Capitulo 44

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‭"Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro.
O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra."

- Salmos 121

- Tá rolando alguma coisa entre o Jake e você? - Pergunto enquanto ainda estávamos deitadas na grama.

- O que? Não. - Disse, parecendo nervosa.

- Tem certeza? - Pergunto fitando meus olhos nela.

- Somos só bons amigos. - Disse endireitando as costas na grama, deixando claro o desconforto com aquele assunto.

- Você não está me contando tudo. - Olho para o céu. - Mas tudo bem, quando você se sentir à vontade para falar, estarei aqui para ouvir.

- Eu estou apaixonada pelo Jake. - Confessou sem me olhar.

- O QUÊ? - Fico boquiaberta.

Me levanto rapidamente.

- Não vou dizer de novo.

- Não acredito. Quero dizer, estava na cara o tempo todo, mas nunca pensei que você admitiria. - Dou de ombros. - Já falou com ele a respeito? - Pergunto curiosa.

- Não e você também não vai falar. Nem vai jogar piada quando estivermos juntos. - Disse se levantando da grama e sentando.

- Mas está na cara que o Jake sente o mesmo. O jeito como ele te olhar, como te trata, como te prioriza...

- Ele e uma garota da faculdade estão saindo. - Disse cabisbaixa. - Acho que ele já me superou. - Deu de ombros sem graça.

- Não, não mesmo. Devem ser só amigos, tenho certeza que o Jake não a vê assim.

- Ele não me contou sobre isso. Soube pelo Adam que disse acidentalmente. - Bufa. - Talvez seja melhor assim.

- Não desista. Eles não estão namorando e nem nada, só saíram e isso não significa que estão interessados um pelo o outro. Por que você não diz a ele como você se sente e vê o que ele diz a respeito.

Elisa balança a cabeça negativamente.

- Não posso fazer isso. Não quero ser rejeitada. E ele sempre foi um cara de atitude, então se ele sentisse algo por mim, deixaria isso claro. Jake não é de fazer joguinhos

- Mas talvez ele não diga porque já foi rejeitado muitas vezes. - Dou de ombros.

Ela me olha de cara feia.

- Vamos apenas deixar isso para lá, ok? - - Diz se deitando de novo na grama. - Não quero pensar mais nisso. Vamos só relaxar e aproveitar esse momento.

Assenti.

++++

A Semana seguinte começou. Eu esperei do lado de fora, no corredor, enquanto a Elisa conversava com a psicóloga.

- Como foi? - Perguntei assim que ela saiu.

- Ela conversou comigo. Meu problema são as crises de ansiedade. Ela disse para eu consultar um psiquiatra e voltar a tomar os medicamentos. Disse que eu devo me cuidar, para que essas crises de ansiedade não se tornem em uma depressão. Nós iniciamos um tratamento hoje. Só com a consulta de hoje, eu me sinto um pouco aliviada. Falei, desabafei, chorei. Foi bom falar e foi bom ser ouvida. - Disse visivelmente mais leve. - Todo mundo deveria fazer terapia.

Sorrio.

- Bom, então vamos fazer o que ela falou. - Digo, também aliviada por ver de volta, o brilho de alegria em seus olhos. - Acho que você precisa falar com seus pais agora.

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