Dor, e um barulho irritante. Geralmente quando se caí de algum lugar em sonho, se levanta num susto, mas parece que meu corpo não estava em condição de responder aos meus impulsos motores. Precisei forcar os olhos a abrir, piscando algumas vezes para conseguir colocar a visão em foco.
Diferente do meu despertar prévio, as janelas estavam fechadas e o quarto ligeiramente escuro. O único som vinha do aparelho monitorando meus batimento e da televisão ligada num canal qualquer com a programação de madrugada. Uma coberta estava sob mim até a altura do pescoço, tentei levantar o braço de não consegui, dentre todos os movimentos virar de lado foi o menos trabalhoso.
Lidar com a gravidade no geral era um problema, lateralmente virei o braço tentando alcançar o botão ao lado da cama e chamar alguém. Parte do respirador embaçava acompanhando o meu esforço, sem consegui controlar direito os movimentos, bati nos aparelhos fazendo com que eles caíssem no chão com um estrondo.
Cansada de um pequeno movimento, deixei o braço pender, sem perceber que outra pessoa também estava ali. Apenas a silhueta, magra de um aparente casaco, os ombros estavam caídos numa posição completamente estática.
O apito do aparelho acelerou e no momento em que a mão da figura se moveu para acender a luz. Alívio.
— [Nome]? Bebê? Você acordou mesmo?
Meu se aproximou em pânico, seu rosto estava bem mais magro do que eu me lembrava, suas roupas que sempre foram bem alinhadas e estilosas estavam largas.
Ele se aproximou, pegou a mão que estava para fora da cama e então a apertou, seus olhos estavam brilhantes como se estivesse prestes a chorar.
— Certo, eu preciso avisar o doutor — ele se virou abaixando para pegar o controle no chão. — Fiquei tantos dias pensando em como seira bom se você acordasse, que agora não sei o que fazer além de chorar.
Tentei falar, mas não consegui.
— Não sei se pode ficar sem o respirador, então espere mais um pouco.
O doutor chegou, me deram água e depois de alguns exames provisórios tiraram o respirador para me deixar apenas com um tubo.
Dessa vez a história de verdade.
A queda da organização criminosa, a morte de Nighteye, e o tempo em coma correspondente ao que passei dentro da ilusão. A maioria dos eventos estavam alinhados, conforme a hipótese as informações deviam estar sendo passadas e modificadas pela minha cabeça para ajustar com o cenário criado.
— E o meu trabalho? Meu tio? — perguntei quando consegui recuperar minha voz.
— U.A entendeu a situação, resolveu congelar seu contrato. Seu tio... Depois que sofreu o acidente tem se recuperado em silêncio. Já faz algum tempo que eu não falo com ele — disse sentado na poltrona ao lado da minha cama. — Na verdade, com heróis no geral, a situação não está muito favorável.
Respirei fundo encarando as mãos de dedos finos pela perda de músculos no tempo em que fiquei parada. Conseguiria usar minha habilidade para acelerar a minha recuperação, mas precisava de um pouco mais de força.
— Preciso ir para a U.A, Recovery Girl vai me ajudar a recuperar o tempo perdido.
— O quê? Mas você acabou de acordar, precisa recuperar as forças, fazer exames!
Apoiei a mão na cama — Não posso, sei que está acontecendo alguma coisa. Você mesmo disse.
Pego na armadilha das suas próprias palavras, meu pai abaixou a cabeça — É só que tive muitos pedidos entrando na agência para melhorias de trajes nos últimos meses. Não sei dizer realmente o porquê, só que algo grande está para acontecer.
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Litō - (Dabi x [Nome] x Hawks)
Fanfic◬ NÃO É TRISAL • 🥇 1° em Touya • Dezembro/23 Litō (do latin) - fazer um sacrifício aceitável - Ter uma habilidade que controla o tempo poderia ser considerado sorte, mas não ajudou [Nome] a evitar a perda de pessoas importantes. Treinar para evol...