4 Observação

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Rebecca Patrícia Armstrong

Entro dentro do carro e sigo direto para o hospital. – Como eu esqueci da garota e de reportar o comportamento inadequado da minha colega de trabalho? – Falo enquanto continuo compenetrada na direção. Começo a ver o hospital de uma certa distância, para no estacionamento e desço em seguida.

Chego a entrada do hospital, segundo até a recepcionista. – Boa noite Malee, alguém chegou a procurar a paciente do quarto 403? – Pergunto calmamente.

- Boa noite doutora, ninguém veio atrás da paciente. – Reponde minha pergunta olhando para o computador.

- Ok Malee, obrigada. – Encerro nossa interação, continuo meu caminho, até que vejo Charlie e corro até ele, pulando nas suas costas.

- Esta maluca Becky? Que susto, quase derrubou nós dois. – Ele fala brigando e me olhando com cara de poucos amigos.

- Que drama Charlie, só foi uma brincadeira, olha teu tamanho, até parece que vai cair como um saco de batata. – Falo dando de ombros. – Agora me deixa ir ver minha paciente, quero saber como ela está hoje. – Não espero ele falar e saiu a passos largos.

Vou até o quarto 403, bato na porta, mas ninguém responde, decido entrar mesmo assim. Ela está deitada na cama, parece um anjo dormindo. Agora consigo reparar em suas feições, claramente é tailandesa, cabelos longos e pretos, possui uma beleza estonteante, seu rosto tem uns traços tão lindos, me sinto facinada, parece um anjo. passo a mão de leve por seu rosto. – Qual é seu nome garota? – Pergunto em quase um sussurro.

Vejo a porta se abrir, então fixo meu olhar sobre ela, em seguida Mary adentra o quarto. – Oh doutora não sabia que estava aqui, desculpe é seu plantão? – Me olha intrigada.

- Na verdade vim ver essa moça, ela é minha paciente, entretanto cheguei tarde ela já está dormindo. Sabe o nome dela? – Faço a pergunta, intercalando o olhar entre a enfermeira e a garota deitada a minha frente.

- Na verdade doutora ela não acordou desde que você a trouxe ontem. – Paro o meu olhar na enfermeira, a minha frente.

- Como assim ela não acordou? E porque não fui avisada? – A questiono e um vinco se forma em minha testa.

- Doutora Kade, disse que não era necessário, afinal a paciente era dela. – Começo a rir sem um pingo de humor.

- A paciente  é dela? Ontem ela nem chegou perto dessa mulher e não estava aqui para salva lá se fosse o caso. – Falo claramente irritada.

- Desculpe Rebecca, mas ela foi a médica do plantão ontem. – Fala tentando ser cordial, mas claramente incomodada.

- A culpa não é sua, parece que a Kade quer de todas as formas me irritar, mas amanhã eu resolvo isso. De todo modo, obrigada por me avisar que a garota não acordou. – Decido me manter em silêncio logo em seguida. Me sento em uma cadeira ao lado do leito.

- Não tem como ela está com choque hipovolêmico ou tem? – Continuo pensando em possíveis causas ou motivos para ela não ter recobrado a consciência. Olho seus lábios e suas mãos. – Não, eles estão com a coloração normal. – Falo absorta em meus pensamentos.

- Falou algo doutora? - Mary indaga e a olho em confusão.

- Ah não Mary, estava aqui, tentando entender as causas que não a levaram acordar ainda. – Falo dando um meio sorriso.

IncógnitaOnde histórias criam vida. Descubra agora