CAPÍTULO XVIII: Dê a Descarga

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_Bom dia, Nova Iorque! É três de abril de mil novecentos e oitenta e cinco! Estamos em primavera e perfeitos para iniciar um novo mês! Fiquem com “Dancing Queen”, de ABBA! E aproveitem o mês!_

Ah, a rádio... Tão energética, pacífica e amigável. Eu admiro locutores. É apenas impossível que não sejam absolutamente incríveis. Despertava energicamente o americano cidadão, presenteando esmolas de diversão na miserável vida adulta. Por sorte, antes que conseguissem considerar-me um homem adulto, conquistei meu promissor destino: A carnificina. Como em todos os dias dos últimos tempos, batalhava vigorosamente na brutal arena do mundo. Todavia...

— Destrua-os, Hawke!

Como herói.

Como exime herói, performava, sobre as concretizações de nossos planos. Evidentemente, se quiséssemos infiltrar-nos entre os heróis, precisaríamos nos tornar parte deles. Ser torturado com a filantropia, não nego, era perturbador. Todavia, matar alguns criminosos jamais seria um problema. Conhecendo-os ou não, esfolaria quem necessitasse. Não importava o lado, absolutamente, reinaria em minha carnificina.

De onde estava era possível ouvir notáveis comentários de admiradores, incrédulos com os novos membros de sua apaixonante federação. “O que aquele homem faz com a FSE? Ele é... Diferente. E enorme! É mesmo seguro?”. Indagava uma mulher. “Este homem é tão grande... Deveríamos confiar nele?”... E aprimorando... “Nunca pensei em ver um homem como este aliado a Europeus”. Isto quando iria salva-los. E, tenho confessar... Sempre estive me fodendo para a realidade.

Todavia, em infiltração e atuação, não poderia existir uma única inconveniência de roteiro. Tudo deveria estar perfeitamente conectado. Minha residência na FSE, sobretudo, precisava distinguir-se ao máximo possível do Okami por trás dela. O que significava que, não apenas não poderia pronunciar nem uma única palavra, como seria definitivamente proibido de utilizar qualquer um de meus poderes. Imediatamente os ligariam ao assassino e, neste momento, descobririam. Entretanto, genuinamente, não haviam empecilhos. Lutar manualmente jamais foi uma dificuldade para mim. Poderia viver de artes marciais pela eternidade.

— Aí, moleque... Vai encarar?

Creek, executivo mafioso invencível. Era um veterano... Eu nunca vi ele de perto antes. Só ouvia histórias sobre seus grandes feitos. Era uma lenda criminal. Curiosamente, pelo visto, estava interessado em mim... Que honra.

— Isto será interessante...

Rodopiando pelos ares, iniciei com um chute em seu tronco. O velhote caiu, mas se reergueu no segundo seguinte, iniciando sua batalha. Eu estava mais interessado em quebrar os civis que nos rodeavam... Escrotos racistas incrédulos com um negro aliando-se a seus perfeitos heróis. Ethan é alguém sério, direto e sagaz... Não realizaria meus joguinhos. Desviava de cada golpe, inteiramente na defensiva, em falhas e sedentas buscas por diversão. Claro... Eu precisava lutar, e vencer. Precisava ser cauteloso e afastar qualquer pista de mim, mas acima de tudo, vencer. O que teríamos para hoje? Karatê? Capoeira? Não... Em uma tão devoradora carnificina, seria mais que lógico honrar nossa querida china, não? Sem noção de estribeiras, soquei-o diretamente em seu queixo, que, junto a mandíbula, quebrou-se instantâneamente. Irado, sacou uma arma, baleando os ares, em vão. Típica covardia.... Um riso escapou de meu rosto, analisando-o cuidadosamente. Caminhando lentamente até o homem, que mantia suas tentativas de acertar-me, direcionei minha mão em sua frente, permitindo que a atravessassem. Precisava ser humano... Com a palma de minha mão, triturei sua arma, lançando meu último golpe: Uma inédita sequência de ‘da’. Como eu sou a mocinha, matar um criminoso seria muito, muito ruim... Após uma ou duas semanas de repouso, estaria saudável. Delicadamente, o segurei e o algemei. Porque olha só! Eu tenho algemas! Não é fodão?! Através da gola de sua camisa, o arrastei até Passione, jogando-o em seus braços. Eu realmente estava ajudando-o, não? Sou um belo herói...

Between Sex and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora