— Caralho! — o gole de champanhe que Olga tinha acabado de dar voou longe quando ela esbravejou em Polonês.
— Laura... — seu tom de voz agora era mais ameno e aquele sotaque espanhol inesquecível quando ele falava meu nome fez o meu corpo inteiro se arrepiar.
A primeira coisa que me lembrei foi do beijo que ele me deu na praia, mas logo essa lembrança foi substituída pelo pesadelo que vivi na casa do pai dele, fazendo a raiva correr pelas minhas veias.
— O que está fazendo aqui? — fiz questão que ele sentisse minha irritação pela minha voz.
— Bom... é você quem está na minha ilha. — ele deu aquele sorriso torto, presunçoso, e acenou com a cabeça quase imperceptivelmente.
— Caramba, Laura! Esse é o surfista tatuado? — Olga me perguntou em Polonês.
— Agora não, Olo.
— Se for ele, vá em frente. — ela disse meneando a cabeça positivamente e, enquanto dava um gole na sua champanhe, media Marcelo de cima a baixo. — Com ele vale a pena trair qualquer marido.
— Você deve ser a Olga. — Marcelo disse a ela em Polonês e estendeu sua mão a ela.
Em Polonês!
Desde quando ele sabia falar polonês?
— Porra! — ela se engasgou mais uma vez com a champanhe e colocou a sua taça sobre a mesa.
— Desde quando você fala polonês? — indaguei a ele, completamente incrédula.
— Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe, Laura. — seu tom deu um ar de mistério em suas palavras.
— Ainda não me disse o que está fazendo aqui. — mudei de assunto, fazendo questão de soar com rispidez.
— Precisamos conversar. — é tudo o que ele diz.
— Não temos nada para conversar. — me ajeitei na minha cadeira e me virei para frente, tentando fugir do olhar dele.
Nacho estava parado bem ao meu lado. Um pouco atrás do meu ombro direito.
— Laura, por favor. — ele tocou no meu ombro e eu desviei do seu toque. Não por rejeitá-lo ou qualquer outra coisa, mas porque Nacho sempre comoveu meu corpo ao tocá-lo. Desde o primeiro dia.
— Eu já teria ido. — Olga murmurou em polonês fingindo que não estava ouvindo a nossa conversa.
— Você como amiga é uma excelente inimiga. — rosnei para ela.
— Por favor, Laura. — Nacho suplicou ao se mover e parar na minha frente agora. — Me dê algumas horas e eu te deixo no seu hotel.
— Massimo está vindo para Tenerife. — falei para provocá-lo, erguendo o meu queixo e mostrando a ele me orgulho.
— Ele vai demorar, no mínimo, umas 6h para chegar aqui. — Nacho me estendeu sua mão e eu encarei Olga do meu outro lado.
— Não me olhe assim, Lari. — ela fala se recostando em sua cadeira. — Eu já teria tirado a calcinha para ele.
— Você já entendeu que ele sabe polonês, certo? — a questionei, irritada.
— Foda-se! Eu não me importo. — ela disse se levantando e pegando sua pequena bolsa sobre a mesa. Segurou sua taça com força e derramou todo o conteúdo dentro da sua boca de uma só vez. — Vá com o surfista e chegue antes do seu marido. Se você não contar, eu não conto.
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Uma vida inteira com você
FanfictionE se Laura escolhesse lutar por sua família? E se Massimo decidisse tentar outra vez? E se Luca sobrevivesse ao atentado? Nota da autora: Essa fanfic é a minha visão do terceiro livro da Trilogia 365 dias de Blanka Lipinska. O nome dos personagens p...