Parte I - Ódio Recíproco. Cap 1: como atrapalhar seu colega de trabalho.

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AVISO 1: para não ofender ninguém, e nem causar estereótipos, eu não coloquei nenhuma gíria ou sotaque de nenhum dos estados que apareceram na história.

AVISO 2: para melhor organização, a fic será divida em duas partes. Boa leitura :D. 

 Final de junho e começo de férias, o sonho de todo mundo que havia trabalhado nos últimos meses, e um alívio para todos os regentes que não aguentavam mais a gritaria que andava acontecendo.

Sandro e Ricardo nunca tiveram as melhores das relações entre colegas de trabalho, na verdade, alguns consideravam aquela a pior dupla de todas. As farpas incessantes que aconteciam a todo momento, as infinitas brigas bestas que ambos davam um jeito de arrumar, e até mesmo a competitividade absurdas deles, era comum, e até cotidiana para todos que trabalhavam com eles, mas nesse último mês, ficou insuportável.

Tudo isso dava a estranha impressão de que ambos queriam chamar a atenção um do outro, por qual motivo? Ninguém sabia ao certo, a maioria tinha a teoria que esse ódio não passava de um disfarce malfeito para o real sentimento que eles nutriam, ou talvez, fosse só ódio mesmo.

Porém, isso não importaria mais, até porque, era o último dia de trabalho, então tinha pouco trabalho, todos estavam em um clima mais leve e de bom humor, quer dizer, nem todos estavam assim.

O paulista olhava com desdém para a porta do carioca, a música era tão alta, que era possível ouvi-la de maneira clara por quase todo o corredor, e para piorar a situação, era aquele clássico funk obsceno que Paulo estava cansado de ouvir, graças a Ricardo.

Respirando fundo, o emo entrou no escritório, lá música estava mais alta, chegando ao ponto que ele não conseguia ouvir os próprios pensamentos. Ao olhar na mesa, podia ver claramente que o platinado estava mais cantando do que trabalhando.

– Ricardo! – Sandro chamou, mas não foi suficiente.

Com a raiva já consumindo seu corpo, Paulo apelou para a gritaria.

– OH SEU MERDA! – gritou com raiva.

O carioca se assustou e rapidamente pausou a música, ao perceber que o paulista estava na sala, um largo sorriso cresceu em seu rosto.

– O que foi Tchutchuca? – perguntou brincalhão.

A postura de raiva que o paulista sustentava até aquele momento, caiu sobre terra.

– Eu já te falei pra você para de me chamar desse jeito! – respondeu meio sem jeito.

Agora seu sorriso se tornou malandro.

– Tá bom, tá bom – brincou – O que foi princesa?

O rosto de Sandro ganhou um tom de vermelho, não sabia ao certo se era por raiva, ou vergonha, mas isso sempre acontecia, e como Ricardo sabia que isso o desconcertava, ele fazia com frequência.

– Eu... eu preciso do relatório da exportação que eu te pedi semana passada – falou desconcertado – Pra agora!

Neste momento o carioca se endireitou na cadeira e começou a abrir abas e programas numa rapidez digna de um maratonista.

– É... era pra hoje? – indagou sem jeito.

– Porra, Ricardo, eu preciso disso agora! – exclamou já com a paciência completamente perdida.

– Poh, o que eu ia fazer, eu tava cheio de trabalho! – proferiu com um pouco de revolta.

– Cheio de trabalho? Faz duas semanas que eu só escuto essa merda de música na sua sala. E agora pouco você tava cantando igual um retardado!

Tramoia I PAUNEIROOnde histórias criam vida. Descubra agora