Era uma vez: Quando eu te conheci.

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Ele estava morto. O som dos tiros eram altos, mas Seonghwa não ouvia mais nada ao seu redor, somente o som ensurdecedor das batidas de seu coração acelerado. Seus colegas de batalhão gritavam para que ele voltasse à realidade, mas tudo que conseguia fazer era encarar o corpo caído de Hongjoong coberto de sangue. Aquilo era um castigo dos céus, Park tinha certeza disso, aquilo não poderia estar acontecendo naquele momento, justo quando passaram tantas dificuldades para ficarem juntos. Um grito alto, sofrido e proveniente do fundo da garganta de Seonghwa soou no campo de batalha, as lágrimas não tiveram tempo de cair por seu rosto sujo de pó, terra e sangue, ele se virou com o fuzil em mãos atirando em todos os inimigos que via pela frente, descontando neles a raiva e a dor de presenciar o assassinato daquele que mais amava.

Hongjoong estava morto, e Seonghwa agora estava definitivamente sozinho no mundo. Ele não ouviria mais a risada contida do rapaz, não veria mais seu olhar de desconfiança antes de comer qualquer coisa que o Park fizesse, não sentiria a bochecha amassada em seu peito antes de dormirem. Nada. Agora só restava um vazio, um vasto e latente gelo da solidão, a sensação de ser engolido pela consciência de que não existe mais ninguém além de você no mundo. Seonghwa havia acabado de morrer junto de Hongjoong. Seus olhos estavam embaçados, e ele não soube quantas horas passou chorando e atirando para todos os lados, apenas soube que a batalha acabou quando um de seus superiores o chacoalhou pela gola da camisa. E mesmo olhando para o rosto do homem, tudo que Park conseguia pensar era de seus momentos com seu amado, e como eles nunca mais poderiam viver a vida que sonharam juntos.

[1 ano antes]

A rua estava cheia de crianças correndo de um lado para o outro, brincando e correndo com uma alegria que não era comum ver naquela região. Seonghwa seguiu para a rua, curioso e atraído pela movimentação, descobrindo por fim que aquela animação toda se dava pela chegada de novos nobres no vilarejo. Bufando com certa frustração, o rapaz deu meia volta em direção ao pequeno restaurante familiar no quintal da casa pequena.

Sua família era humilde, tinham o suficiente para sobreviver e serem felizes, o Park não podia reclamar de como sua vida era. Ainda assim, não se dava muito bem com nobres, pois acabava discutindo com aqueles que eram soberbos em sua frente. Dotado de uma personalidade flamejante, Seonghwa era conhecido na Vila por odiar injustiças e sempre vir em favor dos mais fracos.

Depois de ajudar a mãe a organizar as mesas no fim do dia, a família finalmente se recolheu, e no dia seguinte enquanto servia os clientes, Park se surpreendeu por ver um rapaz franzino sentado sozinho em uma das mesas, suas roupas eram de altíssima qualidade e seu rosto era tão bem cuidado que era fácil saber que ele fazia parte de um dos novos moradores da Vila. Engolindo seu preconceito, Seonghwa se aproximou cautelosamente cumprimentando o rapaz.

— O senhor gostaria de fazer seu pedido agora?

— Mhn...eu vou querer Jjajangmyun com soju, por favor.

— Hã? Ah... É para já! — Seonghwa se surpreendeu com o tom suave e a forma educada que o rapaz falava, ele nunca havia presenciado um nobre ser educado com um plebeu antes. Podia-se dizer que aquele jovem desconhecido acabava de ganhar o respeito de Seonghwa.

O dia seguiu calmo como sempre, pratos sendo servidos, lavados e trocados de vez em quando. Seonghwa estava cansado, mas realizado pelo dia produtivo. Apenas depois de organizar o restaurante para o dia seguinte, o rapaz pôde sair para dar uma volta e aproveitar o final do dia, aproveitou para caminhar pelo mercado principal e comprar alguns doces para os irmãos mais novos. Enquanto caminhava e conversava com alguns conhecidos, Seonghwa não notou quando deu um passo a mais para o lado, esbarrando em alguém.

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⏰ Última atualização: Apr 24 ⏰

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