o cartão do senhor Cheolin

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Eram exatas sete e meia da manhã quando um senhor alegre adentrou a padaria Cheirinho de Pão Doce, que antes pertencia ao eterno senhor Choi, um velhinho muito carismático e baixinho. Agora, a padaria pertencia ao filho mais velho e ao neto Choi Seungcheol, que trabalha atrás do balcão recepcionando os clientes e anotando os pedidos, enquanto seu pai se ocupa na cozinha preparando os pães e seu irmão mais velho cuida do caixa. Digamos que Seungcheol tem uma vida boa, ele definitivamente não tem o que reclamar, mas está ficando mais velho... não fez questão de concluir a faculdade e o curso de Ciências Sociais, e agora se vê constantemente pensando em quando encontrará o seu tão querido Yoon Jeonghan.

- Bom dia, senhor! No que posso ajudar? – sorriu alegre.

O homem também sorriu alegre com a hospitalidade do rapaz.

- Dois pães e cem gramas de presunto. Hoje o café da manhã será reforçado – riu bobo.

- Oh, sim! Pra já, senhor – correu até o balcão dos pães e enquanto reunia os pedidos, ia conversado com o velho – já é a terceira vez que o vejo pela casa. Mora aqui perto?

- Sou sindico de um condomínio aqui perto, descobri essa padaria durante uma de minhas caminhadas matinais. O cheirinho realmente é hipnotizante!

- Esse é o objetivo, senhor – riu mais uma vez – só isso por hoje? – o olhou na esperança que dissesse seu nome.

- Pi Cheolin. Mas, Cheolin está ótimo.

- Choi Seungcheol, é um prazer. E seja bem vindo mais uma vez a nossa padaria. Retorne sempre que quiser!

- Oh, quanta gentileza. Bom, por hoje é isso mesmo – pegou a sacola com o pedido, já a procura da carteira para passar no caixa – antes de ir... rapazinho, algo em você me chama atenção.

Seungcheol mais uma vez sorriu, mas curioso.

- E seria?

- Hum... sabe, costumo ser bem perspicaz. Pego as coisas no ar – se aproximou do balcão – você tem pensado muito na vida, Seungcheol?

- Confesso que um pouco sim, senhor Cheolin – debruçou-se no balcão – estou quase chegando aos trinta... tá na hora de tomar jeito, não é? – riu.

- Hum – o olhou – não é isso. Tem algo a mais aí nesse coraçãozinho juvenil. Aqui, tome, um cartão surpresa.

- Cartão surpresa?

O senhor entregou-o o papel em mãos e assim que o Choi pôs os olhos para começar a ler, ele sumiu. Pi Cheolin desapareceu como poeira, deixando o garoto muito confuso com tudo o que havia acontecido.

- Mano, cê viu o senhor que estava aqui?

- Pagou e foi embora, ué.

- Mas... hum... que estranho...

Colocou o papel no bolso e mais uma vez sorriu ao ver o próximo cliente adentrando a tão graciosa padaria.

O cheiro dos pães impregnava os cabelos de Seungcheol e assim que encontrava seu querido Jeonghan pela noite, o ouvia reclamar de tal cheiro. Não era ruim, mas era engraçado.

Por volta das sete e meia, quando o sol por fim desaparece do céu, o Choi coloca uma roupa quentinha e vai encontrar o Yoon na saída da universidade. Ele já estava no último semestre de artes visuais. Sempre saia de lá todo sujo de tinta ou rindo de alguma situação embaraçosa que ocorreu durante a aula, e obviamente o outro rapaz ria das palhaçadas. Achava-o bonito e engraçado. Seungcheol se derretia.

jeongcheol || PALAVRAS NO CORPOOnde histórias criam vida. Descubra agora