Conteúdo:Pais abusivos e controladores.
Existia uma adolescente que ninguém a conhecia direito, sempre escondida,estranha e acanhada em seu próprio mundo.
Vivia sendo chamada de "Wandinha"ou a"bebê da mamãe"e isso era constante.
Dizia que ela falava quase nada,não opinava sobre nada,não se divertia e nem conhecidos na escola tinha.
A única coisa que ela tinha era inteligência,era o que não faltava nela e parecia ser a única coisa que ela tinha e fazia no seu tempo livre.
Lia,escrevia,só respondia os professores quando precisava muito e sempre vivia de moletom,capuz sempre e calças muito longas,luvas nas mãos e as vezes usava até máscara.
Podia fazer o calor que quisesse,mas nada ela tirava e isso fazia os outros questionarem.
"Que menina esquisita,o que ela esconde aí?","eu conheço essa menina lá no meu bairro,dizem que ela toda mimadinha com os pais,é só mais uma emo depressiva!",os outros riam em grupo perto dela e ela escutava.
Mas como sempre,ela nunca se importava e a única coisa que ficava,era sua cara carrancuda quando ela se aproximava deles.
As pessoas na maioria das vezes a olhava torto,como um inseto,a "diferentona",a "mais sofredora do mundo,peguem um lenço para ela,pois a querida vai começar o seu show!"
Seu nome era Milena,uma garota classe média que quem visse sua familia,diria na hora "nossa,que inveja a minha em querer ter uma família dessa,essa casa,esse carro,esse cachorro,esses pais..."e assim vai a chuva de elogios.
Quem diria em?Alguém terá que contá-lo que nenhuma família vai ser perfeita,por que a deles seria?que tolice.
Ela era jovem,com um futuro pela frente,era para ela ter sonhos,esperanças,desejos e a vontade de explorar o mundo a fora.
Era...
Ela tinha 17 anos e terminava o ensino médio,quase no final do ano e em casa,sua ansiedade vinha a mil.Ela chega em casa cansada,exausta de tanto estudar e se esforçar na aula,ela sobrevive mais um dia na escola e com as pessoas,suas tarefas estão feitas e bem,suas provas também vieram para ela.
Querida,se você conseguisse ouvir e ver por trás das cortinas,você vai saber que aquela garota não tinha mais nada.
Seus queridos sonhos foram destruídos a muito tempo,suas esperanças de um lar melhor?ela nem podia pensar e nem conseguia.
Já que...-!
Sua mamãe a esperava pela porta de entrada,já sabendo que a escola entregou os boletins,enquanto Mirela segurava o fôlego para entrar.
-M-Mamãe...bom dia pra senhora...-Ela anda em direção a casa,tirando seu casaco,revelando seus cabelos ondulados e mal cuidados,além de...ronxas e mais ronxas,cortes em seu braço,perna,joelhos,rosto e em sua cabeça era o pior.
Ela não gostava de lembrar daquilo.
Sua mãe a adianta:
-vamos,vamos,seu pai daqui a pouco vai chegar e eu tenho uma surpresinha pra ele...-Ela sorri maliciosa e Mirela se enoja,não queria que ela fosse transar logo naquela idade,não queria ver o seu irmão sofrer a mesma coisa.
-Mirela,MOSTRE o seu boletim,ANDE-Ela ordena pela demora e Mirela corre em busca do seu boletim na bolsa.
-Eu tô tentando mãe,mas...Ah!achei...-Ela encontra o boletim e treme ao ver sua mãe pegar.
Ela observa cada detalhe de seu rosto,temendo o pior.Sua expressão estava tranquila,até que ela para de ler e pega uma lupa para ver melhor.
-Está me dizendo que...?!-Sua expressão se torna arrogante e fria,Mirela congela de medo,seus olhos vidrados a si,exigindo explicações,faz ela atropelar as palavras.
-M-Mãe,a prova t-tava muito difícil e...e...foi uma das melhores not-Sua mãe a interrompe,a calando.
-Querida,nós JÁ conversamos sobre tirar 7 na matéria que vai te ajudar a ser MÉDICA no futuro,você sabe bem disso-Ela a olha fria.
-E não tem essa de melhor nota da sala",eu quero um 10 preenchido em cada quadrado de notas que estiver aqui,VOCÊ SABE BEM DISSO MOCINHA-Sua voz é mais grossa e alta,ela se levanta de onde estava e a agarra pelo braço.
-Mãe,não faz isso,POR FAVOR MÃE-Ela olha para onde elas estavam indo e se desespera.Um nó é formado pela sua garganta e ela não consegue respirar.
Ela não queria,mas não podia dizer não,ela não aceitaria e seria pior para si.
-Mais que desgosto de filha que eu tenho,uma filha burra!OLHE QUE ENGRAÇADO!!POIS VOCÊ NÃO VAI SER,NEM QUE EU TENHA QUE TE FAZER ENGOLIR TODAS ESSAS CONTAS MATEMÁTICAS POR MIM.MESMA!!
Mirela chora,sente a sua ruína se aproximar pela milionésima vez desde que era pequena,mas a dor era a mesma.
"Por que eu tenho que passar por isso?eu não a suporto,eu só queria ser livre..."
Era seu pensamento.
Sua mãe a leva até o seu familiar quarto de estudos,onde dizia ser o cantinho tranquilo dela.
O que?te dizeram isso?
...
Seu braço é soltado,formando mais ronxa de várias que ela tem,Mirela é obrigada a sentar na cadeira e a escuridão já se fazia presente.
Sua mãe
-OLHA O QUE VOCÊ ME FAZ!!VOU PERDER MINHA NOITE DE PRAZER POR SUA CULPA,SUA.CULPA!!,DESGRAÇADA!,ANDA!!PEGA LOGO A PORRA DESSE CADERNO!-Ela grita na sua cara,vermelha e arrogante,ela sente as goticulas de saliva em sua cara,ela não fala nada e pega seu caderno.
Sua mãe liga a lâmpada bem em sua cara,sua visão dói,a pouca luz mostra a verdade da casa,o que não contam a ninguém.
Ela chorava,caía lágrimas no papel e a cada lágrima,sentia sua mão batendo em si.
-FAZ DIREITO INÚTIL,QUANTO É A RAIZ QUADRADA DE 144?ANDA!!
-É-é...espera,E-ESPERA!!-Sua mãe pega o seu cinto,já guardado em seu quarto e ela sente sua perna arder como fogo,insuportável,o ferro também tinha batido.
Ela grita de dor e soluça de angústia,quando isso poderia parar?
Sua própria mãe a humilhava todos os dias.
-DIZ LOGO MIRELA,FALA!!-Ela bate de novo,mas em seu braço,ela se contorce de dor,sentindo a dor emocional e física a corroendo por dentro,enquanto ao mesmo tempo,luta pela resposta.
-É 12,,DOZE!,AGORA POR FAVOR PARA...POR FAVOR...-
-Hum,agora para equação de segundo grau!
Ela chora calada,obediente,mas com os olhos lhe dizendo tudo o que sentia naquele momento de dor emocional e física.
Assim que terminam a "aula",sua mais querida mãe pega os primeiros socorros.
-Você sabe como funciona,CALADA como sempre.
-Sim,eu sei...
-Agora venha logo,vou lhe mostrar algumas coisinhas,você já é moça.
Chegando em seu quarto,sua mãe pega um espartilho,vestidos,fotos de pessoas e maquiagens.
Sua expressão de raiva se transforma em gentileza e nem parecia a mesma pessoa.
-Olhe só minha bonequinha perfeita!coloque essas coisas agora para eu ver como fica.
Ela coloca as coisas que ela pegou,mas sente seu espartilho muito apertado,até demais.
Ela sai e sua mãe a trata completamente do oposto a algumas horas.
-Que linda e comportada que estar,como uma delicada e linda boneca de porcelana,não acha?
Ela não fala,não respira e sente sua barriga doer mais que o cinto de sua mãe.
Ela tenta respirar fundo,tenta não chorar,tenta não parecer frágil,mas suas lágrimas caem da mesma maneira.
Mas sua mãe não liga e pega as fotos.
-Olhe isto que eu encontrei,que desgosto,namore com ele e não garanto que estará viva no outro dia...-Ela fala baixo e ameaçador,ela se arrepia e sente novamente suas lágrimas correrem pelas suas bochechas e pescoço.
-Como você é dramática,sensível demais,burra demais,masculina demais!Uma mulher da igreja me aconselhou a te recomendar um namorado,olhe,eu conheci esse e vai ser maravilhoso!
Os pensamentos da sua cabaça também param e ela congela.
"Não é possível que ela me fará eu me casar com um cara que não conheço em pleno século 21!"
-Ah e nem pense em discordar,ele já vinha te admirando faz tempo e agora tá querendo pegar seu número.
-Eu...eu só não quero namorar mãe,não agora,só...por favor...-Ela sente dificuldade na fala,mas consegue dizer o que queria.
-Vá imaginando querida,todas as filhas das minhas amigas estão namorando,cheio de babado com elas,só menino rico e gato,o que será de mim em ver minha filha sendo uma solteirona na vida?não,não,eu quero netos.
Ela ia responder sua mãe,mas sente uma dor terrível em sua barriga,uma dor insuportável e quando tosse,encontra sangue em sua mão,vendo ela em duas.
-O que aconteceu criança?mas frescura pra cima de mim?Deixa eu ver isso.
Ela perde o equilibro e cai na cama,ela desesperadamente tenta tirar seu espartilho.
Sua falta de ar era grande e a dor mais ainda,ela sentia a adrenalina do momento e não percebia que a sua mãe a xingava de todos os nomes e palavrões conhecidos,mas ela não escutava nada.
Aos poucos,ela sente seu corpo amolecer e sua visão escurece.
Ela desmaia de fome e falta de ar.
Por ela,ela queria ficar lá,no escuro,sem gritaria da sua mãe,nem olhares de desgosto e nojo pra ela,queria permanecer onde parecia ser seu lugar.
Seu lugar não era na terra e ela não suportava a ideia de ter que ficar nela.
Nem por um minuto a mais,pois aliás,como conseguiria?como alcançaria o topo se ninguém está ao seu lado,se viver não era mais uma opção para ela.
Se sua mãe a obrigava a viver naquele ciclo todos os dias de espancamento por:comparações,notas baixas,uma fala alta,um controle quebrado,um dia de gripe ou apenas não aceitar ter um namorado.
Quando obrigatoriamente sua mãe a levou no hospital,sua mãe a ligou dizendo que os médicos descobriram as causas das ronxas e cortes profundos em todo o seu corpo,sua cabeça tinha uma cicatriz terrível.
Ela obrigatoriamente contou que essa cicatriz foi quando ela tinha seus quase 4 anos e pela primeira vez,foi espancada.
Sua mãe tinha passado por uma noite de estresse por conta de seu pai ter bebido até tarde da noite,sobrando pra ela.
Sua raiva foi descontada nela após mais um pequeno estresse na hora de comer e a pegou pela cabeça,batendo e batendo na parede até sangrar.
Mas não suficiente,ela ainda batia e batia até sentir sua filha mole e com o choro parando.
Ela viu que isso tinha causado uma ferida muito séria e foi ao médico,mentindo que ela havia caído de cabeça em um lugar alto.
Depois da recuperação,sua mãe decidiu que não havia problema em educar ela daquele jeito.
Sua mãe então pediu que sua filha se suicidar-se,para que achassem que tudo isso foi dela e que estava em depressão.
Sem contar aos médicos,esperou e saiu com sua mãe do hospital.
Já era horas da noite e a rua não estava movimentada,sua mãe foi para sua casa,largando ela e dizendo que era para ela ir logo com aquilo.
Qualquer um em prazer na vida não aceitaria,mas por ela,aquilo era tudo que queria e desejava desde pequena.
Então ela se prepara em uma ponte,fica de braços abertos ao ar e se joga,sentindo a uma última vez o vento frio e calmo sobre ela.
Já estava perto de seu aniversário de 18 anos e foi o melhor presente de aniversário que ela tinha ganhado.(1968 palavras.)
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Esse foi mais curto,mas sei que várias(não todas)já tiveram esse desejo.
:).
Melhoras para todo mundo que estiver passando por essa situação ♡.
Espero que isso nunca venha acontecer com você!
E eu também ksks.
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...Contos abusivos...
HorrorNão sabemos do porquê,mas as vezes queremos sentir o que outras pessoas já sentiram.Uma dessas coisas são tópicos sensíveis que aconteceram com pessoas reais,como ser estrupado,assediado,assassinado,afogado,abusado fisicamente e emocionalmente em to...