꧁•⊹٭𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 04٭⊹•꧂

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Aos poucos a consciência volta a mim, não tenho dificuldades com a luz, afinal, está tudo escuro.

Mas não um escuro que me impeça de ver onde estou.

Há várias ferramentas ao meu redor, estou no centro de tudo, minhas costas doem por estarem deitadas em algo tão duro quanto uma mesa de madeira.

Meus punhos e pés estão presos a ela. Puxo uma vez para ter certeza de que estou realmente presa e que tudo não passa de um maldito sonho.

É real.

E a minha frente há uma escada que dá para uma porta fechada.

Um porão. Definitivamente, um porão.

E de repente tudo se resume apenas a isto.

Estou dentro de um porão. Amarrada. E com uma puta dor de cabeça.

Não sei quanto tempo se passou desde que acordei com uma ressaca enorme, mas tudo parecia ser uma eternidade, flashs indo e vindo em minha mente me expunham a noite passada e percebi que me lembrava até o momento em que fui apagada em um estacionamento.

E quase abusada momentos antes.

Apenas encarei o teto por sabe se lá quanto tempo, lágrimas escorriam pelas laterais de meus olhos e as vezes eu fungava.

E agora era apenas eu e aquelas ferramentas macabras.

Nenhuma janela me informava se fazia dia ou noite, ou se era dia e virou noite.

Eu queria gritar e me debater até aquelas amarras me soltarem, ou até alguém aparecer, mas tudo o que fiz foi encarar uma lamparina prestes a morrer acima de mim. Assim como eu, diria.

Não havia motivos no mundo que me fizessem ter vontade de tentar novamente. Então apenas chorei. Por tudo e por nada ao mesmo tempo.

E o tempo passou...passou...passou. Mas podia muito bem estar parado.

E em meio a uma grande solidão e um abismo em minha mente, jurei ter ouvido um estalo.

Minha cabeça se levantou o máximo que pôde para olhar para o único meio de sair. A porta.

Única e completamente de metal. Por dentro havia apenas a tranca casual, mas obviamente teria mais por fora.

Afinal, eu já assisti a filmes de terror e etc.

Outro estalo, como se aquela porta estivesse sendo empurrada do outro lado.

Algo em mim se agitou, a ansiedade pelo próximo instante e a porta enfim abriu.

E dela entrou o mesmo homem da boate, era impossível confundi-lo, em uma roupa agora mais casual, os cabelos despenteados é muito obviamente, estressado.

Quando me notou desperta, parou um pouco.

Pensei que estivesse morta, Emi — então ele riu e tocou um botão que fez com que uma luz forte se acendesse logo ao lado daquela que morria. Bem acima de mim.

Sentindo minha garganta arranhar e protestar, ordenei:

Nunca mais me chame assim — e deitei novamente, meu pescoço já doía pela posição.

Ouvi um ruído de algo sendo depositado na mesma mesa onde estava deitada, e mesmo que a curiosidade fosse um instinto, não senti vontade de saber o que era.

Não está em direito de escolher nada. — ele disse indo em direção a uma bancada cheia de materiais. Aquela sua frase ditava que era o fim de qualquer conversa.

𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora