the cute girl from my university; tododeku

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Midoriya passou dias vendo tutoriais de pessoas na internet para aprender a cuidar de seu cabelo e consequentemente do seu corpo. Fazia muito tempo que ela não se sentia engajada a cuidar de si mesma.

Desde que o troglodita do seu ex matou a sua autoestima, ela vinha se sentindo acanhada para testar coisas que fossem mais femininas, que denunciassem que ela era uma mulher — e que estranho ela se sentir assim porque era como se ela estivesse presa em um limbo entre performar feminilidade ou sofrer com olhares tortos ou apenas se manter em um padrão esquisito.

O caso é que agora ela queria se arrumar mais, queria estar cheirosa e bonita para Shouto. Para que Shouto a olhasse. Era idiota de sua parte achar que ela podia competir todas as garotas bonitas que o cercavam como abelhas famintas por um néctar, mas ela queria tentar e fracassar. Se Shouto a olhasse, mesmo que fosse por cinco segundos, ela estaria feliz.  Após aquela entrega inusitada, ela passou a semana inteira indo com roupas bonitas e um perfume caríssimo apenas para chamar a atenção de Shouto — mas ele nunca estava lá. Então ela atraiu olhares de todos, menos de quem ela queria, e o seu medo começou a se entrelaçar com a sua vontade de fugir e voltar a ser uma zé ninguém. Por que era tão difícil conseguir a atenção de um cara bonito?

Já cansada de esperar uma aparição surpresa, ela decidiu fazer o que estava se segurando de fazer desde quando começou a falar com o bicolor: lhe mandar mensagens.

Era tolo e obviamente ela não devia ter medo de fazer algo tão básico, mas lhe deixava ansiosa a ideia de estar incomodando. A ideia de ser incoveniente e ser taxada como chata.

"Faz um tempo que não te vejo aqui na faculdade, você por acaso esqueceu que faz faculdade?", a mensagem foi entregue, e no mesmo minuto visualizada. Era como se ele já estivesse esperando por aquilo.

Após longos minutos a resposta veio: "Gatinha! Eu estou doente :(. Por ordens da mamãe eu fiquei em casa. Uma tristeza porque não consigo mais ver o seu rostinho lindo."

Midoriya sentiu suas bochechas esquentarem ao ler aquilo, ela abriu um sorriso e pensou no que deveria responder, em como reagir. Shouto estava claramente flertando com ela, ele sabia usar a sua inocência e lerdeza para encantá-la, sabia daquilo, e que idiota era ela por cair naquele papo furado. Mas de que importava? Ela sabia que ele era jogo sujo e mesmo assim decidiu, por conta própria, se jogar nos braços dele sem nem pensar duas vezes.

Pois uma donzela ama um canalha.

"Sinto muito! Espero que você melhore logo!" Ela enviou e esperou pela resposta.

"Já me sinto muito melhor! Tomei todos os antibióticos para ficar melhor e ir pra festa com você. Já decidiu qual fantasia vai usar?"

E aquela pergunta a acertou em cheio. Fantasia? Ela não tinha pensado naquilo, não tinha pensado que precisaria de uma fantasia porque ela não se imaginava indo. O medo e ansiedade e acertaram, e então ela não o respondeu mais, em vez disso, mandou mensagem para o seu irmão perguntando se estava tudo bem ela falar com a namorada dele, e a sua resposta foi apenas o contato de Uraraka. Midoriya usou aquele dia para conversar com pessoas e planejar sua fantasia e maquiagem, pois Uraraka insistia que ela deveria usar maquiagem ou pelo menos tentar. E honestamente, sua mente estava tão dispersa que ela não conseguia se concentrar em seu trabalho.

Quando a noite de sexta feira caiu, ela decidiu voltar ao seu estilo não bonito. Colocou uma calça moletom rosa xadrez e um casaco.

— O bonitão não vai hoje? — sua mãe perguntou assim que a viu chegar na cozinha.

— Como assim?

— O seu namorado, filha. Aquele bonitão. Ele não vai hoje pra faculdade? — Midoriya ficou vermelha ao ouvir aquilo, e antes que pudesse dizer algo, sua mãe continuou falando: — Você estava indo toda bonita, era pra ver ele né?