34. Tell me when it kicks in

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Desculpem novamente. Pretendia postar ontem a noite, mas minha rotina está bem exaustiva, e caí no sono.

Sobre o capítulo: Angel parece ter se perdido de vez da realidade, por que afinal de contas, o que uma prostituta sem teto tem a perder?

Boa leitura x

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Ang olhava para os lados, buscando entender onde estava.

- Olá? – ela gritou, e pode ouvir seu próprio eco. Então, notou suas roupas: usava um grande casaco cinza com uma calça preta, e uma touca e cachecol bem chiques, como os daquelas lojas que ela observava enquanto vendia suas revistas. Não se lembrava de ter vestido nada daquilo e nem de ter acordado. Será que era efeito da droga?

- Ah, você está aqui. – ela ouviu uma voz falando e ecoando, e se arrepiou instantaneamente. Ao seu redor, era tudo branco e caiam flocos do céu. Apesar de aparentemente nevar, ela não sentia frio algum, e não tinha achado o dono da voz, mas tinha a absoluta certeza de quem era.

- Onde você está? Eu não estou te vendo... – ela quis saber.

- Olha só você... – a voz foi se aproximando. – Um anjinho da meph. – O quê? De repente, a voz estava em seu ouvido. Tão próxima, que nem ecoava mais. Pequenas mãos envolveram sua cintura por trás, e ela sentiu uma cabeça repousar em seu ombro. – Eu poderia ficar aqui para sempre. Olha só essa vista.

- Ed, me desculpe pelo que eu fiz, eu... – ela tinha de olhar nos olhos dele. Ela se virou desesperadamente, mas seu olhar era tão calmo e feliz que o efeito foi imediato. Ao fita-lo, ela se acalmou e a felicidade tomou conta dela. Então, descobriu que eles estavam no topo de uma montanha.

- Não quero que você fale mais nada, está bem. Apenas relaxe. – ele pediu, apertando mais a cintura dela e sorrindo, roçando seu nariz no dela.

Ela também sorriu e assentiu, fechando os olhos e envolvendo o pescoço de Ed com os braços.

- Isso é real? – quis saber, após alguns minutos de silencio, ainda de olhos fechados.

- ANGEL. SOCORRO! – ela pode ouvir, mas não conseguia mais abrir os olhos, por mais que tentasse. Sentiu Ed se afastar de seus braços e ouvia-o gritar e socar a neve, sem parar. – AH! POR FAVOR...

Então finalmente abriu-os. Ed estava no chão, cheio de neve em seu nariz e sua boca, parecia que seu corpo estava produzindo. Aos poucos, ele não conseguia mais gritar e seus olhos lutavam para continuar abertos – ainda que quando abriam, ficavam arregalados-.

- ED! O QUE EU FAÇO?

- POR QUE VOCÊ NÃO CHEIRA, SUA VICIADA DE MERDA? – ouviu uma voz forte ecoar nas montanhas, ainda enquanto olhava desesperada para Ed.

Cheirar?

Foi então que ela percebeu porque não sentia frio: aquilo não era neve. Era meph. Ed estava sendo sufocado pela meph, por culpa dela.

Ele começava a ficar roxo e a se debater sem parar, enquanto Angel observava a cena ajoelhada no chão, tentando tirar com as mãos a meph de dentro dele.

- FOI ELA! FOI ELA! SEU MONSTRO! AFASTE-SE DO MEU FILHO, AGORA! – ela ouviu uma voz vinda de trás de si. Quando se virou, viu Imogen chorando e apontando para Angel com a policia atrás, horrorizada.

- DESCULPA, IM! EU NÃO QUERIA...

- NÃO DIGA MEU NOME, SUA IMUNDA! MEU FILHO... MEU DEUS, MEU FILHO... – e Im chorava compulsivamente.

Angel levantou ofegante e suada, se sentando na cama. Ao olhar para o lado, viu o loiro que se lembrava vagamente de ter pego na noite anterior, e sentia o dinheiro colocado na barra de sua calcinha.

Ela tentou se levantar e tudo pareceu rodar. Ainda bem que tudo tinha sido só um pesadelo. Mas até onde Angel tinha sonhado? O que era real? O que será que ela tinha feito?

Vestiu-se com as roupas que estava antes – meia calça, um short preto de couro, uma blusa de manga longa transparente bem colada, um casaco de plumas bem extravagante e suas típicas botas-.

Caminhou com dificuldade até a porta do Bordel e não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Ela riu da dormência que o frio causava em sua pele, e cambaleava ao andar. Será que Ed estava mesmo em apuros? Será que era meph que estava caindo do céu naquele momento? Não, estava frio demais.

Para sua sorte, as ruas estavam desertas, então ela não teve grandes problemas ao tropeçar no meio da rua, enquanto atravessava. Algumas poucas pessoas que passavam, ou assobiavam ou riam do estado deplorável que ela estava e ela sorria. Que gentis de a assobiarem.

- Não precisava da po... Pó é bom. Não. Droga, foco, Angel. Da policia. Isso. Não precisava da policia, dona Imogen. – Angel testou sua fala em voz alta, consigo mesma. Ela nem notou que havia falhado ao formar frases coerentes. – Eu não botei luva roxa, botei, Teddy? – perguntou para o chão. – Porra, roubaram o Teddy. – ela ficou triste ao se dar conta de que seu gato não estava com ela. Seus dedos estavam muito roxos de frio.

Ela parou na banca de Imogen, que já estava fechada. Ang não pode deixar de notar as luzes acessas na casa deles. Ela sorriu levemente, e estava prestes a fazer uma besteira – afinal, não estava em seu juízo perfeito-, quando sentiu uma mão abaixo de sua cintura aperta-la.

- Parece que eu não sou o único com insônia por aqui... – a voz disse, no ouvido de Angel.

- Bradley, me larga. – ela disse, dando um passo cambaleante para longe dele, sem gritar. Ele a olhou nos olhos, como fizera na noite que haviam se conhecido.

- Você está chapada, gata? – ele perguntou, mas já sabia a resposta. – Ora, ora, a menininha ingênua finalmente cresceu, não é mesmo?

- Você não esperaria que a merda de uma prostituta ficasse vivendo no mundo encantado a vida toda, não é mesmo? – Angel falou e ergueu um dedo no ar com um sorriso irônico, tropeçando e caindo no chão.

- Continua sendo patética... Agora, vejamos se você me descola isso aí que você usou... Só falta achar. – Brad falou, a olhando ainda no chão, enquanto ela tentava levantar inutilmente. – Está com você agora. – ele constatou, e partiu para cima dela.

Involuntariamente, ela gritou e começou a chutar, sem controle, tentando acerta-lo.

- SOCORRO! ME SOLTA, SEU FILHO DA PUTA! – ela gritava, enquanto via tudo girar, sem ter a menor consciência do que fazia.

- O que está acontecendo aqui?! São duas da manhã! – uma outra voz masculina disse, mas Angel já não tinha mais noção da realidade, apenas sentiu Bradley solta-la, mas por instinto, permaneceu golpeando o ar. Então, sentiu alguém segurar em seus cotovelos, pondo-a de pé. – Angel?

- Ele é mais um dos seus? Como ele sabe seu nome, sua vagabunda?! – Brad perguntou, agarrando o braço de Ang novamente.

- Deixe-a em paz, babaca! – agora, uma terceira voz podia ser ouvida, mas Angel não via com clareza, apenas viu um borrão laranja empurrando um borrão preto.

- Ei, eu vim salvar você, seu grande saco de algodão-doce! – ela disse, apontando para o borrão laranja.

Ela arregalou os olhos quando se deu conta do que estava acontecendo, e então começou a rir. Tudo foi escurecendo aos poucos, e conforme ela foi parando de sustentar seu peso, já não sentia mais frio.

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E esse final, hein? De onde Bradley veio? Que será que Ed vai fazer com uma Angel desmaiada? *suspense*

Peço desculpas de novo, realmente pretendia postar ontem.

Capítulo dedicado para sheerangay. Concordo totalmente.

Até o próximo x

The A Team Story (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora