Dez minutos para as oito, Harry lhe dá um breve abraço para dar sorte e então desaparece na lareira. Hermione o observa, incerta de como proceder da melhor maneira.
Ela deveria apenas Flu, então? Apenas entrar na Mansão Malfoy como se fosse dona do lugar?
Ela percebe agora o quão íntimo é esse presente do Flu. Ela nunca teve que pensar em algo assim antes; sempre foi uma conclusão óbvia que ela e seus amigos conectariam suas casas pelo Flu.
Mas com Draco, esse caminho é diferente. Não é apenas uma linha direta de sua casa para a dele. Também é um convite para que ela se sinta à vontade em sua casa. Para ir e vir em seu mundo como quiser, em oposição direta ao que Theo lhe disse sobre o Draco adulto e isolado. Também é um símbolo literal da confiança de Draco nela.
A realização é um pouco assustadora, então ela decide abordar isso como uma Grifinória: pule primeiro, analise depois. Repetindo "não pense, não pense, não pense" em sua cabeça, Hermione pula na lareira, anuncia "Mansão Malfoy" e prende a respiração para a viagem.
As suspeitas de Draco estavam corretas. O Flu a perturba muito menos do que o Aparatar, e ela entra em sua biblioteca com batimentos cardíacos estáveis e a mente clara. Isso é, até ela ver que ele está esperando por ela em uma das poltronas verdes, e seus batimentos cardíacos se tornam apenas um pouco mais erráticos.
Ele tem uma perna longa cruzada sobre a outra e o rosto escondido por um volume de couro grosso. A lombada do livro diz: Poções na Prática: Obtendo Materiais em um Mundo de Recursos Escassos.
"Boa leitura?" ela pergunta como saudação.
Ele abaixa o livro para revelar um sorriso sarcástico. "Boa viagem?"
"Bastante agradável, na verdade." Hermione tenta esconder seu sorriso ao tirar um pouco de fuligem da saia de seu vestido.
"Você sente vontade de me atacar mais um pouco?" ele pergunta. "Acho que ainda há alguns lugares no meu ombro que você não contundiu na semana passada."
"Bem, você deveria saber que sou um pouco violenta quando não faço ideia do que está acontecendo."
"Devidamente anotado."
Draco fecha seu livro para colocá-lo sobre a mesa de chá vazia. Hermione aproveita o fato de que seus olhos estão desviados para beber a visão dele. Ele abandonou o terno preto por um cinza, e parece bastante impressionante contra sua pele pálida e cabelos. Novamente, ele usa a camisa Oxford branca, mas hoje à noite ele a combinou com uma gravata cinza claro que combina com a cor de seus olhos. Hermione deve admitir que os ternos são uma boa escolha para o fim de semana. Especialmente nele.
"Jantar?" ele pergunta, olhando para ela de forma sabedora. Como se estivesse ciente de que ela estava apenas o olhando.
Ela apenas acena com a cabeça e desliza a mão no cotovelo dele quando ele se levanta para oferecê-la. Eles saem da biblioteca sem falar. A escuridão pesa tanto no corredor que quase abafa seus passos. Quase abafa sua voz quando ele sussurra: "Você está linda esta noite."
"Você também", ela solta sem pensar, e então geme audivelmente de humilhação. Draco não responde de jeito nenhum. A única coisa que ele pode fazer, tão gentilmente que ela não consegue ter certeza se realmente acontece, é puxá-la mais para perto dele enquanto caminham.
Depois dessa troca, eles seguem em direção à Sala de Jantar Menor em silêncio, com apenas o farfalhar de sua saia e o arrastar de seus sapatos ecoando no corredor. Ela suspeita que ele esteja em um humor silencioso hoje à noite, e ela descobre que isso não a incomoda nem um pouco. Na verdade, ela gosta do silêncio entre eles.
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Apple Pies and Other Amends | Dramione
FanfictionNão é até que ela tenha levado um bolo de manjericão e morango para Neville Longbottom e sua nova namorada, Hannah Abbott, uma dúzia de tortinhas de ruibarbo para Luna e Xenophilius Lovegood, e outra cesta de muffins cobertos com ganache para Dean e...