But I crumble completely when you cry
It seems like once again you've had to greet me with goodbye
I'm always just about to go and spoil the surprise
Take my hands off of your eyes too soon505 do Arctic Monkeys tocava a todo volume em meu fone de ouvido de fio quase arrebentado, juro, mais uma vez guardado de qualquer jeito no fim da minha ecobag e ele se partiria ao meio.
- AMELIE! AS ABELHAS NÃO AGUENTAM MAIS VOCÊ BERRANDO DO LADO DELAS, SAI DAÍ! - minha mãe gritou, me fazendo sair do lado do nosso apiário.
- Quantas vezes vou ter que repetir que elas adoram música? Eu já escrevi um artigo sobre isso. - retruco entrando na cozinha de casa e tirando minha botina.
- Se fossem só abelhas ouvindo sua desafinação tava até bom, mas os vizinhos vão conseguir uma ordem de despejo pra nós a qualquer momento. - ela faz graça, afinal, nossos vizinhos mais próximos moram a 3km de distância da nossa casa.
- Você sabia que podia virar comediante? Ou pelo menos uma escritora, com essa imaginação fértil pra criar histórias sem nexo. - falo e ela ri.
- No dia que você ver uma escritora analfabeta eu acredito até em vaca voadora.
- Ah nem vem, você não é mais analfabeta, está evoluindo bastante e graças a mim, então pare de tirar uma com minha cara ou eu corto suas aulas, senhorita. - perturbo ela, mas falando sério em certa parte, ela realmente já evoluiu bastante, depois de muita luta para convence-la que eu seria capaz de ensinar ao menos o básico para ela.
- Senhora! Eu não casei com sua mãe a toa, mais respeito pelo casamento civil dos seus pais. - meu pai chega na cozinha abraçando minha mãe por trás e dando um beijo em seu pescoço.
- Tá bom casal do século, agora eu vou tomar um banho e ir para a biblioteca da cidade, alguém tem que sair dessa fazenda né? - falo já correndo para o banheiro antes de ouvir meu pai retrucando sobre eu querer me ver livre deles o mais rápido possível.
Obviamente continuo escutando o AM enquanto tomo um belo banho premium, que por sinal é ainda mais premium quando se mora em uma fazenda tendo água pura e produtos naturais.
Após todo o skincare e me vestir com a regatinha branca, macacão jeans e all star branco de sempre, penteio meus cabelos ainda molhados, pego minha ecobag e saio rapidamente para a minha caminhonete, novamente evitando ouvir alguma reclamação do meu pai.
O meu sonho da vida é ser jornalista de entretenimento, mais especificamente trabalhar com cobertura de shows, mas meu pai não gosta da ideia por alguns motivos:
1- Nova Iorque é beeeeeem longe de Spearville, Kansas (eu sei, moro no fim do mundo, ou até além dele);
2- Há homens muito mal intencionados nesse meio (nisso eu até concordo);
3 - O sonho dele seria me ver tocando os negócios da fazenda (eu até me dou bem nas tarefas de lá, mas gerenciar tudo? Me canso só de imaginar).
Então é óbvio que ele tá bem insatisfeito, mas não se pode ter tudo na vida, ele já tem uma fazenda próspera, uma família linda e um casamento fantástico, óbvio que faltava uma filha rebelde.
Mas uma coisa eu não posso negar, vou sentir saudade de sentir o vento bagunçar meus cabelos enquanto dirijo para a cidade em minha caminhonete com som antigo, ouvindo meus artistas favoritos e sonhando em conhece-los.
- AMELIE! - ouço alguém me gritar quando estaciono em frente a biblioteca e me viro para ver quem é.
- Oi Eric! - aceno para ele enquanto atravesso a rua a caminho de sua loja de vinis.
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too sweet - louis tomlinson
FanfictionTirar sua virtude e pureza me tirava do sério, mas imaginar o mundo a corrompendo era muito pior, será mesmo que ela era tão pura assim pra mim? Uma fanfic inspirada na música Too Sweet do Hozier, mas com Louis Tomlinson como protagonista.