Thirteen; D

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Daisy

Ellie comprime os lábios e balança a cabeça negativamente. Ela quer sair daqui. Dá para perceber por sua irritação.

— Talvez a gente devesse voltar lá e fazer perguntas mais detalhadas — sugiro.

— De jeito nenhum! — diz ela. — Não vou dar corda para aquilo de novo.

Ela começa a se afastar, e considero voltar à taróloga. Estou prestes a dar meu primeiro passo na direção da loja quando o letreiro "aberto" é desligado. A loja fica escura de repente. Mordo o lábio inferior. Posso voltar quando estiver sem Ellie. Talvez a senhora converse comigo.

— Daisy! — chama Ellie.

Corro até ela, e voltamos a caminhar uma ao lado da outra. Enquanto andamos, conseguimos ver a fumaça saindo de nossas respirações. Quando foi que esfriou tanto? Esfrego as mãos.

— Estou com fome — digo.

Ela solta um riso nasal.

— Você está sempre com fome. Nunca vi uma pessoa tão pequena comer tanto.

Ela não se oferece para me levar para comer dessa vez, então continuo andando ao seu lado.

— O que foi que aconteceu ali? — pergunto.

Estou tentando fazer uma piada, mas sinto algo estranho no estômago.

— Alguém tentou assustar a gente, só isso.

Olho para Ellie. Ela está toda confiante, exceto por seus ombros tensos.

— Mas e se ela tiver razão? E se não existisse nenhuma carta branca no tarô?

— Não — responde ela. — Não e pronto.

Mordo o lábio e desvio de um homem dançando na calçada.

— Não entendo como pode descartar algo tão facilmente considerando nossas circunstâncias — digo entredentes. — Não acha que...

— Porque a gente não fala sobre outra coisa? — sugere Ellie.

— Claro, tipo o que a gente vai fazer no próximo fim de semana? Ou que tal nós falarmos sobre o que fizemos no último fim de semana? Ou talvez a gente possa falar sobre...

— O nosso beijo — Ela me interrompe. Um sorriso malicioso surgindo no canto de seus lábios.

Ok. Eu não havia esquecido disso. É impossível esquecer disso. Principalmente por todas as sensações que ela me faz sentir. Mas depois de tudo o que aconteceu na taróloga, não estou com cabeça para falar sobre isso.

Dou um tapa na minha testa.

Como posso ter me esquecido disso?

— The Grand Boston!

— O que?! — pergunta Ellie. — O que é isso?

— Nós estivemos lá. Eu e você, no último fim de semana. Encontrei uma nota fiscal no bolso da minha calça jeans. — Ellie me observa contar tudo isso com uma leve expressão de irritação. — Levei Lily para jantar lá ontem à noite. Um garçom me reconheceu.

— Ei! — grita ela por cima do meu ombro. — Se encostar nela com isso aí, vou quebrar a sua cara!

Olho para trás e me deparo com um homem apontando um dedo numa luva de espuma para minha bunda. Ele se afasta ao notar o olhar mortal de Ellie.

— Porque não me contou? — pergunta Ellie baixinho, voltando sua atenção para mim. — Isso não é como uma taróloga, é algo importante.

— Não sei! Eu queria ter contado...

INERENTE; ellie williamsOnde histórias criam vida. Descubra agora