Capítulo 08.

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Pov: Park Chaeyoung.

— Oi, papai.
— Eu disse, e agarrei o telefone no meu ouvido.
— Pequena Esquila!
Meu coração estava prestes a explodir de alívio. Quando meu
telefone tocou, eu esperava que fosse a organizadora do casamento. Jill
tinha chamado, em média, quatro vezes por dia desde de que eu
encontrei com ela na semana passada. Foi divertido planejar um
casamento, mas cansativo. Segurando minha pequena sacola de
supermercado, sai da loja de volta para o hotel até a rua.

— Como você está, garota?
— Eu estou bem, pai. Apenas correndo para alguns compromissos.
— Compromissos? Você não deveria estar em casa na cama?
—Sua voz ficou preocupada.
— Sua mãe disse que você estava doente.
— Foi apenas uma infecção no ouvido. — Eu expliquei,
deixando de fora que tinha sido uma das piores. E cem por cento
induzida pelo estresse.
— O médico me disse para ter calma por alguns dias.
— O que eu fiz, com Jisoo ao meu lado o tempo todo. Ela tinha
sido tão normal e doce, como uma noiva real. Me levando ao médico,
controlando a medicação e tendo certeza que eu comia corretamente.

Mas algo em eu estar doente, obviamente, a irritou. Como se ela mesma precisasse me curar. Ainda assim, sua atenção e massagem, a melhor do mundo, me estragou, fiquei mimada.
— O que você está fazendo, papai?
— Oh, muito pouca coisa. Peça a sua mãe para parar com a agitação em cima de mim o tempo todo.
— Ah, ela só te ama.
Deus, isso foi maravilhoso. Tinha sido um longo tempo desde
que eu tive uma conversa dessas com meu pai. Como se ele estivesse
lá... Todo o momento e lúcido.
— Lhe tratam bem no trabalho?
— Ele perguntou.
Eu sorri. Se ele soubesse o quão bem.
— Sim, é claro.
— Há alguma pessoa especial em sua vida?

Engoli em seco e a brisa da primavera bateu no meu rosto
enquanto eu caminhava um pouco mais rápido. Agora é um momento
perfeito para dizer a ele. Dizer que Jisoo e eu nos casaríamos. Eu
abri minha boca para tentar, mas as palavras não saíam.
— Chaeyoung... — Ele me repreendeu. — Você trabalha muito duro.
Você precisa ter tempo para si mesma.
— Eu sei, pai. Eu só, eu estou muito ocupada. Mas eu tenho
alguns amigos no trabalho e ter Emma aqui tem sido maravilhoso.
— Bem, isso é bom. Eu só não quero que você se prive de outras
coisas. O que esse idiota fez é imperdoável.

— Papai, eu sinto muito sobre Tim e o dinheiro.
— Tim? Esqueça aquele safado. Estou falando de Jungkook. Ele é o
verdadeiro perdedor. Ninguém machuca minha menina como ele fez. Ele
vai ter o dele, Pequena Esquila. Você só cuide de você e não tenha medo de
chegar lá. Você é um tesouro, querida.

Se eu não estivesse fazendo malabarismos mantendo em uma
mão as compras e meu celular na outra, eu teria enxugado as lágrimas
que revestiram os meus olhos.
— Obrigada, papai.
— Isto não é nada estranho, ok? Eu falei tudo isso para você na
semana passada.

Agora as lágrimas surgiram por uma razão diferente. Falei com
meu pai pelo menos duas vezes por semana, mas esta foi apenas a
primeira vez que ele me ligou e sabia quem eu era.
— Tudo bem, papai. Eu te amo.
— Eu também te amo, Pequena Esquila.
Ele desligou e alguma coisa no fundo do meu peito doía. Eu não
sabia quando eu o ouviria falar assim comigo novamente. E se ele
nunca mais fizer isso? E se essa for a última vez que meu pai teve ‘um
bom dia’?

Alcançando a entrada do Hotel Kim, percebi por que eu não
tinha contado a ele sobre Jisoo. Apenas conversaria com ele,
enquanto ele pudesse entender. E eu não queria que uma das melhores
conversas, talvez a última em que ele sabia quem eu sou, fosse
contaminada com uma mentira.
Eu ia casar com Jisoo. Mas quando meu pai me perguntasse
se eu a amava, e ele perguntaria, eu teria que dizer sim. Viver uma falsa
realidade era uma coisa. Admiti-lo em voz alta era outra. Mas mentir
para o meu pai?

Nunca.

Slowly possess me. Chaesoo G!P Onde histórias criam vida. Descubra agora