1.1 Isto não está correto

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Já era tarde da noite, o vento frio quase congelava meus pulmões, aquilo não iria dar certo... Como eu fui ser tão irresponsável?... Eu não estou pronto para isso... Eu tenho um futuro pela frente!
Continuei caminhando pela calçada, olhando para as casas, jardins, e pela rua quase vazia quando meu telefone vibrou no bolso e eu o peguei para atender, era a minha mãe.

"Querido? Onde você está? Está muito frio! Você ficará doente meu filho!"

— Oh olá mãe... — Minha respiração pesou eu me senti tão idiota... — eu voltarei em breve não se preucupe mãe... eu só precisava de um ar...

"volte para casa meu bem... você sabe que não é seguro."

— ok mãe eu vou chegar rapidinho...
Virei-me nos calcanhares e fiz o caminho de volta para casa, eu nem tinha certeza se poderia olhar no rosto dos meus pais, eu queria tanto me dar um soco, após vários minutos caminhando eu cheguei em casa e destranquei a porta apreensivo e fui recebido por minha mãe com uma feição apreensiva que logo ficou aliviada ao me ver.

— Que bom ver você de volta meu bem, estava com medo de algo acontecer com você.

— você se preocupa demais mãe — Ela se aproximou e beijou meu rosto enquanto tirava uma mecha de cabelo dele.

— Claro que me preocupo! Lá fora está congelante, e depois que ela contou para gente eu fiquei preocupada do que você poderia fazer.

— eu não sou louco de fazer algo tão grave mãe... eu só realmente precisava de um ar e um tempo para refletir.

— Eu sei eu sei querido... mas... bem... se você quiser eu posso conversar com alguns colegas para arranjar um trabalho para você. — como sempre ela tinha aquele sorriso caloroso e amável no rosto, ela sempre foi a melhor mãe possível, como eu pude pensar que ela ficaria envergonhada de mim?

— eu ia ficar muito agradecido mãe — abri meus braços e a envolvi em um abraço caloroso e pude sentir ela respondendo o abraço e acariciando meus cabelos de forma afetuosa — desculpe te manter acordada até essa hora mãe.

— não precisa se desculpar, meu querido — ela beijou minha bochecha e saiu do abraço — agora vai pro quarto, vai vai xispa — ela disse de forma brincalhona e nós dois demos risada.

[———]

Eu mal conseguia respirar entre meus soluços, meu rosto estava encharcado pelas lágrimas, meu pai gritava enfurecido na sala com a minha mãe que quase não falava nada, eu estava tão aterrorizada.

"Eu vou matar aquele filho da puta!"

[———]

Respirei bem fundo e bati na porta enquanto mordia o lábio com o nervosismo, ouvi um murmúrio incompreensível e logo a porta se abriu, fui comprimentado por um homem mais velho, de cabelos castanhos, olhos verdes oliva mas com bolsas escuras logo abaixo deles, com uma pele levemente bronzeada, e estranhamente, vestindo bastante vermelho, ele parecia exausto e tinha uma carranca estampada em seu rosto.

— Posso te ajudar? — ele me olhou de cima a baixo com a testa franzida, ele realmente deveria estar louco para dormir um pouco — a pizzaria está fechada no momento.

— bem, uh... olá eu sou o novo vigia noturno — minha voz saiu de forma nervosa enquanto eu o olhava nos olhos, meu estômago se revirou pela ansiedade e eu sorri constrangido enquanto e inclinei levemente a cabeça.

Os olhos dele se iluminaram um pouco deixando menos óbvio o cansaço em seu rosto e um sorriso gentil se formou em seus lábios e ele deu alguns tapinhas no meu ombro antes de me puxar para dentro, ir caminhando ao meu lado e passar seu braço pelo meu pescoço quase me arrastando junto a ele.

Linhagem - Pizzaria Freddy Onde histórias criam vida. Descubra agora