Encontros conturbados

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O sino da porta toca baixinho quando entro. O lugar ainda está vazio, as cadeiras em cima da mesa e poucas luzes estão acesas. O restaurante no qual começo a trabalhar hoje ainda está fechado.

Me mudei para Seul com meu melhor amigo, Jeon Hoseok, a cerca de seis meses e desde então, vivia pulando de trabalho em trabalho, todos por tempo limitado, já estava querendo me fixar em algum lugar fazia algum tempo e graças a uma recomendação do Hope, forma como chamo Hoseok, consegui emprego nesse restaurante.

Hope também vivia em Busan desde criança e somos amigos desde que me lembro. Estudamos juntos do jardim ao Ensino Médio e foi também juntos que decidimos mudar para Seul para estudar e trabalhar, porém, diferente de mim, o desgraçado teve a sorte de encontrar emprego na segunda semana.

— Jimin! — Ele me tira dos pensamentos. — Não vai ser difícil você se acostumar com a rotina daqui, só os bêbados que de vez em quando enchem o saco, mas é só não dar muita bola ou não deixar que falem o que quiser, que ficará tudo bem.

— Eles são clientes e se o patrão não gostar? — "O cliente tem sempre razão", é o que os patrões sempre costumam dizer.

— Não se preocupe. Hwasa não gosta de abusados e sempre nos defende em situações complicadas.

— Ent...

— Hoseok, vocês chegaram! — Uma mulher bonita com os cabelos compridos sai da parte de trás do restaurante com um lindo sorriso no rosto. — Esse é o amigo que falou?

— Sim, chefinha! Esse é meu amigo, Park Jimin.

Ela sorri enquanto me olha e assente.

— Ele é bonito e tem um olhar gentil. Ensine tudo para ele, tudo bem?

— Pode deixar.

— Não vou poder ficar aqui hoje, então, por favor, tome conta de tudo e me ligue imediatamente se algo acontecer.

— Muito obrigado pela oportunidade de trabalhar aqui — faço uma reverência e ela corresponde.

—Não precisa me agradecer. Confio em Hoseok e acredito que posso confiar em você também — Hwasa arruma a bolsa sobre o ombro e dá uma piscadinha. — Boa sorte e seja bem-vindo ao nosso restaurante.

Ela anda elegantemente até a porta e acena um tchau antes de finalmente sair.

— Ela gostou de você — Hope sorri. — Te explico tudo enquanto limpamos e arrumamos as mesas.

— Tudo bem.

O restaurante é daqueles que oferecem vários tipos de comidas típicas, é pequeno e aconchegante. As lanternas chinesas penduradas no teto deixa a ornamentação bonita, casando perfeitamente com as mesas de madeira escura. Pelo que Hope me disse, o restaurante é bem movimentado e posso perceber que ele não exagerou quando vejo o lugar lotado minutos depois de ser aberto.

O constante movimento de pessoas entrando e saindo é enorme. Mal uma mesa é desocupada, logo alguém vem, senta e faz seu pedido. Para nossa sorte, há duas cozinheiras no restaurante, o que faz com que os pedidos não demorem muito para chegarem aos clientes. O movimento agitado se mantém por boa parte da noite, finalmente diminuindo aos poucos.

Estou terminando de limpar uma mesa quando ouço o som do sino tocar e dois homens entrarem e sentarem em uma das mesas mais afastadas da entrada e próxima ao balcão do caixa.

— Jimin, atende aquela mesa pra mim, por favor. Tenho que pegar o pedido de um cliente — Hoseok fala ao passar por mim com o bloquinho de anotação.

O amor que respiro - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora