Legados - Meu Eterno Shelby II

50.Doce problema

[ P.O.V PHILLIPE ]

Sozinho no quarto eu termino de arrumar o restante das roupas, Tessa até tentou ajudar, mas era nítido que sua intenção em vir aqui era outra e não teve sucesso. Eu e Tessa nos conhecíamos a um bom tempo, logo quando chegaram no palácio o pai dela fez questão de causar uma boa impressão ao rei e com isso ela ficou mais presente no meu dia a dia, sendo a garota mais "próxima" a mim.

Eu não diria que tínhamos uma amizade, mas querendo ou não ela sempre esteve ali por conta das relações familiares, eu já estava acostumado. Nos divertíamos juntos, mas ela mais do que ninguém sabia que relacionamentos não eram comigo, eu sempre fui muito claro, e ela concordava.

[...]

Olho para o relógio e vejo que em breve sairíamos, eu não estava nenhum pouco animado para essa viagem, talvez a única parte boa seria ver a minha avó que estava no castelo de Windsor. Me encosto no peitoral da janela e então avisto Alana subindo a escadaria principal com sua tia, ela carregava um buquê em suas mãos e logo atrás delas estava Henri, um dos conselheiros de meu pai.

Franzi o cenho e analisei a maneira como ele a observava de longe, eu não sabia que os dois se conheciam e porque diabos ele havia lhe dado um buquê? Saio da janela e tento me distrair mexendo em meus dados, os atirando contra o alvo. Mas não importava o quanto eu tentasse, a única coisa que vinha em minha mente era Alana chegando com aquele buquê, a cada cena criada pela minha imaginação, meus lançamentos no alvo iam ficando mais fortes, cravando os dados de maneira certeira.

— Você não tem nada a ver com isso Phillipe... - Falo em voz alta. - Ela pode fazer o que quiser.

Respirei fundo, tentando ao máximo me concentrar no alvo bem em minha frente.

— MAS PORQUE ELE DARIA UM BUQUÊ PRA ELA?! - Grito sem paciência, lançando o dado.

Eu estava prestes a viajar por toda a Inglaterra, falaria com os maiores governantes do país, cuidaria dos assuntos da nação e provavelmente estaria rodeado de mulheres lindas. Mas tudo o que eu conseguia pensar era na Shelby, ela não estava em lugar nenhum, então de repente estava em todos os lugares, quer eu queira ou não. Ouço alguém bater na porta e logo dou permissão para entrar.

— Vamos levar suas malas para o carro Alteza. - Um dos funcionários avisa. - O rei mandou avisar que em breve vocês irão partir.

— Podem levar, estão todas ali. - Assinto.

Olho para o relógio e vejo que ainda me sobrava um pouco de tempo, eu poderia fazer qualquer coisa, aproveitar o tempo que me restava. Mas em um grande impulso saio do quarto e quando me vi eu já estava na porta do quarto de Alana, bato algumas vezes na porta, mas não obtive resposta. Eu tinha pouco tempo e tinha certeza que ela estava lá dentro, então tive a ousadia de entrar.

— Shelby? - Procuro pela mesma.

De fato ela não estava, caminho em direção a porta, mas minha atenção foi chamada por alguns retratos que ali estavam. Me aproximo da pequena cômoda aonde estavam as fotos e começo as observar. Em uma delas estava o seu pai John, ele estava fumando um charuto com aquela energia que só um Shelby tinha. Logo ao lado estava uma foto da sua mãe, Hanna Shelby, a famosa musa de Londres e logo em terceiro lugar estava uma dela mesma.