Pov Soraya:
Assim que Simone saiu eu pude desabar no chão começando a chorar sem ter sua presença perto de mim, me sentia sentida profundamente, parecia que o mundo iria cair em cima de mim.
Senti meu coração se partir em mil pedaços quando ela foi embora, e foi ainda mais doloroso quando falei para darmos um tempo.
Não sei por que eu pedi aquilo, mas na hora pensei que talvez fosse bom para nós começamos a pensar sobre nossas atitudes, comportamentos e pensamentos.
Nunca tive relacionamentos sérios, também nunca havia sentido o que eu sinto por ela, mas achei que seria melhor ficarmos distantes durante algum tempo para colocarmos a cabeça no lugar - mas falando com sinceridade - eu estava muito arrependida do que pedi.
Fiquei muito confusa por que não sabia se o que eu fiz foi o certo a se fazer, eu só sabia que não poderia ficar discutindo toda vez com ela por besteira e falta de confiança, precisava dar um basta naquilo.
Mas agora eu estava me sentindo um lixo, ridícula, porque vi o quanto ela ficou triste e brava com o que eu decidi.
Observei sua face ficar melancólica, e tudo que eu queria era que nossa discussão acabasse em sexo, mas nem tudo se resolve na base da transa.
Eu não sabia o que fazer, eu só sabia chorar e chorar cada vez mais, sentindo as lágrimas caindo do meu rosto e indo parar diretamente para o chão já que eu estava com a cabeça baixa.
- Meu Deus, filha. O que houve? - Ouvi meu pai perguntando. Ergui minha cabeça vendo ele vim até minha direção, rapidamente ele se abaixou tocando em meus braços.
Não hesitei e fui logo caindo em seu braços começando a chorar ainda mais sem parar, sentindo o seu acolhimento confortável.
Eu ainda estava chateada com o meu pai por ter traído minha mãe com a mãe da Simone - como eu disse - eu guardo rancor.
Mas naquele momento eu deixei aquilo de lado, e apenas aproveitei seu carinho e aconchego fazendo com que eu me acalmasse por milésimos.
- Soraya, se acalma e me fala o que aconteceu, filha. - Ele passava as mãos nos meus cabelos loiros, eu soluçava tentando me acalmar para falar com ele.
- A Simone, pai... - Tentei falar, mas não conseguia.
- Aconteceu alguma coisa com lá? - Ele parecia preocupado.
- Não! - Neguei soluçando, depois ergui minha cabeça fitando ele com os olhos vermelhos e molhados de lágrimas. - Eu e a Simone estamos dando um tempo.
- Ué, mas por que, filha? Vocês estavam tão bem ontem, ela até jantou aqui em casa, ficamos conversando, rindo e tudo mais... - Ele não parecia enteder, estava mais confuso do que nunca. - O que aconteceu?
- Nós duas discutimos muito feio, e eu resolvi dar um tempo no nosso relacionamento. - Expliquei baixinho, depois voltei para seu colo.
- Sobre o que discutiram?
- Ela estava com ciúmes de mim com o Tom.
- Mas isso é um absurdo! Vocês dois são amigos. - Exclamou franzindo o cenho. - Amigos de infância.
- Foi isso que eu disse para ela, mas ela insistia em dizer que por ele ser meu amigo e gostar de mim que íamos acabar ficando juntos. - Expliquei tristemente, me relembrando de todas suas palavras.
- Olha, filha. Vocês duas estavam alteradas, estavam com raiva, e normalmente quando as pessoas estão assim, não dá para se resolverem na base do diálogo. Por isso, deixe para quando as duas se acalmarem, aí podem conversar com tranquilidade sem precisar se alterar e se xingarem . - Contou enquanto fazia carinho nos meus cabelos.