𝙏𝙚𝙢𝙥𝙚𝙨𝙩𝙖𝙙𝙚

TWENTY-THREE CHAPTER

> EU SINTO MUITO...

- MARÍLIA MENDONÇA HUFF

>> 14:21

— amor?... a gente pode ter aquela conversa?

— Não vou mudar de ideia Marília

— amor me escuta pelo amor de Deus! — disse em tom de suplico — vocês são os pais do bebê, eu vou dar amor e carinho, só não vou insistir pra ela ou ele me chamar de mamãe sabendo que a mãe dele será a Marcela

— não Marília

— amor escuta, é como se você já tivesse um filho, aí você iria tirar o nome da mãe do seu bebê pra colocar o meu? — ele nega — então pronto — supondo que eu e você não sejamos casados, você gostaria que eu fizesse barriga de aluguel para a sua mulher e pedisse pra ela pra meu marido registrar a neném, mesmo sabendo que você é o pai? — ele negou — então pronto, pensa na Marcela um pouquinho amor, é só um registro

— tá Marília, o que seja, não quero estragar nosso almoço com esse assunto em si — logo ele sorri — vamos passar no shopping hoje? Quero comprar algumas coisas neutras pro bebê e começar o projeto do quarto dele, pode ser aquele do lado do nosso né? — Rio dele

— acalma leão?! Vamos sim e o quarto eu acho melhor pegar o de frente, ele é maior pra um bebê

— tem razão — ele riu — vou ser pai cara, ainda não caiu a ficha

— Estou feliz por você — sorri pra ele também — o que foi? — perguntei após seu sorriso sumir

— nada — sorriu sem graça — a comida tá ótima né? — ele coça a garganta

Mais até já sabia o que ele iria falar. Que o filho não é meu, então ele não está tão feliz assim.

Sorri sem graça também e voltamos a almoçar

⏰• DUAS SEMANAS DEPOIS •⏰

>> 14:20

— ela é tão lindinha mai, ainda não me acostumei com essa belezura — disse admirando Valentina que estava no colo do Murilo

A gente estava almoçando na casa da Maiara e aproveitamos pra ver a Tina

— Ainda bem que puxou a maiara por que se puxasse o Gustavo a gente estaria frito — Murilo faz birra com o Gustavo

— cala a boca! Quando a Marília engravidar eu vou ter dó dela quando o bebê puxar essa sua cabeça enorme! — Murilo mostra o dedo pra ele

— cala a boca seu viado! — rimos

— você está melhor? — perguntei pro Murilo e coloquei a mão na testa dele

— estou, só o aperto no peito que não passa mesmo, um mal pressentimento sabe?

— falta de chá — Gustavo falou

— isso eu tenho certeza que não é mioto — Maiara aponta pro meu pescoço e eu bato na mão dela

— se lascar sua ruiva! E eu acho melhor a gente voltar pro hospital e se você não estiver bem você vai pra casa que eu seguro as pontas no hospital

— estou melhor — ele beija a testa da Valentina — vamos fazer o mêsversario dela né?

— murilo ela nasceu tem uma semana  — rimos — mais iremos fazer sim — maiara ri e pega a Tina — bom trabalho pra vocês

— obrigado — sorri e eu e Murilo despedimos deles e eu da Tina e fomos embora

— Marília tá tudo bem com você? — olhei pra ele sem entender

— amor eu estou bem

—  eu estou angustiado, será que é a Maria Flor?

— dá uma passada no orfanato no final do expediente, eu vou de Uber pra casa, não tem problema — sorri e faço carinho na sua nuca

— vou ver — paramos no sinal vermelho e ele dedilhava o volante.

>> 18:30

— Marcela, que bom te ver, entra — sim eu era a obstetra da Marcela — Murilo não vai vim?

— ele está em cirurgia, falei com ele antes de vim, e ele disse que poderia passar tudo pra você e você passava pra ele depois — ela sorriu — completo um mês fechado hoje

— isso mesmo — peguei o aparelho e me sentei no banquinho e coloquei ele dentro da Marcela e...

— Marcela...

— Oi Mali, alguma coisa?

— eu não estou escutando os batimentos cardíacos...— disse e tirei o aparelho dela — mas calma eu vou pegar o transdutor as vezes é o aparelho — disse e peguei ele e passei o gel na barriga da Marcela

E nada...

— Ai meu Deus Marília — ela começa a chorar

— Eu sinto muito... — agora já sei qual era o pressentimento ruim do Murilo, ele sentiu...

...

Abracei ela e tentei acalma-la. Chamei a lu pra ficar com ela e acalma-la do melhor jeito que o Murilo tinha saído de cirurgia e eu ia falar com ele

— Doutor Huff? — entrei após bater e ele estava atendendo um paciente

— algum problema? — perguntou

— Eu espero você terminar — fechei a porta e esperei do lado de fora

Não demorou muito e Murilo sai com o paciente e eu sorrio pra ele e entro dentro da sala do Murilo

— eu conheço essa sua cara — ele pega na minha mão — o que foi?

— senta — disse e ele me olhou

— fala logo Marília — ele se senta

— Eu estava fazendo a ultrassom da Marcela e...ela perdeu o bebê...— disse e ele ficou sem reação nenhuma — eu sinto muito...

Ficamos um bom tempo em silêncio

— foi natural? — ele levantou a cabeça e ele estava chorando muito e eu abracei ele

— Oh amor...— e aí que ele desabou mesmo. Chorou igual uma criança sem doce.

O Murilo ficou mal, muito mal mesmo

...

— amor... ele morreu mesmo? — ele me olhou com os olhos inchados de tanto chorar

— morreu amor... Eu sinto muito pela sua perda, você quer ir pra casa? Eu cubro você — ele nega

— Não — ele funga — vou continuar e ocupar minha mente

— eu sinto muito tá? Vou voltar pro trabalho e qualquer coisa me bipa — lhe dei um selinho e fui pra minha sala
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Meta 40 ☆
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