Alguns segundos passaram, eu não sabia se ele estava falando sério ou era apenas uma alucinação causada pelo meu antidepressivo. Assim que a ficha caiu eu gritei:
- O QUE?!?!?!?!
- Isso mesmo, filho.
- VOCÊ TÁ BRINCANDO COMIGO?
- Nunca falei tão sério, e além do mais, vai ser melhor pra mim comandar os negócios da empresa de lá.
- É A MELHOR NOTÍCIA EM SÉCULOS!
- E então? Vai ir morar comigo ou ficar em Nova York com sua mãe?
- Que tortura! É a mesma coisa que me perguntar se eu prefiro uma garrafa de vodka ou um baseado.
- O que você disse, Alasca?
- Eh... N-Nada pai, f-foi só uma suposição...
- Hm... É bom mesmo.
- Eh...
- Ok, é melhor você ir pra casa, afinal, você tem uma decisão a tomar.
- É, é mesmo, vou indo então, tchau pai!
- Tchau filho!Sai correndo do edifício, liguei pra Foxes, Becky e Violet, chamei elas pra minha casa, elas tem que me ajudar com isso!
Nenhum táxi parou pra mim, eles devem pensar que eu sairia correndo e não pagaria a corrida (o que realmente aconteceria, porque não tenho nenhum centavo no bolso), então fui caminhando.
Encontrei minhas vadias na portaria, subimos e conversamos bastante a respeito do divórcio e da mudança. Tudo o que fizeram foi me deixar mais confuso. Becky e Violet me disseram pra ir, conhecer mais pessoas, fumar maconha diferente e pegar um bronzeado. Foxes disse pra mim ficar, pois eu poderia ficar com muita falta de Nova York e das pessoas daqui, sendo assim, eu sucumbiria a depressão, já que tenho tendência e historico pra isso. Mandei todas embora, queria ficar sozinho e pensar um pouco, mas cinco minutos depois que elas sairam, Miles me ligou alegando que tem algo sério pra me falar, e pra nós encontrarmos no Starbucks, umas duas ruas atrás do meu prédio. Fui correndo, cheguei lá com uma horrível cara de preocupação, pedi um Frappuccino de brigadeiro e me sentei ao lado dele.
- O que você tem de tão importante pra me falar?
- Promete que não vai ficar bravo?
- Não prometo nada.
- Ah, enfim, minha mãe foi transferida pra Los Angeles, então...
- Então o que, Miles?
- Eu vou me mudar pra lá.Fiquei calado por uns momentos, pensando "será que isso é um sinal dos Orixás?"
- Alasca, você não tem nada a dizer?
- Miles...
- Pode falar.
- ISSO É PERFEITO!
- Q-Que?
- SIM, PERFEITO! PERFEITO!
- Se você queria se livrar de mim era só falar.
- NÃO! NÃO É NADA DISSO! É QUE...
- COMO ISSO PODE SER PERFEITO?
- Miles, meu pai vai sair de casa e ir pra Los Angeles, ele me chamou pra ir com ele, mas eu não sabia se ia, então, acho que isso são os deuses superiores dizendo pra mim ir.
- Então... PERFEITO!
- Então... quer ir lá pra casa comemorar a não separação?
- Ah, mas sua mãe não tá lá, Alasca?
- Não, ela tá trabalhando, temos a casa só pra nós.
- Ah, então vamos, espero não ter que sair correndo pela porta dos fundos só de cueca como aconteceu semana passada.
- Não foi nada demais, afinal sua cueca era linda.
- Claro, foi você quem me deu.
- Eu tenho um ótimo gosto pra roupas íntimas.
- Vamos parar de falar sobre minha cueca e vamos logo pra sua casa.
- Let's go.Fiz miles pagar um taxi, não sou obrigado a ir andando, afinal, dois quarteirões no Upper East Side dá uma longa caminhada.
Chegamos, fomos pro meu quarto, fizemos o que tinhamos que fazer, tomamos um banho e recebi uma ligação da minha mãe dizendo que ia chegar em casa mais cedo, Miles saiu às pressas (mas dessa vez, com roupa) e eu esperei minha mãe chegar pra mim conversar com ela.
- Mãe, precisamos conversar.
- Quer dinheiro pra que?
- Não é dinheiro mãe.
- Então é o que, Alasca?
- Vou me mudar pra Los Angeles com meu pai.
- VOCÊ O QUE?
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Quem sou eu, Alasca?
Teen FictionDopado, rindo, fumando, bebendo, conversando em grupos no Whatsapp, estudando, trabalhando, esperando a morte chegar. Isso é 120% da vida de Alasca Young, um adolescente feliz, apaixonado, depressivo, as vezes meio bêbado que resolveu escrever um li...