As vermelhas significam amor

   As folhas verdes balançavam fortemente na direção do vento, contrastando com o marrom de seus longos troncos. As mais diversas flores reluziam os lindos tons da primavera. Algumas delas, porém poucas, ao redor de um pequeno lago de azul bem forte e claro, o mesmo tom de azul do limpo céu que, por sua vez, tinha orgulho de presenciar as risadas das duas crianças. Elas corriam e brincavam com o chakra de seus pés enquanto subiam e desciam os morros ali por perto, os dois garotos iam e voltam sempre para o mesmo lugar a onde se encontravam todos os dias.
   Hashirama, o mais velho, consequentemente mais alto, tinha um curto cabelo marrom e vestia roupas claras na maioria das vezes, porém, hoje ele estava com cores escuras, bem parecidas com as de seu melhor amigo, Madara, que ali vestia a mesma roupa de sempre, um manto azul escuro e um cinto lilás amarrado num top em sua cintura.
   Eles riam alto a todo momento, até que enquanto corriam, Hashirama acabou empurrando sem querer o menor dentro do lago. O amigo, irritado, balança rapidamente as curtas madeixas pretas que pingavam em seu rosto.
   — Hashirama!! — exclamou emburrado.
   — Desculpa. — respondeu segurando a risada. — Quer ajuda?
   — Quero. — afirmou rapidamente.
   Hashirama se aproximou na beirada do lago e estendeu a mão para o melhor amigo.
   O moreno nadou até mais perto e segurou com força a mão bronzeada do amigo. No mesmo instante, sem tempo de Hashirama pensar algo, ele foi puxado para dentro do lago. Madara, por sua vez, agora ria do amigo molhado.
  — Não acredito Mada! — gritou o mais velho.
  — O que foi? — olhou pro amigo. — Eu não vou tomar banho no lago sozinho!
  Hashirama nadou até o amigo e pulou em cima dele.
  — O que você está fazendo idiota?!
  — Te abraçando!
  Madara se soltou emburrado e flutuou levemente para o trás.
  — Isso parecia mais uma tentativa de afogamento! — acusou fazendo o outro cair em gargalhadas.
  Os dois garotos continuaram brincando mais um pouco ali; até que Hashirama avistou uma flor diferente das demais que ali havia, do outro lado do lago, uma pequena rosa vermelha contrastava com o verde da alta grama que lhe cercava e diferenciava-se das outras tonalidades de flores ao seu redor.
   Hashirama se esgueirou até a borda e saiu calmamente de dentro do lago sem tirar os olhos daquela glamurosa flor que lhe encantava. Seu amigo, mesmo confuso, resolveu o seguir, porém este não conseguia enxergar a flor e nem sua beleza que preendeu a mente do mais alto. Hashirama parou na sua frente, de pé, olhando-a por cima. Madara aproximou-se e parou ao lado do amigo, agora via a flor também.
   — Que linda! — exclamou baixo, virou a cabeça e encarou o amigo. — Não concorda?
  Entre eles ficou um pequeno silêncio, se não fosse pelo vento batendo na árvores e os pássaros cantando no céu.
  — Meu irmão me disse que as vermelhas significam amor. — comentou com, por mais incrível que pareça, uma voz delicada e pensativa. — Mas não tenho certeza. Só sei que ela realmente é muito bonita.
  O mais alto então se abaixou e parou na frente da flor, segurou-a e puxou com delicadeza. Os dois garotos observavam a rosa que, inconscientemente, lembrava-os de pessoas específicas. Hashirama se levantou, e o outro, confuso, pegou a rosa sem tirar os olhos de quem lhe entregava. O garoto de cabelos marrons tentava manter contato com o de olhos negros como a noite, porém falhava.
   — Não sei muito sobre flores, mas, se quiser, você pode levar em consideração o que seu irmão te disse! — embolou-se com as próprias palavras— Eu tenho que ir, até amanhã!
   Madara olhava atentamente para a pequena rosa em sua mão; aquela frase ainda percorria em sua mente enquanto seu melhor amigo desaparecia entre as árvores. Por mais simples que fosse aquela situação e o curto ato de receber uma flor, o moreno ainda não tinha conseguido processar aquilo. Foi inesperado, e era exatamente este inesperado que ficaria guardado em sua memória pelo resto da vida, como sua melhor lembrança.

  Fim
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História inspirada em Flores de Yawaifuboy