Avenida dos Sonhos Quebrados

Aqueles que chegam

O pouso do avião saiu como planejado, durante a noite e sem muitas dificuldades. Eliza olhava através da janela oval de seu assento o vislumbre do aeroporto internacional de Miami ficar cada vez mais próximo, era inicio de noite então significava que Jimmy precisava acordar. Como uma criança da noite, o vampirinho praticamente vivia seu "dia" durante os pontos escuros e luminosos da noite assim como todo e qualquer vampiro, mas a mudança de horários ainda o afetava visto que sempre parecia que ele não havia dormido o suficiente, era como se fosse literalmente um bebê que acordava várias vezes durante a madrugada.

Era uma adaptação contínua, Eliza sabia, então ela tendia a entender mais os picos de irritabilidade pois desperto do garoto. Ainda mais em um ambiente que ele tinha que está perto de humanos e não deixar que eles suspeitassem de nada, para isso, existia as mamadeiras de sangue e leite que o deixaram saciado mas também constrangido e com raiva. Bem, ele iria se acostumar, todos se acostumam uma hora ou outra e a eternidade seria tempo de sobra para isso.

Quando a aeronave finalmente fixou no chão, a vampira e seu mordomo se levantaram enquanto pegavam as bagagens de mão que haviam trazido com eles, mais por ter coisas que Jimmy precisaria para a viagem, e então a vampira rara começou a acordar a criança que resmungou pouco feliz de ter que acordar.

- Vamos, querido, já chegamos, nosso carro esta esperando. - avisou Eliza vendo Jimmy abrir ao poucos seus olhos e usar as costas de uma de suas mãos para coçar seus olhos recém abertos. - Quando chegarmos na casa da Mary você poderá dormir mais, se quiser.

O vampiro bebê se levantou em movimentos lentos, mas rápidos o suficiente para alcançar Lewis que já estava saindo o avião, parecia está de poucas palavras então Eliza apenas deixou.

- Foi um voo agradável, não acha, minha senhora? - a voz grossa e instigante dr Paolo invadiu os ouvidos da grisalha a fazendo suspirar. - Um pouco difícil para seu bebê mas imagino que bebês vampiros se comportem desse jeito.

- Ele só esta cansado, foi um longo voo. - disse Eliza.

- De fato. Espero que a senhora não se esqueça da minha proposta, pode tomar o tempo que precisar, eu sou um homem paciente.

- Não vou esquecer, mas também espero que minha atual localização fique apenas como conhecimento seu, coronel. - a grisalha declarou o fitando seriamente, mas em resposta, ela o viu sorrir.

- Tem minha palavra. - ele segurou a mão direita de Eliza e a levou até seu rosto para beija-la de forma cortês. - Espero vê-la novamente muito em breve.

Eliza não respondeu, ela apenas viu o vampiro que tinha basicamente a mesma idade que ela também sair pelo corredor de assentos do avião e soltou um suspiro pesado, parecia que tudo que ela estava se propondo a fazer de alguma forma estava dando errado mas não podia contar sobre isso para mais ninguém, a política entre os clãs da raça era baseada em hierarquia de posses, e o clã italiano Niccolo tinha tantas posses quanto os Ansebas, ou seja, eram tão influentes quanto, só perdiam para a família de Eliza por causa da existência dela como a única vampira que podia caminhar no sol sem morrer.

Ela desembarcou e avisou um carro de modelo Audi preto estacionado mais adiante e Lewis parado ao lado da porta a aguardando fielmente.

- Jimmy?

- Ele já está aqui dentro, ainda está um pouco sonolento e quis encostar a cabeça nos bancos. - respondeu o mordomo cordialmente enquanto recebia as últimas bolsas de Eliza e as colocava no porta-malas do automóvel. - Esta tudo bem, senhora?

- Sim, diante de todas as circunstâncias acredito que essa viagem foi um sucesso. - ela abriu um sorrio pouco sincero, que Lewis percebeu rapidamente, porém, ele não iria se intrometer nos assuntos de sua senhora mesmo que estivesse preocupado com a repentina aparição de um membro da autoridade vampirica no avião.