Capítulo 3

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Lay me disse que já havia chegado há dois dias, e por esse motivo já conhecia outras pessoas. Por onde ela passava cumprimentava pessoas que era a primeira vez que eu estava vendo. Chegamos ao refeitório que é um salão que fica logo atrás do edifício enorme onde vamos ter as aulas. O chão do refeitório é todo de mármore preto e tem diversas longas mesas do mesas também de mármore preto e bancos largos que não consigo identificar o material, todos pretos. O dono desse lugar deve gostar muito de preto, eu penso. Do outro lado do salão está uma bancada com todo tipo de alimento, pra todos os gostos. O ar no salão está com um cheiro ótimo, uma mistura de doce e salgado, um pouco do aroma de cada tempero e alimento. O cheiro faz meu estomago roncar. Lay está puxando meu braço. Olho para ela e ela se inclina para mim e sussurra:

-Quero que conheça alguém.

Eu apenas assinto. Ela para na frente de um garoto de mais ou menos 1,85, que tem cabelos ruivos e olhos verdes esmeralda e ele sorri. Tem dentes perfeitamente brancos e alinhados e se parece muito com Clarisse, a moça da recepção. Ele é lindo. E eu me surpreendo ao ver que ele está sorrindo não só para Lay, a perfeição ao meu lado, mas também para mim. Não consigo evitar retribuir o sorriso.

-Alex, essa é Lia minha colega de quarto. Ela chegou hoje. – diz Lay, também sorrindo - E Lia, esse é Alex. Ele é da nossa turma também.

-Prazer em conhece-lo – eu digo, sorrindo calorosamente para ele.

Ele pega minha mão e leva aos lábios e se demora ali um instante a mais do que o necessário. Sinto o rosto esquentar.

-O prazer é todo meu – diz ele dirigindo um meio sorriso deslumbrante para mim.

Lay ri baixinho e diz:

-A gente se fala depois do jantar.

Ele assenti e sorri uma ultima vez antes de se virar e sair.

-Ele é um gato, não é ? – Lay, com um tom de malicia na voz.

Eu rio do jeito dela e respondo:

-Sim, ele é. Muito gato.

Lay e eu vamos até a bancada das comidas e eu me lembro um milhão de vezes que não posso comer demais. Tento me lembrar que se eu quebrar minha dieta todo o esforço de desde os meus 11 anos de idade até os meus atuais 20, será em vão. Consigo me libertar do desejo e encontro pão integral com patê e salada e quase pulo de alegria. Inclino-me para procurar um suco de maracujá em meio aos outros sucos naturais e quase grito de susto quando escuto uma voz masculina sussurrar ao meu ouvido:

-Seja muito bem-vinda, amor.

Viro-me depressa para começar a gritar com qualquer que seja o causador do meu mini enfarte, mas perco a voz. Na minha frente está o homem mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. A pele dele é branca, mas de maneira nenhuma pálida e ele têm cabelos negros, tão negros que nem com tinta seria dessa cor, que caem em cima de seus olhos. Seus olhos. Ah. Meu. Deus. Seus olhos são de um dourado tão lindo, tão forte, que não pensei que fosse capaz de existir olhos dessa cor. Até o sol teria inveja. Mal percebo que estou de boca aberta até que volto a mim. Ele conseguiu me deixar desnorteada apenas em me olhar. Ele não fez nada além de me olhar. Não é possível existir alguém tão bonito assim. Chega a ser errado. Ele é o tipo de cara que minha mãe diria que é o mal encarnado que veio para fazer as garotas se perderem na Terra. E ele sabe que tem esse efeito sobre as garotas. Agora mesmo ele está com um sorriso orgulhoso e parece muito satisfeito consigo mesmo. E estou com raiva por ele ser tão convencido e estou tentada a lhe dar uma joelhada em seus países baixos para tirar esse sorrisinho da cara dele, mas me contenho. Ele está me oferecendo uma garrafinha de suco. E percebo que é suco de maracujá que eu estava procurando. Droga. Dirijo a ele meu melhor olhar irritado e um sorriso mais irritado ainda.

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