Capítulo 2

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São  4 da manhã Não consigo desligar meus pensamentos Desejando que essas memórias desapareçam Mas elas nunca desaparecem.

Snap - Rosa Linn

     Na próxima segunda, vou ter meu primeiro dia de aula em uma nova escola

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     Na próxima segunda, vou ter meu primeiro dia de aula em uma nova escola. Odeio mudar de país e ter que recomeçar tudo de novo.

       Estou nervosa, não porque serei uma novata, mas porque essa escola é uma das coisas que ficaram no meu nome após a morte do meu pai.

       Pedi e implorei para que Letícia me colocasse em outra escola, mas foi em vão. Ela nunca me escuta.

        Pelo menos, terei meus amigos por perto.

       — Onde estão os outros? — Estou em frente ao espelho, arrumando meus cabelos e passando delineador nos olhos. — Ninguém mandou mensagem para eles?

       — Nem peguei no celular hoje. — Respondo e dou de ombros quando ela olha para mim. A verdade é que só tenho celular para fazer ligações ou trocar mensagens com meus amigos; se não fosse por eles, nem teria um.

       — Gabriel tem jantar com a família toda sexta-feira. — Responde Victoria, escolhendo o que vestir essa noite. — E Michael está viajando com a família dele.

       Meus olhos recaem sobre meus piercings em cima da penteadeira.

       Não tenho inveja dos meus amigos por terem suas famílias por perto; ao contrário, fico feliz por eles. Nunca desejei mal a ninguém e não faria isso com meus amigos..

       Sinto saudades do meu pai, e principalmente da minha mãe que, apesar de estar viva, não se importa comigo desde que papai morreu, há cinco anos. Desde aquele dia, dependi de mim mesma e, naquele momento, tive que me tornar adulta e me responsabilizar pelas minhas decisões.

       — Lissa, no que está pensando? — Pergunta Nick. Olho para ela pelo reflexo no espelho e dou um largo sorriso.

       — Se devo colocar meus piercings ou não. — Ela se levanta da cama e caminha até mim, parando atrás de mim.

       — Coloca, você fica gostosa com eles. — Sorrio. — Juro que, se fosse homem, deixaria você me dar uns pegas.

       — Não é por isso, posso te pegar do mesmo jeito. — Dou uma piscadela para ela, que ri da minha brincadeira.

       Fiz isso uma vez quando morava no Brasil, beijei uma garota durante um jogo de verdade ou desafio. Foi uma experiência estranha, e nunca quis repeti-la. Nick não conseguiria me fazer mudar de ideia.

      — Uma proposta tentadora, mas continuo sendo hétero. — Sorrio, olhando pelo espelho enquanto coloco meu piercing no nariz. Pego outro e coloco no umbigo.

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