LOYALTY II - O passado fica para trás

💍 Capítulo 53 💍

JEONG YUNHO

Yunho, impaciente, estava andando de um lado para o outro, e de minuto em minuto encarava o relógio da parede da sala, contando quanto tempo Mingi estava lá fora. Faziam quase quarenta minutos.

Ainda era dia, e desde que viu Mingi discutir com o pai daquela forma, se perguntou quanto Mingi havia guardado de mágoa por todos aqueles anos, e em todo o tempo que estiveram juntos como casal, já que nunca havia ouvido ele dizer nada tão forte como as palavras que havia desabafado mais cedo.

Obviamente estavam sob situação de estresse faziam dias, então entendia bem o que poderia ter contribuído para toda aquela explosão de Mingi, onde nunca havia visto acontecer. Não conseguia imaginar o quão ele estava fragilizado e tudo o que ele havia guardado dentro de si por tantos anos. Havia sido vítima de cárcere por Hongjoong, sofreu por dias na mão dele, quase morreu e agora seu pai apareceria de repente como se nada tivesse acontecido, cobrando um perdão que era tudo, menos sincero. Com toda certeza, no lugar dele, também surtaria.

Yunho assistia de longe todos trabalharem para tentar de uma vez por todas capturar Hongjoong, e quando os oficiais trouxeram para Arthur a informação de que na confissão, Song Kang-ho admitiu entregar Hongjoong justamente para ter créditos com a polícia e limpar a própria barra, e apenas isso. Yunho, a partir dali, passou a compreender a revolta de Mingi. O pai não queria o bem do próprio filho, mas sim só o bem de si próprio. Yunho sabia que Mingi não se dava bem com o pai, mas aquilo foi realmente o estopim até para si, pois ver seu amado desnorteado naquela forma, não teria como sair ileso. Amado, no sentido de, claro, Yunho admitiu mais cedo que ainda amava Mingi, mas tinha certeza que seu coração não voltaria a se entregar da mesma forma que antes, pois suas vidas haviam ido por caminhos tão distantes, que mal sabiam se um dia se reencontrariam.

— .... e ele disse que descobriu onde Mingi estava porque no alojamento onde a gangue dele habita, o grupo tem acesso aos rádios transmissores da polícia, então eles conseguem captar o sinal e saber de tudo o que está se passando nas delegacias. — Arthur explicou e Yunho respirou profundamente, encarando a tela do computador do amigo nerd, no qual reproduzia o áudio da confissão do Song mais velho.

— E imagino que era assim que eles também se safavam de estar nos lugares onde a polícia estaria presente, pra poderem cometer seus crimes livremente? — Yunho perguntou, cruzando os braços.

— Isso aí. — Arthur confirmou. — Roubo, tráfico de armas e drogas, e tantas outras coisas que não valem a pena serem ditas aqui. Essa gangue de Gangnam realmente é bem pesada, Yun. — Arthur disse, enquanto digitava no computador para que alguma inteligência artificial transcrevesse toda a confissão para que a polícia pudesse ter também além do vídeo, um documento..

— Por Deus, isso é horrível. — Yunho passou as mãos no rosto e olhou para o relógio mais uma vez. Já era uma hora da tarde.

— April, onde vai? — um dos oficiais perguntou, o que fez com que a enfermeira parasse e se virasse em direção a ele. Yunho logo levantou o olhar assim que a pergunta lhe chamou atenção.

— Vou levar os remédios do Mingi. Já deu o horário dele tomar. — explicou a enfermeira, e Yunho logo se virou para os dois, prestando atenção na conversa.

— Ele quer ficar sozinho, não pode fazer isso depois? — o oficial perguntou.

— Não. Se ele não tomar, não vai melhorar nunca. Ele está com as costelas fraturadas, fora a dor insuportável que ele reclama ter na cabeça por causa das concussões. — ela explicou.

— Eu levo os remédios pra ele. — Yunho logo se prontificou, andando até April.

— Magina, Yunho. Não precisa! Eu já sei a quantidade exata dos comprimidos que ele toma, então vai ser rápido. — Yunho encarou a mulher, ficando de frente pra ela enquanto o oficial parou ao lado dela. — E o Mingi não quer ver ninguém, eu só vou dar os remédios e sair de lá. — ela explicou e logo o oficial interrompeu.