridícula, Maeve. Nunca vou sair daqui, dei minha vida por isso. - Seu rosto mostrava apenas indiferença, mas era com a situação ou comigo? Foi quando as dúvidas me inundaram.
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doce punição
FantasiEra uma vez. Ah, já estamos fartos desse "era uma vez". Uma garota que sonha em lutar contra demônio desde os seus dezessete anos finalmente consegue sua chance, as flores e finais feliz? Deixamos para os livros infantis, ela se encontra em uma bata...