Capitulo 21

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Rafaella
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Eu não tinha palavras ou talvez simplesmente não conseguia encontrá-las.
A sinceridade brilhando nos olhos de Gizelly aprofundou a sensação de liberdade que sentia. A cada vez que me beijava, me tocava, me olhava, ela me fazia se sentir desejada.
Não importava o rumo daquele relacionamento, ela me
mostrava que jamais me prenderia em uma gaiola de ouro, independente da minha decisão. O cuidado com o meu corpo, meu prazer, ou melhor, em me torturar de tanto prazer foi algo que me emocionou. Não conseguia me lembrar da última vez em que Flávio se importou comigo assim, ao ponto de me colocar em primeiro lugar como a Gizelly fez.

— Eu também sou sua, cada pedaço de mim te pertence.- Digo quando consigo encontrar minha voz.

Estremeci de prazer quando ela tomou minha boca em um beijo. Conseguia sentir meu próprio gosto em sua
língua. Um gemido subiu por minha garganta e ela o engoliu afoita.
Nosso beijo não tinha mais a delicadeza de antes, estava selvagem, furioso, enlouquecido.

Gizelly se afastou de um jeito inesperado.

— Porra! você ainda está  muito vestida!.- exclamei sem conseguir me constranger por ser tão direta.

— Eu estou tentando ir com calma, Rafa.- Murmurou.

— Eu não quero calma, Gizelly.- Retruquei.

Seus olhos dilataram surpresa me fazendo rir.

— Tem certeza?.- Sua hesitação não me ofendeu, pelo contrário, derreteu mais um pouquinho do meu coração.

Não parei para pensar quando nos forcei a virar na cama, Gizelly estava distraída demais para me
impedir. Caí em cima dela e comecei a alisar seu rosto.

— Escute aqui Gizelly Bicalho, e me escute bem.- Apertei suas bochechas. — Eu tenho muita certeza do que eu quero.- Afirmei e me sentei sobre ela um pouco envergonhada. — Eu sou dona de mim mesma.- Hesitei, mas sabia que precisava abrir o jogo. — E eu vou ser bem direta com você.

— Aprecio isto.- Concordou lutando para desviar os olhos dos meus seios.

— Há muitos anos eu não me sinto assim.. mulher, desejada... ousada.- Consegui toda sua atenção. — Antes eu não teria coragem de dizer isto e ainda me sentia culpada, mas hoje não. Engoli em seco. — Eu não quero calma, Gizelly, eu quero que me foda com força, com vontade. Quero que deixe fluir essa loucura que sentimos quando nos
tocamos e... que não quebre meu coração. Temi que tivesse sido direta demais. Seus bonitos olhos castanhos
estavam vidrados, tomados por sentimentos que eu não
conseguia nomeá-los. Um músculo saltou em sua mandíbula o que deu a entender que estava com raiva.

Cheguei abrir a boca para me desculpar, um hábito antigo.

Então, em um piscar de olhos eu estava debaixo dela novamente. Conseguia sentir seu coração batendo descompassado contra o meu peito e fiquei preocupada.

— Não me olhe assim.- Exigiu. — Não estou com raiva de você.- explicou como se pudesse ler minha mente. —
Nunca mais me olhe assim, não fique com medo e nem preocupada com minhas ações, nada neste mundo me
faria agir como o idiota do seu ex Marido.

— Não entendo porque está com raiva.- engoli a vontade de chorar.

Seu olhar suavizou.

— Meu amor..- Disse baixo e me beijou suavemente. — Só fiquei brava por saber que um dia você sentiu culpa por querer algo. Você não deve, nunca, jamais, se envergonhar por querer sexo sujo, duro, ou lento.-  Deslizou seus
dedos delicados por meu rosto. —  Você é tão linda, tão mulher, e deliciosamente ousada.- Sorriu e voltou a me beijar. — Peço desculpas por como reagi, é instintivo.- Se levantou me deixando confusa.

Ela chutou os sapatos que ainda usava,  puxou o cinto antes de voltar a me encarar. Ela sorriu despreocupada e se livrou do resto de suas roupas. Seu corpo nu era algo que eu não conseguia descrever.
Surpreendeu-me ao se deitar do meu lado, não em cima
de mim, enquanto deslizava uma camisinha por seu membro completamente duro e deliciosamente lindo.

— Venha.- Chamou-me. — Senta bem gostoso, vai.
Meu ventre se contorceu de ansiedade. Acenei concordando e mordendo meu lábio inferior e passei minhas pernas sobre seu quadril.

—  Como você é linda.- Murmurou olhando para os meus seios hipnotizada.

Segurou minha cintura enquanto eu alinhava nossos corpos. Desci sobre ela, sentindo-a bem fundo dentro de mim
lentamente. Tremi. Seu membro me estocando no fundo, estava me levando ao limite e o prazer que eu estava sentindo era fora do comum.
Minha cabeça tombou para trás, meu cabelo roçava minha pele aumentando a sensibilidade, deixando-me
arrepiada. O gemido rouco que ecoou no quarto era dela. Mais sensual impossível.

— Você está me matando.-Acusou ela num sussurro furiosa e cheia de prazer.

Fechei meus olhos, incapaz de respondê-la, enquanto rebolava devagar e descia na mesma velocidade levando-a cada vez mais fundo dentro de mim. O prazer era como... eu não sei explicar.

Apoiei minhas mãos em seus ombros e cavalguei absurdamente gostoso.

Aquela estava sendo uma experiência única, algo que eu nunca tinha feito. Não com tanta liberdade e tesão. Não com uma vontade consensual como aquela.

E a cada gemido, a cada balanço, a cada gota de suor, eu reencontrava minha alma. Não pelo sexo, mas sim pela
conexão, pelos sentimentos bons, pelo amor próprio, pelo livre-arbítrio.
Era como se eu estivesse na porta de um avião em pleno ar onde o vento forte e o frio na barriga me
dominava, o que de fato me deixava com medo, mas não
me intimidava, não me fazia recuar. Pois, o medo e a insegurança são sentimentos normais. Mas eu estava preparada, queria aquilo, e aquele sentimento sumiu como num passe de mágica.

Quando Gizelly Voltou a se movimentar em baixo de mim novamente, intensificando aquela sensação maravilhosa eu soube que não aguentaria por muito tempo e me joguei. O orgasmo atravessou meu corpo de um jeito que nem o
mais sábio homem poderia explicar.
Pulei de braços abertos naquele mar azul perfeito cheia de nuvens brancas.

Meu coração perdeu uma ou duas
batidas, minha pele parecia sobreaquecida e para piorar ou
melhorar tudo, eu não conseguia respirar. Quando acreditei que iria me perder, Gizelly surgiu
como meu paraquedas ao se erguer e me beijar, dando-me o fôlego que faltava. Estava tão trêmula que mal conseguia correspondê-la, mas ela não desistiu até que minha mente
funcionou e eu a  beijei de volta.

Voltei a ficar debaixo dela, minhas pernas abraçaram sua cintura ao perceber que ela continuava dura. Suas investidas eram rígidas, firmes e em um ritmo lento. A cada vez que ela ia mais fundo dentro de mim, mais me fazia gritar com a sensibilidade do meu corpo.
Ela não parava de me beijar, assim engolindo todos os gemidos altos que ameaçavam sair, fazendo-me contrair em meu baixo ventre um novo orgasmo. Agarrei-me a ela, arranhando 
sua pele quente,  enlouquecida com a eletricidade que me percorria.

Gozamos absurdamente gostoso juntas.
Ambas não conseguiam respirar, nossos corações batiam de forma descompensada e o suor se misturava.
Ela encostou sua testa na minha, olhando nos meus olhos e parecia poder ver minha alma, pois eu via a
dela.

— Está bem?.- Acenei concordando. — Como se sente?.- Sussurrou.

— Amada, desejada e livre.- Respondi com a voz rouca e lágrimas banharam meus olhos —  me sinto bem como nunca antes.

— Não chore.-Pediu.
Mais gotas grossas desceram por meu rosto.
— Não estou triste.-  Consegui dizer. — estou feliz...

— Espero que eu faça parte dessa felicidade aí. — completou ela.

— Sim, você faz.
A gentileza encheu seu olhar. — Você é incrivel Rafa, e sempre será amada e desejada por mim- Beijou meu rosto molhado. — Sempre será.
Sua promessa me fez chorar mais, pois aquela sensação de estar sendo amada, de se sentir em casa parecia ainda mais intensa.

Tentei me odiar por estragar o momento, mas Gizelly se deitou ao meu lado e me puxou para seus
braços.
— Está tudo bem, bebê.- Sussurrou. — Chore o quanto quiser, eu vou estar aqui para te segurar e enxugar as suas lágrimas.
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Eitaaaaa 🥵🔥

Espero que ninguém atrapalhe elas né!

Volto logo!

Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora