DaisyEllie comprime os lábios e balança a cabeça negativamente. Ela quer sair daqui. Dá para perceber por sua irritação.
— Talvez a gente devesse voltar lá e fazer perguntas mais detalhadas — sugiro.
— De jeito nenhum! — diz ela. — Não vou dar corda para aquilo de novo.
Ela começa a se afastar, e considero voltar à taróloga. Estou prestes a dar meu primeiro passo na direção da loja quando o letreiro "aberto" é desligado. A loja fica escura de repente. Mordo o lábio inferior. Posso voltar quando estiver sem Ellie. Talvez a senhora converse comigo.
— Daisy! — chama Ellie.
Corro até ela, e voltamos a caminhar uma ao lado da outra. Enquanto andamos, conseguimos ver a fumaça saindo de nossas respirações. Quando foi que esfriou tanto? Esfrego as mãos.
— Estou com fome — digo.
Ela solta um riso nasal.
— Você está sempre com fome. Nunca vi uma pessoa tão pequena comer tanto.
Ela não se oferece para me levar para comer dessa vez, então continuo andando ao seu lado.
— O que foi que aconteceu ali? — pergunto.
Estou tentando fazer uma piada, mas sinto algo estranho no estômago.
— Alguém tentou assustar a gente, só isso.
Olho para Ellie. Ela está toda confiante, exceto por seus ombros tensos.
— Mas e se ela tiver razão? E se não existisse nenhuma carta branca no tarô?
— Não — responde ela. — Não e pronto.
Mordo o lábio e desvio de um homem dançando na calçada.
— Não entendo como pode descartar algo tão facilmente considerando nossas circunstâncias — digo entredentes. — Não acha que...
— Porque a gente não fala sobre outra coisa? — sugere Ellie.
— Claro, tipo o que a gente vai fazer no próximo fim de semana? Ou que tal nós falarmos sobre o que fizemos no último fim de semana? Ou talvez a gente possa falar sobre...
— O nosso beijo — Ela me interrompe. Um sorriso malicioso surgindo no canto de seus lábios.
Ok. Eu não havia esquecido disso. É impossível esquecer disso. Principalmente por todas as sensações que ela me faz sentir. Mas depois de tudo o que aconteceu na taróloga, não estou com cabeça para falar sobre isso.
Dou um tapa na minha testa.
Como posso ter me esquecido disso?
— The Grand Boston!
— O que?! — pergunta Ellie. — O que é isso?
— Nós estivemos lá. Eu e você, no último fim de semana. Encontrei uma nota fiscal no bolso da minha calça jeans. — Ellie me observa contar tudo isso com uma leve expressão de irritação. — Levei Lily para jantar lá ontem à noite. Um garçom me reconheceu.
— Ei! — grita ela por cima do meu ombro. — Se encostar nela com isso aí, vou quebrar a sua cara!
Olho para trás e me deparo com um homem apontando um dedo numa luva de espuma para minha bunda. Ele se afasta ao notar o olhar mortal de Ellie.
— Porque não me contou? — pergunta Ellie baixinho, voltando sua atenção para mim. — Isso não é como uma taróloga, é algo importante.
— Não sei! Eu queria ter contado...
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INERENTE; ellie williams
Storie d'amoreMelhores amigas desde a infância. Apaixonadas desde a adolescência. Desconhecidas desde essa manhã. Todas as recordações desapareceram... Ellie e Daisy precisam trabalhar juntas para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com elas e o porquê. Por...