foi bom esperar

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Aquela manhã parecia um sonho. O céu limpo e iluminado pelo grandioso Sol dava o esquentar das dez horas. Seungcheol sorria meio bobo ao som de uma bossa nova que tocava baixinho no rádio da padaria. Seu corpo todo parecia mágica e a voz da canção era tão calma... tão linda... parecia romântica. Assim, tudo o que imaginava era aquele beijo. Se pudesse voltar no tempo teria aproveitado mais.

- Bom dia, rapazinho.

- Bom dia, senhor Cheolin.

Pelo sorriso e pela forma de entrar no local, o Choi sabia. Assim como havia pedido para o seu Cupido, aquele não era só o senhor Pi Cheolin. Era Dino. Dino disfarçado de um velho engraçadinho e meio rabugento. Então sorriram um para o outro e assim o atendimento da manhã terminou.

Por outro lado, Yoon Jeonghan chegava na faculdade para poder terminar aquele quadro até o início do anoitecer. Era apenas um trabalho criativo, mas... ele acabou mais uma vez desenhando os traços tão lindos de Seungcheol. Marcados por rosas e uma flecha que lhe atravessava o corpo, mas ele não morria, ele renascia. Renascia apaixonado.

- O que você está fazendo comigo, Daddu? – se perguntou terminando o ultimo traço – Mingyu, será que ele me ama?

O homem brotou por trás da tela assustando o Yoon que não esperava ver seu Cupido aparecer assim tão de repente.

- Amar ele te ama – sorriu vendo que conseguiu assusta-lo.

- Já falei pra não aparecer assim!

- Sinto muito – sentou-se ao seu lado – você sabe que ele te ama.

- É... desculpa a pergunta, é que... eu sei lá...

Kim Mingyu era o Cupido feito para Yoon Jeonghan. Quando o homem enviou aquela carta para Dino, ele não o respondeu, apenas disse “Dino não está disponível no momento”, mas alguns dias depois uma nova mensagem chegou na sua caixa de e-mail. Nela dizia “Aqui é Kim Mingyu! Perdoe-me pela demora, acabei dormindo no ponto e me esqueci de responder”. Mais tarde, o Cupido se mostrou ser exatamente o que aparentava. Meio bobo, esquecido e até mesmo inocente em certas situações. Mas, era um bom Cupido. Ele era o que Jeonghan precisava.

- Você ama o seu melhor amigo, Jeonghan. Mas não o Seungcheol. Por quê?

Aquela pergunta ressoava na cabeça do homem já fazia um bom tempo.

- Eu tenho medo... – limpou o pincel no avental – o Seungcheol sempre esteve do meu lado, sempre... e ontem quando nos beijamos... foi bom. Eu amei. Eu consegui sentir que podia dar certo! Mas aí... – suspirou mais uma vez levantando-se – Eu tenho medo de ser um babaca com ele assim como o Jisoo foi comigo. E ter que abandona-lo. Eu não quero que o Seungcheol se afaste de mim por alguma merda que eu fizer.

- Sabe o que é isso? Insegurança. Vocês precisam um do outro, Jeonghan. E sabe... as vezes também é necessário ouvir os dois lados.

- Como assim?

- O que exatamente o Jisoo fez pra você? Você... não acha que ele esteve no mesmo lugar em que você está agora? E pra você ele é o vilão da história quando na verdade... não há um vilão. Há um amor precipitado.

Jeonghan paralisou perante a analise do seu cupido que agora estava mais pra um psicólogo do amor.

- Eu sou um merda...

- Não é não.

- Eu destruí uma amizade incrível! Por agir sem pensar, ser impulsivo e agora eu posso acabar com tudo de novo!

jeongcheol || PALAVRAS NO CORPOOnde histórias criam vida. Descubra agora