Eu estava incomodado e fazendo de tudo para não demonstrar.
Quando vi Dulce mais cedo no meio de Poncho e Esteban, senti meu sangue ferver. Porra, estava parecendo algum tipo de complô contra mim, me obrigando a sentir coisas que não queria estar sentido.
Me incomodei ainda mais quando ela respondeu no carro que ainda sentia alguma coisa por aquele filho de uma puta.
Eu sei que não tenho direito de estar falando sobre o erro de outra pessoa, porque eu também magoei Dulce e tenho consciência disso, mas puta que pariu, esse cara conseguiu ser muito pior e sem motivo.
Meus traumas fizeram errar com ela, mas e ele? Que porra de desculpa ele tinha quando era ela que tinha segurado em seu ventre uma criança, para depois perdê-la?
Não, eu não julgo a dor dele. Imagino o quanto deve ser horrível perder um filho de qualquer forma, mas porra, ele não foi casa dessa criança por quatro meses. Ela foi.
E quando mais precisou de ajuda para se fortalecer, o cara foi lá e traiu ela da pior forma. Na sua casa, com seu animal de estimação vendo tudo.
Eu tinha vontade de socar a cara dele, enquanto Dulce ainda sentia alguma coisa.
De repente me vi com um certo medo de isso ser usado contra mim na guarda com Santiago. Eu sabia que Dulce não arriscaria, então decidi perguntar. Ela se ofendeu, mas eu precisava dizer.
Pedimos o que queríamos comer e Dulce me encarou por alguns segundos, como se quisesse ler meus pensamentos.
— Fizemos uma merda gigantesca ontem. — Falei em um suspiro. Dulce franziu a testa.
— Está falando do sexo no escritório? — Ela riu pelo nariz. — Está com medo de alguém ter visto? Acho que não, e sua secretária deve entender, você deve levar mais mulheres pra lá. — Ela deu de ombros.
— Eu nunca tinha feito isso no meu escritório, Dulce. — Falei sério e ela me encarou surpresa. — Não uso o local de trabalho para isso. Por um acaso você usa? — Ergui uma sobrancelha.
— Não, no laboratório eu quase nunca fico sozinha e quando fico é porque realmente preciso finalizar algo.
— A questão aqui é que não usamos camisinha. — Seu semblante mudou no mesmo segundo, assim que ela se lembrou do que tinha acontecido.
— Porra! — Ela colocou a mão na boca e aquela reação de meu coração bater mais rápido. — Eu estou brincando. — Rolei os olhos. — Eu uso anticoncepcional, completamente regrado, não se preocupe.
— Porque você brinca com essas coisas? — Suspirei, mais aliviado do que sem paciência. Ela riu.
— Eu não sou irresponsável, Uckermann. — Ela rolou os olhos. — Fique tranquilo que você não vai ser pai. — Eu dei de ombros e fiquei em silêncio.
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Nossa maior mentira
RomansaTrês grandes famílias são sócias de uma rede de cosméticos no México. Um acidente muda todo o destino, trazendo uma briga de custódia à única criança que os unia. Uma proposta indecente é feita para que tudo saia exatamente como deve ser. Será que e...