Neblina

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~BLAIR~

Já era umas 19:20 da noite, estava escuro e todos estávamos na casa do Luc e da Lucy. Eu e Olive sentamos na bancada da cozinha, Megan na mesa quase que do outro lado do cômodo, Luc em cima da bancada e a Lucy andando de um lado para o outro entre a bancada e a mesa.

—Anda mais um pouco que você abre um buraco no chão –Luc diz mordendo uma maçã da cesta de maçãs da bancada.

—O que eles falaram pra vocês? Tipo, não falaram nada pra ninguém? –ela continuava andando, com a mão na boca roendo uma das unhas e a outra parada na cintura– eles tem que falar algo!

—Tá –Megan se levanta e vai até Lucy e segura em seus ombros, a fazendo parar de andar– beleza, você precisa se acalmar. Isso é algo que não diz a nosso respeito, estávamos longe de onde, seja lá o que foi isso, aconteceu.

Megan guiou Lucy até a mesa e ambas se sentaram. Luc deu um pulo do balcão pro chão fazendo um estalo alto, devido aos seus sapatos. Ele foi até a geladeira e pegou um pote de geleia de morango e entregou para Lucy.

—A mamãe que fez, pode comer tudo querida –ele abriu o pote e pegou uma colher pra' ela, bagunçou o cabelo da mesma e se sentou do outro lado da mesa.

O Luc é um chato, irritante, meio burro que só faz merda. Mas quando se trata da irmã, ele é a melhor pessoa do mundo. Por ser filha única, sinto uma pontinha de inveja, não tenho ninguém que me trate assim...que cuide de mim.

—Enfim –digo batendo na mesa ao me levantar– a cidade está em pânico, a Lucy está em crise então por que não comprar uma bebidinhas pra relaxar? Já íamos fazer isso mesmo

Dou de ombros e vou até o lado do Olive, pego as chaves dele e balanço na sua frente.

—E aí? –sorrio na esperança dele concordar, ainda balançando a chave, ele a pega com brutalidade da minha mão– aí.

—Vamos logo.

—Eeh! Voltamos já,já pessoal.

Saio com ele deixando os outros três conversando. E, dessa vez, chegamos ao carro sem nenhuma interrupção.

Fomos a uma conveniência que definitivamente não tinha problema sem vender pra quem tem idade ou não pra beber. Compramos alguns litros de bebidas, alguns energéticos e doces. Quando pagamos, saímos da loja e pude ouvir o sininho tocando conforme passamos, assim como quando entramos.

—Olha quem temos aqui... –fala uma voz masculina.

Olho pro lado com dois sacos de papel cheio do que compramos no braço, fazia barulho conforme eu andava por causa das garrafas, mas agora que parei, não faz mais.

—Os riquinhos da cidade nem aí pra o que aconteceu não é? Que surpresa!

Tento ver quem é, mas está meio escuro onde ele está, então só vejo seu corpo. Uma perna encostada na parede e outra dando apoio ao corpo. Calça rasgada, bota, um casaco xadrez na cintura e uma blusa preta. Pela voz e pela roupa...

—Vai se fuder Jack. –Olive fala abrindo a porta no carro.

O Jack era o maior pé no caso do mundo. Ele era filho de uma garçonete e estudava na escola do outro lado da cidade. Quase nunca nos vimos, mas quando acontecia, sempre fazia questão de insultar a gente por sermos ricos.

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⏰ Última atualização: May 04 ⏰

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