CAPÍTULO 59 - Lua

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CATERINE NATALIE CHERNYY.

KELLI ERA O PRIMEIRO DEMÔNIO BISSEXUAL QUE JÁ CONHECI, O QUE NÃO AUMENTOU NENHUM POUCO MINHA SIMPATIA POR ELA, APESAR DE TAMBÉM CORTAR PARA OS DOIS LADOS. Na verdade, só queria esfregar a cara dela na praia coberta com cacos de vidros cortantes com mais vontade do que antes. Me lembrei de como aquela puta demoníaca foi rápida na última vez que lutamos no Labirinto de Dédalo. Apesar das pernas diferentes, ela era incrivelmente veloz, tenho que admitir — e isso seria um grande problema. Agora ela estava acompanhada de quatro amigas demoníacas, estas que poderiam ser tão velozes quanto a vampira-líder. E, para completar, Perseu e eu estamos em desvantagem — se contar com Sirius, eram três contra cinco. Com minha planta, eram quatro, mas tenho certeza de que a única coisa que essa porcaria vermelha faz é ser um telefone sem fio mágico para ligações traumáticas (tenho certeza de que a mulher gaulesa, Luguselwa, não iria me contar histórias felizes).

— Ah, Caterine Chernyy, como é bom ver esse rostinho lindo outra vez! — Sibilou Kelli, arreganhando as presas para mim. — Me lembro muito bem de você. Como poderia esquecer esses olhinhos e esse corpo tão atraente?

Kelli tocou o próprio esterno, por onde saiu minha lâmina de ferro estígio quando a matei.

— Qual é o problema, garota bonita? — perguntou-me a empousai, os olhos voltados para meu corpo com nítido ódio e maldade. — Perdeu sua arma? Que chato. Eu gostaria de usá-la para matar você, está tão indefesa agora... Aposto que seria ótimo beijar esses lábios antes de comê-los.

Bufei com raiva, desejando estrangular a vampira com minhas pernas. Aperto a merda do vaso de planta minhas mãos, tentando descontar minha fúria. A flor de Lótus que começou a murchar bem lentamente — em um primeiro momento, não era possível perceber, contudo, a cor avermelhada e viva da flor estava menos intensa e um pouquinho amarronzada. Estava murchando e não sei quanto tempo levaria para morrer, mas quando isso acontecesse teria que me virar para entrar no reino de Morfeu.

— Por que não vem até aqui e te mostro como sou indefesa, suka? (cadela?). — Desafiei irritada, pouco me fodendo que estava desarmada, ainda tenho meus dentes.

Perseu estava tão vermelho e com uma carranca tão mal-humorada para a vampira Kelli que as outras mulheres demônios se afastaram do olhar feio e irritado do filho de Poseidon.

— Posso matá-la? — perguntou-me meu namorado, a voz rouca de ciúmes e de raiva.

Era uma oferta tentadora, mas não podia deixar o garoto se levar pela raiva (isso era meio hipócrita da minha parte, estou sempre me deixando levar por minha ira).

— Ainda não. — Resmunguei, brava. — Elas estão em vantagem...

Perseu bufou, encarando tão intensamente Kelli, que ela se encolheu um pouco com os olhos verdes sombrios do filho de Poseidon.

— O que foi, Kelli? — disse Perseu, sorrindo de canto com raiva e escárnio. — Não quer mais chamar Caterine de bonita? Por que não vem se aproximar dela e vê o que acontece? Tenta beijá-la e matá-la, vamos, me dê um motivo de ter de matar mais devagar...

A empousia rosnou, tentando se aproximar, porém, naquele instante uma névoa negra começou a evaporar do meu corpo — um rastro de medo que cercava Perseu, Sirius e eu, deixando-nos protegidos por enquanto dos demônios. Meu gato estava maior, o tamanho de um cão doberman que reluzia em ossos esqueléticos e estreitos era um toque de intimidação na minha nuvem de pavor, fazendo as empousai abrirem um pouco mais o círculo em volta de nós.

BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •Onde histórias criam vida. Descubra agora