Capítulo 23

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Eu não queria resistir

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Eu não queria resistir.

Não queria pensar e repensar por que aquilo era errado.

Eu só queria aquela boca convidativa sobre a minha, me embriagando, tirando os meus pés do chão. Porque, porra, era bem óbvio que seria transcendente beijar Tatiane.

O problema, no entanto, era todo o meu autocontrole que, embora a um fio, ainda estava aqui, não deixando que eu fizesse uma besteira.

Resisti por uma maldita semana, mas não aguentaria para sempre, tínhamos mais quatro meses pela frente. Quatro longos meses...

Como eu sobreviveria?

Simples, não sobreviveria. Teria de dar um jeito de ter aquela garota. Seria uma loucura resistir mais, eu só precisava esperar a oportunidade perfeita, sei que ela viria.

Até porque, nas duas vezes em que quase aconteceu, veio alguém atrapalhar. Era uma merda.

Mas hoje, me concentraria no desfile, em manter a pequena borboleta calma e confiante, para que tudo corresse perfeitamente e ela brilhasse como merecia.

A minha garota precisava mostrar que seu brilho era natural.

Minha?! Merda. Nicolas está entrando na minha cabeça, deixando-me louco. Eu mereço.

E como se ouvisse o meu praguejar, o convencido enviou uma mensagem para mim.

Nicolas: Boa sorte, maninho. E volta logo, estou com saudade de te atormentar.

Revirei os olhos, rindo com a sua forma de se declarar. Meu amigo era uma figura. E não mentia em suas últimas palavras, ele tem como missão atormentar a minha vida. Ninguém merece.

Pedro: Seu amor é contagiante, esposa.

Joguei o celular na cama, ajeitando o meu cabelo em um coque mais elaborado. Estava um pouco atrasado, e a culpa foi da pequena borboleta, que ficou vagando em minha mente e não deixou que eu dormisse direito.

Por isso estava correndo, arrumando-me o mais depressa possível. Minutos mais tarde, com tudo no jeito, peguei a minha mochila e saí do quarto, chamando o elevador para ir até o estacionamento.

Por minha querida sogra, que não é bem sogra, eu tinha permanecido em sua casa até a minha partida amanhã de tarde, entretanto, eu me conheço. Não teria resistido. Foi melhor ter vindo para o hotel.

E que bom que eu vim, pois os sonhos que vinha tendo não eram nenhum pouco apropriados para se ter, estando tão perto do motivo deles.

Sou um bastardo pervertido? Talvez eu fosse, não é um crime grave, entretanto. Aquela garota é um completo sonho molhado.

Desviando desses pensamentos impróprios, entrei no carro e segui rumo ao salão onde seria o desfile, com as músicas da playlist da pequena tocando em segundo plano.

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