Capítulo 19

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Ele ia me beijar! Pedro ia me beijar!

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Ele ia me beijar! Pedro ia me beijar!

O meu coração estava batendo tão depressa que temia ter ele saindo por minha boca. Uma ansiedade descomunal preenchia cada lacuna em meu corpo, eu estava sedenta, muito sedenta.

Meus lábios estavam secos, eu precisava sentir a boca dele sobre a minha, precisava experimentar a sensação de seu beijo. Saber se seria tão incrível quanto parecia em minha imaginação.

Eu queria que o meu primeiro beijo fosse com ele, porque bem no fundo da minha mente sabia que seria perfeito. Eu sabia que Pedro conduziria as coisas de uma forma que fosse boa para mim, sem pressão.

O anjo arrastou a mão até o meu pescoço, meus olhos se fecharam, a respiração saía em rajadas curtas e rarefeitas. Ele mordeu o meu lábio inferior, causando um incêndio em meu corpo, estremeci, arfando ante seu contato.

Um gemido flutuando de sua boca, quando sugou a carne sensível, sendo enviado para o meu baixo ventre, causou uma vibração intensa ali. Apertei seu braço com a minha mão livre, precisando me firmar, sentia que cederia, e olha que estava sentada.

— Anjo... — balbuciei, minha voz não passava de um sopro.

— Porra! Não acredito que estou fazendo isso. — Pedro apertou o meu pescoço, roçando os nossos lábios.

O contato foi febril, arrancando-me outro arfado. Mas antes que pudesse sentir a textura macia melhor, explorá-la como desejava, alguém gritou:

A bola, cuidado!

O anjo, de uma maneira rápida, me deitou sobre o lençol, caindo e cima de mim e sendo atingido pela bola de futebol, que bateu em suas costas, por pouco não foi sua cabeça.

Dois meninos, que deveriam ter no máximo dez anos, chegaram correndo até nos dois, suas expressões assustadas e temerosas.

— Desculpa, moço. Eu chutei errado — se explicou, fitando Pedro com arrependimento evidente.

Pensei que ele fosse gritar com o menino, ou pelo menos murmurar uma repreensão severa, porque qualquer outra pessoa faria isso, no entanto, o anjo, meu salvador, olhou os meninos, soltando uma longa lufada, se sentou novamente, e disse:

— Tudo bem, só tomem cuidado, poderia ter machucado a minha namorada.

O meu coração quase parou com suas palavras. Eu acho que ele nem se deu conta do que havia dito, mas confesso que, mesmo sendo uma mentira, amei ouvi-lo me chamando de namorada.

Parecia tão natural, corriqueiro. Eu queria ouvir mais vezes, o que era uma loucura, sabia disso.

Porém tudo o que aconteceu hoje era uma grande loucura. Percebi que ele me deseja, tive a prova agora pouco, e mais do que isso, descobri que Pedro era ferido pelo passado pela culpa.

Só Deus sabe o que a acarretou de fato, mas eu sinto que ele carrega uma culpa que não é sua. Por tudo o que me disse, podia dizer com certeza que a ex dele foi uma noiva abusiva e o destruiu psicologicamente.

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