No dia seguinte, ao pisar na escola, senti um clima desagradável, ontem tivera a impressão de estar sendo observada, mas percebi que não passava de uma paranóia.
Mas agora, não era impressão, era certeza, andei pelos corredores e era perceptível os sussurros alheios a cada passo.
Abri meu armário e retirei os livros do dia, Ken logo apareceu, estava um tanto tenso.
-Viu algo de diferente? - Ele iniciou.
Fechei o armário. - É...por que parece que estou sendo observada?
-Porque você está. - Ele me lançou uma folha.
Olhei, era péssimo, era sim. Era a foto da minha identidade, a que eu mandei por email para o Nathaniel.- Se fosse uma foto normal, mas falando sério, quem fica bem em foto de identidade? - A garota loira da minha sala passou ao meu lado fazendo ecoar o trincar do salto alto, mas se deteve ao ver o meu rosto.
- Muito bonita a sua foto...ahm, Léia?
- Lynn.
- Que seja, seu nome infelizmente não ajuda nem um pouquinho a reparar essa sua postura capenga, Lúcia.
- É Lynn...- Kentin murmurou.
A Loira o olhou de cima abaixo. - E posso saber quem é você?
- Eu quem pergunto. - Rebati.
- Uma conversa comum e é tão grosseira? - Disse com bom-mocismo.
- Eu sinceramente não achei comum.
- Não perguntei o que acha, não? De qualquer modo, - Ela me mostrou uma cópia da folha com a foto. - agora você tem toda a atenção que quer.
Ela deu as costas e saiu desfilando pelo corredor.
- Quem é essa garota? - Kentin perguntou.
- Não sei, mas vou descobrir...
Resolvi passar no grêmio logo em seguida, minha foto aparentemente era muito interessante para alguém tê-la compartilhado dos arquivos da escola. Nath estava varrendo a sala.
- Bom dia Lynn, alguma novidade?
- Se olhar um tanto ao redor, sim.
Ele arqueou a sobrancelha. - Perdão?
- A foto que eu te mandei ontem está espalhada pela escola. Queria saber como foi que aconteceu.
Ele largou a vassoura e me olhou perplexo.
- Você não sabe nada disso, né? - Perguntei.
Ele corou um tanto sem graça.
- Hm não, não mesmo, estou até envergonhado por você. Que situação...
- Alguém que tem acesso a aquele e-mail fez isso. É melhor remediar logo a situação.
- Com certeza, ahm, você tem ideia de quem pode ter feito isso?
- Não tenho certeza, mas tem uma loira da nossa turma que se mostrou bastante interessada no assunto.
Ele se manteve em silêncio.
- Enfim, nos vemos depois.
O sinal ainda não tinha batido, resolvi tomar um pouco de ar, melhor do que acumular ódio pela patricinha.
Me sentei em qualquer banco, puxei minha garrafa de água e dei uma longa sorvida.
- Bonita a sua foto Lynn. - Uma voz irônica me falou ao ouvido.
Virei automaticamente a cabeça, a rapidez repentina me fez chocar o rosto contra Castiel que tinha se aproximado para me assustar.
-Aí! - Ele se afastou segurando o nariz machucado.
Estava tão aprofundada em meus pensamentos que não percebi quando Castiel parou logo atrás do meu banco.
- Qual é a sua?! Tá querendo me matar do coração?!
- E você?! Arrancar meu nariz com essa cabeçada! - Ele protestou.
Suspirei. - Desculpa, estava pensando, não te vi chegar.
- É sobre a mais recente estrela da escola? - Disse o espertalhão.
- Ah sim, você viu a foto...
- Obviamente, como metade da escola. - Ele riu.
-Isso, vá rindo assim, uma hora pode ser o seu "lindo rostinho" colado no meu armário, que tal?
- Vai vendo...
Ele pulou o banco e se sentou do meu lado.
Ficamos em silêncio por alguns minutos até que eu o quebrasse novamente.
- Sabe, eu odeio falsas indicações mas...
- Mas...?
-Tem uma garota, acho que ela pegou implicância comigo, e eu nem sei o nome dela. É uma loira do cabelo ondulado, ela estava andando com mais duas garotas ontem, uma delas parecia asiática.
Ele soltou um riso anasalado. - Até sei, é a irmã de um certo representante, no quesito pretensiosa ela tende a ganhar em primeiro lugar.
- Estou vendo, se seguir nesse ritmo ela pode aparecer com o olho roxo uma hora dessas. E você vai me ajudar hein? - Sorri
Ele gargalhou. - E eu faço o que? Dou uns tapas na mocinha?
Ri. - Se bem que olhando sua descrição, não acho que você vá muito longe também!
- Como assim "não vou muito longe"? Isso é algum tipo de provocação? - Ele me deu uma leve empurrada no ombro. - Se eu não vou longe, você vai aonde?
- O que? Fala sério! Ela usa salto agulha as oito da manhã! - Soltei algumas gargalhadas e lhe retribui com um empurrão mais forte.
O sinal então bateu. Juntei minha garrafa. - Te vejo mais tarde Pica-pau. - Falei e saí correndo antes que ele se ligasse do que eu o chamei.
Estavamos com período livre em história, aparentemente a escola estava sem professores no momento, a substituta passou alguns exercícios rápidos e saiu de sala logo em seguida. Estava uma zona, cada aluno em um canto da sala conversando ou fazendo o que desejasse, Nath e Melody logo saíram da sala com a desculpa de que tinham questões a resolver no grêmio estudantil, eles viraram as costas e começaram os burburinhos.
A maioria dos alunos da sala eram garotas, andei decorando secretamente os nomes de cada aluno.
Começando pela Iris, a primeira vez que eu a vi, achei um pouco estranha, mas depois de ver o comportamento dela em sala, percebi que ela é bem meiga, e tenta ajudar sempre que pode.
Temos a Kim, que tem um estilo de vestimenta lindíssimo, se eu fosse tão ousada quanto ela, certamente vestiria tudo! Sem contar que ela tem um ótimo físico também, e faz questão de mostrá-lo usando várias regatas.
Bom, tem a Melody, a Garota loira de salto alto que ouvi chamarem de Ambre, e ela anda com mais três garotas, Charlotte, Li e Bia, todas tem cara de enjoada.
Peggy, ela é editora do jornal da escola e anda por aí metendo um microfone na boca de qualquer um que ela suspeite ter alguma fofoca para contar, inclusive, fui vítima dela mais cedo por conta das fotos, mas logo a enxotei de perto.
Violette, ela é bastante tímida e isso se percebe só de olhar para ela, ela é ótima em desenho ouvi dizer, o que justifica ela carregar um portfólio enorme em todo o lugar que ela for.
E tem a Rosalya, que só ouvi falar a respeito, não a vi ainda, aparentemente - de acordo com algumas piadas - ela resolveu tirar férias antecipadas.
Depois das garotas, os únicos 4 rapazes, Nathaniel, Castiel, Ken e mais um que ainda não sei o nome, ele é muito bonito, na verdade, mas tem um estilo bem... único? Vitoriano, talvez Elizabetano. Não sei nada sobre ele, se não que é amigo do Castiel, já que andam bastante juntos, as vezes ficam separados, mas porque ambos são meio reservados apesar de tudo.
A diretora bateu na porta da sala, todos os alunos correram para voltar para os seus lugares. Ela abriu a porta.
- Senhoria Darcy? Ela está?
Levantei a mão. - Pode vir aqui fora um minuto?
Me levantei calmamente e a companhei para longe da sala. Logo ela começou seu monólogo. - A escola funciona com um sistema de clubes obrigatórios após as aulas, temos cinco clubes, mas no momento, vagas em apenas dois, Basquete e Jardinagem. Qual gostaria?
Dei de ombros. - Eu odeio ambos, então...
- Seja mais rápida.
- Qualquer um, sei lá...basquete?
- Perfeito, estarei organizando tudo, desde já, pode se familiarizar com o seu clube. Agora, volte para a sala.
- É claro...
Voltando, sentei na minha carteira e Ken logo veio me perguntar:
- O que era?
- Parece que eu sou obrigada a entrar em clubes.
- Clubes? Eu achei que você já tinha passado por isso, diz para mim que escolheu o de jardinagem...
- Basquete.
- Ah, droga! Bem que você podia me ajudar escolhendo o clube certo!
- Como eu ia saber! Você não me disse! Odeio os dois de qualquer modo então para mim tanto faz... não é como se eu fosse jogar por estar lá.
Ken assentiu.
- Mas, - Lhe lancei um olhar provocativo. - seria legal ver os rapazes com roupa esportiva em quadra, né?
O rosto do garoto se moveu em uma careta.
- Corpos suados usando regatinha, hein? Hum hum.
Pude jurar que vi o olho de Kentin tremer.
- Que nojo! - Ele exclamou dando um salto para trás.
Soltei uma gargalhada. - Suas caras e bocas são ótimas! Sério!
- É mesmo? Porque eu não me divirto nem um pouco com os seus comentários!
Fiz um breve sinal com a mão dispensando sua crítica. Ken fez cara feia e voltou a sua carteira no fundo da sala.
Alguns minutos depois, me levantei para encher a garrafa, aproveitei para passear um pouco pelos corredores e ir até o ginásio conferir o tal clube de basquete. Tinha um rapaz alto e moreno treinado seus passes, o observei de longe alguns minutos. Ele pareceu notar, porque parou o seu jogo e veio em minha direção. Ele era muito mais alto do que pensei, devia ser o dobro da minha altura.
Ele me estendeu a mão em um cumprimento. -Bom dia! - Mas olhou as mãos suadas e as limpou na roupa. Minha cara deve ter indicado desgosto, já que ele aparentemente desistiu do ideia do aperto de mão.
- Errr esqueça, você é do clube de basquete?
- Sou sim, um pouco notava talvez, sou a Lynn.
- É um prazer Lynn, meu nome é Dajan, daqui alguns dias vai ter um torneio entre escolas, estou treinando alguns pontos fracos.
- Entendo.
- Ah, você está ocupada? Faria algo para mim?
- Depende, do que precisa?
- Poderia comprar uma garrafa de água para mim? Acho que vi uma máquina por aí, depois te reembolso, qualquer coisa.
- Tudo bem. - Falei.
Lembrei de ter visto uma máquina de bebidas perto da cantina ontem, então corri até lá antes que alguém além do Kentin desse conta do meu sumiço.
Chegando, procurei uma moeda no bolso e pus na máquina, selecionei a garrafa e introduzi a moeda. A máquina fez um estranho ruído, a garrafa foi empurrada para frente, mas não caiu, ficou com o bico escorado no vidro.
- Mas que merda...- Murmurei.
Olhei em volta, conferi se tinha alguém vindo, em seguida me abaixei e pus a mão dentro da saída da máquina, de na esperança alcançar a garrafa com a mão.
- Quase lá...- Estiquei o braço mais uma vez.
- O que você faz jogada no chão desse jeito? - Meu corpo gelou, virei a cabeça para ver o sorriso sínico de Castiel me olhando de cima.
- Não me diga que está tentando roubar assim, na cara dura?
Franzi o cenho.
- Para a sua informação, Castiel, quem está me roubando aqui, é essa lataria! AI!
Tirei a mão da máquina com pressa, arranhei o braço de algum modo dentro daquela coisa.
Ele riu. - Você não tem jeito, precisam te ensinar tudo ou o que?
Ele se aproximou da máquina e simplesmente lhe lançou um chute. O estouro ecoou pelo corredor, mas ninguém pareceu se importar.
Felizmente a garrafa congestionada caiu e pude apanha - lá.
- É assim que se faz.
Me levantei. - Meio barulhento, mas obrigada.
- Agora, curiosamente, você está comprando água, quando tem uma garrafa e estava com ela hoje cedo.
Revirei os olhos.
- Me pergunto o motivo. - Ele fez cara de pensativo.
- Ah Castiel, cuida da sua vida.
Ele sorriu.
- Estou me dando férias por hoje.
- Mas, caso queira saber, um garoto que está treinando no clube de basquete me pediu para comprar água pra ele.
- Uh? - O sorriso dele sumiu.
- O nome dele é Dajan, ele é de outra escola.
Ele pôs a mão na cintura. - Então a pobre e burra Lynn Darcy está ajudando um intruso?
- Intruso? Pelo amor de Deus, ele quer uma garrafa de água! O grande pica pau da Sweet Amoris anda se sentindo ameaçado? O mocinho tem ciúmes de uma garrafa de água?
- Não viaja. - Ele virou as costas e se sumiu pelo corredor.
Dei de ombros. Corri de volta para o ginásio, Dajan estava sentado nas arquibancadas, me sentei do lado dele.
- Sua água. - Lhe entreguei.
- Valeu, quanto te devo?
- É água, não vou cobrar por isso.
Ele franziu o cenho. - Eu não preciso de caridade, ok? Pega aí.
Ele pôs a mão no bolso e me deu o dobro da quantia. Em seguida se levantou e saiu de modo petulante.
- Mas...que filho da puta.
O sinal soou. Era hora do intervalo, por fim. Voltei a sala de aula para encontrar Kentin que já devia estar tento um ataque psicótico, entrando na sala, Ken estava sentado no fundo da sala, encolhido com a cabeça no meio das pernas e as mão cobrindo a cabeça.
Dei algumas batidinhas no batente da porta para lhe chamar atenção, mas ele não se moveu, dei alguns passos em sua direção e o ouvi dizer:
- Eu já falei que é só o que eu tenho, por favor, me deixem em paz.
- Ken?
Ele levantou a cabeça em minha direção. - Lynn, é você...
Seu cabelinho de tigela estava desarrumado, as mãos um pouco calejadas e o óculos havia sumido. Respirei fundo.
- Quem foi?
Ele se levantou e limpou as mãos sujas já calça. - Está tudo bem agora.
- Não foi isso que eu perguntei, Ken, quem fez isso com você?
Cabisbaixo, ele sussurrou: - Achei que aqui seria diferente, por algum motivo.
- Onde está o seu óculos?
- Um trio de garotas levou...aquela loira de hoje cedo, eu não sei...eu-
- Não se preocupa com isso. Vai lavar o rosto, e compra o seu almoço, te encontro na cantina, ok?
Fui virar as costas mas ele respondeu. - Sobre meu almoço...
O encarei, ele estava visivelmente desconcertado, é claro, Ken não era o típico modelo esperado pela sociedade onde o rapaz salva a mocinha. Ele desviou o olhar e remexeu o cabelo desgrenhado.
- Eu já volto. Toma. - Lhe entreguei o dinheiro do meu almoço e os trocados a mais que Dajan me dera. - Compra algo lá.
Saí da sala pisando firme, logo no fim do corredor, próximo a saída, eu as vi se afastando. Ambre, Charlotte e Li. Pareciam bastante despreocupadas, mas poderia jurar que não duraria muito tempo.
Elas pararam de andar para encurralar uma garota miúda no pátio. Elas estavam discursando na frente da menina completamente atordoada.
- ...nós queríamos sair para comer sabe? Algo melhor do que aquela coisa da cantina, e estávamos aguardando a sua contribuição.
- Foi isso que disseram para o Ken?
Elas se voltaram a mim.
- Ah, você...- Charlotte resmungou.
- O que podemos fazer? Ele nos deu o dinheiro espontânea mente. - Disse Ambre.
- Se espontâneamente, você diz, agredido, então sim, foi espontâneo.
- Cada um vê a situação como quiser, mas nós queremos almoçar. - Disse Li
Elas nem sequer estavam me levando a sério, se viraram para mim e voltaram a ameaçar a pobre moribunda. Me atravessei na frente da garota.
- Por que você não dá no pé? - Falei virando um pouco a cabeça em sua direção, ela assentiu, e saiu correndo por uma falha na rodinha.
Ambre me olhou enfurecida. - Não se intrometa nos meus assuntos, garota! - Exclamou.
- Cala a merda da boca, sua puta. O assunto se tornou meu no momento em que vocês bateram no meu amigo, roubaram o dinheiro dele e consumiram com o óculos dele. Sabe quantos graus de miopia aquele garoto tem? Vocês o deixaram praticamente cego.
Ela riu. - Querida, nem tudo é minha jurisdição.
- É sim. - Rebati. Puxei do ombro dela sua bolsa e a revirei, joguei no chão qualquer coisa que tivesse lá dentro.
- Minhas coisas! Você por acaso é maluca?
- Sou sim. - Agarrei o celular de Ambre e atirei no chão com toda a força existente em mim.
Por fim, encontrei o óculos de Ken escondido em um dos bolsos de maquiagem. Atirei a bolsa longe.
- Você acha mesmo que isso vai ficar impune? Você não faz ideia de quem é o pai dela. - Charlotte ameaçou.
- Não sei mesmo, porque ele não vem e se apresenta para mim?
O rosto das três se contorceu em uma careta.
- Você vai ver só, meu irmão tem contatos nessa escola, eu tenho certeza que ele vai adorar me ouvir. E se o Castiel souber-
- Castiel? - Eu ri. - É sério mesmo? Ele não te suporta, garota. Agora faz muito sentido, você coloca o nome do Castiel e do seu irmãozinho idiota no meio para fazer as pessoas se sujeitarem a seus caprichos, já que você sozinha não consegue sustentar ameaça alguma.
Depois de uma breve pausa, prossegui. - Caso queira saber alguém que realmente tenha contato com eles, tenha em mente que está ameaçando a pessoa errada, "queridinha".E se você sonhar em mexer com meu amigo de novo, eu juro, que na próxima vez não vou quebrar só o seu celular.
Dito isso, virei as costas e fui encontrar Kentin na cantina.Depois disso as coisas se acalmaram, Ken tinha de novo seus óculos e parecia estar melhor do ocorrido, mas mesmo assim insisti que pegasse uma licença na enfermaria e voltasse mais cedo para casa. As aulas da tarde passaram voando, e logo cada aluno se dirigiu a seus próprios clubes.
Corri para o clube de basquete mas não vi ninguém diferente além de Dajan na arquibancada. Ele logo se aproximou.
- Lynn, você viu uma corrente por aí?
Revirei os olhos. - Se tivesse visto, não te diria.
-Por que isso agora? - Ele franziu o cenho.
- Você seriamente pergunta isso? Mesmo depois da sua babaquice com o episódio da água?
Ele suspirou. - Me desculpa se te ofendi, ok? Não era a intenção de qualquer maneira, e eu realmente estou procurando algo importante.
Espremi os olhos para ele. - Certo, como é a tal corrente?
- É uma corrente...e é de ouro.
- Uau, genial, obrigada pelos DETALHES. Vou procurar, já venho.
Estava andando pelo pátio e vi uma bola de basquete atirada perto de um dos bancos, e surpreendentemente, uma na árvore, balancei a árvore até que a bola caísse. Voltei ao clube para guardar as bolas. Dajan me recebeu como um raio.
- Você achou?
- Sua corrente não, mas achei essas bolas espalhadas pelo pátio.
- Ah. - Ele pareceu decepcionado.
- Lá vou eu de novo!
Voltando a minha busca, encontrei mais um bola no corredor. Passei por uma das salas e achei outra. Voltei novamente ao ginásio. Entreguei ambas a Dajan voltei a procurar pela corrente, passei por uma das salas de aula e ouvi risadinhas irritantes seguidas das vezes de Ambre e suas amigas.
- Vi hoje pela escola um cara muito gatinho no clube de basquete, guardei uma lembrancinha dele no meu armário, que tal? - As outras riram sem se importar.
Gostaria muito de insulta-lás mais uma vez, mas me contive, me contentei em arrombar o armario dela e tirar a corrente de lá a força. - E se a "lembrancinha" não fosse a corrente? Bem, pelo menos ela teria direito a um armário novo, talvez em outra escola também.
Corri de volta para o ginásio. Castiel e mais alguns garotos estavam se alongando. Vi Dajan e fui em sua direção.
- Aqui está, é essa, não?
Ele abriu um sorriso de orelha a orelha. - É ela mesmo, muito obrigada, onde achou?
- Err, acho que esqueci já.
Fui virar as costas e dei de cara com Castiel.
- Você por aqui? Achei que garotinhas como você adotassem bobagens como plantar florzinhas. - Falou.
- Engraçado, - Iniciei - pensei a mesma coisa quando te vi? Mas invés de flores e bobagens, pensei em delinquentes e presídios.
Seu sorriso sumiu. - Pelo menos não fique parada e faça alguma coisa pelo clube, enfim.
- Ela não precisa, - Dajan se intrometeu. - Ela encontrou todas as bolas perdidas do clube, não faz muito até.
- Hum.
Os dois pareciam estar se entendendo bem, então saí para juntar minhas coisas antes de ir para casa.
Estava saindo porta a fora quando encontro Nathaniel pensativo no corredor.
- Ah, Lynn, você já vai?
- Vou.
- Você não poderia me fazer um favor? Eu tenho que resolver algumas coisas ainda, você poderia pedir para o Castiel assinar esse atestado de faltas?
Peguei o papel. - Claro, mas isso não são os pais que fazem?
- Sim, mas ele é emancipado dos pais, então está sobre sua própria conta e risco. Enfim, agradeço a ajuda.
Depois disso ele voltou a se trancar na sala do grêmio.
Mal precisei ir ao ginásio, ao sair encontrei Castiel no bebedouro do pátio.
- Você faltou aula de novo? - Ele me olhou confuso. - Tenho uma folha para você assinar.
- Ah, é coisa daquele representante idiota. Esqueça, avise que não vou assinar nada.
- Não sou pombo correio dele, vamos assine.
- Já devo ter dito que não vou assinar, talvez o eco ainda não tenha chegado aí embaixo?
- Muito engraçado, na verdade. Mas não vai te custar nada, é só escrever seu "belíssimo" nome na linha grifada.
- Já tem a minha resposta.
- E a minha palavra permanece.
- Porra! Me deixa tranquilo! Não vou assinar merda nenhuma! - Se enraiveceu.
Suspirei - Você realmente não vai assinar?
- Já falei.
- Olha Castiel, você sabe que essa porcaria é importante, assine só agora e te deixo tranquila como bem quiser.
Ele tomou a folha da minha mão, escorou na parede e a assinou por fim, mas jogou a folha no meu rosto e a caneta para longe.
- Pega logo essa porcaria e some da minha frente!
Assenti. Fui até o grêmio e entreguei a folha ao Nathaniel. - Você foi rápida.
- E me arrependo. - Choraminguei. - Castiel odeia insistência, a última coisa que ele está agora é feliz.
- Vai passar. - Ele disse apenas.
- Certo...bem, vou para casa agora.
Em resposta ele assentiu com um meigo sorriso.
No final do dia, voltei para a casa normalmente. Nada de especial aconteceu dessa vez, mas o dia seguinte pretendia ser cheio de surpresas.
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Amor Doce - Fanfiction.
FanficBaseada no otome game e na série de mangás Amor Doce. Lynn é uma garota comum, ou quase. Seus pais vivem se mudando à procura de melhores empregos. Infelizmente, desta vez ela não mudou de cidade, mas de bairro, de rua, de escola! E como se não fos...