Música do capítulo: Daddy Issues - The Neighbourhood
Point of view Samanun
- Samanun, acho que você já pode ir.
Song disse aquelas palavras mágicas sem me olhar, permanecendo focada em fechar o caixa.
- Suas palavras soam como música aos meus ouvidos... – Choraminguei, num murmuro cansado.
Eu estava debruçada no balcão; meu corpo pesava toneladas, minhas pálpebras ainda mais. Tinha passado a noite em claro com Mon, e o dia na cafeteria havia sido intenso. Cada piscadela minha, era um sonho.
- Gente, o que deu na Sam? – Yuki entrou berrando; dando-me um bruto susto. – Até um cego estaciona melhor que aquilo.
Eu quis rir, porém meu cansaço não permitiu.
- Eu estou morta... – Ergui meu rosto para falar; meus olhos espremidos, estavam quase se fechando totalmente.
- Jesus, mulher! Vá dormir, você está horrível! – Exclamou ela, fazendo uma careta.
- O que ficou fazendo a noite toda, Samanun? – Song perguntou inocente.
Yuki e eu tivemos a mesma reação, acabamos exibindo o mesmo sorriso sacana.
- A noite toda? – Me olhou, pasma. – Que inveja... – Ela soltou aquilo, e fitou Nam com desdém; Nam na mesma hora olhou para a esposa com sangue nos olhos.
- Eu vou embora antes que isso aqui vire casos de família. – Me pus de pé. – Um beijo para vocês e por favor, não me esperem amanhã, não tenho físico para isso.
- Amanhã é sua folga, Samanun. – Song relembrou-me.
- Tinha me esquecido. – Eu disse. – Fui!
Eu segui para casa arregalando os olhos para conseguir enxergar; estacionei o carro de qualquer jeito e subi. Quando abri a porta, meus olhos bateram no sofá e.... foi amor à primeira vista! Fechei a porta, e após praticamente correr até o sofá, eu me atirei nele, deixando meu corpo exausto descansar no estofado macio.
(...)
Acordei meio zonza, sem saber onde estava; após achar meu celular tateando o estofado, constatei que já estava quase de manhã. A exaustão do dia inteiro na cafeteria, havia me nocauteado cruelmente, tanto que eu demorei séculos para assimilar que eu estava no sofá da minha casa.
- OH, MERDA! – Resmunguei em voz quase alta, dando um salto do sofá.
Eu tinha deixado minha garota dormir sozinha; ela certamente estaria furiosa quando acordasse.
Corri para o quarto, seguindo o corredor escuro; tropeçando em meus próprios passado.
Ao alcançar a maçaneta, respirei fundo, rezando para quando a porta fosse aberta, me deparasse com ela dormindo. Soltando a respiração, girei o objeto de inox, e empurrei a porta delicadamente. Vendo que a luz alaranjada do abajur iluminava parcialmente o local, meu coração disparou; sentada na cama, recostada na cabeceira, Mon segurava um livro em suas mãos, parecia bastante atenta na leitura. Trajando uma camisola de cetim branca, ela tinha os cabelos soltos, caindo todo para o lado direito, banhando seu ombro com os fios. Aquela peça de roupa ficava extremamente sensual em seu corpo; ressaltava sua barriguinha acentuada, que para mim era a coisa mais bela já vista por mim; e permitia que suas coxas grossas ficassem bem a vista.
A visão maravilhosa de seu belíssimo corpo coberto pelo fino tecido daquela camisola me fez estremecer; fechei os olhos rapidamente, apertando-os e, fechei a porta atrás de mim; no mesmo ato, Mon fechou seu livro, e lentamente ergueu seus olhos para encontrar os meus. Ela estava visivelmente brava, eu conhecia perfeitamente seus sinais; maxilar trancado; olhos pequenos, espremidos contra os cílios negros; lábios unidos em uma expressão cética; e a mania de cruzar os braços abaixo dos seios.
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The Last Coffee (Em revisão)
RomanceEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...