E tudo começou de uma forma bem estranha. Digamos que o início dessa amizade foi peculiar. Foi às alturas como um foguete com apenas uma pergunta: "Você joga Roblox?" Uma pergunta que soaria de forma bem estranha para dois estranhos, que não tinham nem um pingo de afeição pelo outro.
Ele olha para mim de forma desconfortável e sorri para disfarçar o desconforto. Ele responde dizendo que sim, e que iria jogar comigo
Ficamos calados olhando a praça, completamente desconfortáveis. Aquele silêncio matador no ar, enquanto assistíamos meus irmãos correndo por toda parte, até que decido quebrar o gelo e o chamo para andar comigo.
Não adiantou muito tê-lo chamado para andar. Ele continuava calado e quieto, visivelmente tímido. Voltamos e sentamos no mesmo lugar, olhando a BR e os carros que trafegavam logo à frente.
Até que deu nossa hora. Tínhamos que voltar pra casa. E depois desse dia nunca mais nos falamos...
Alguns meses depois, minha família organizou um churrasco junto com os avós dele, e esse era o momento exato para me aproximar dele. Confesso que estava nervosa, e nossa diferença de idade era de dois anos. E eu era a mais velha.
Eu tinha 15 anos e ele 13, e logo de cara senti um sentimento estranho, não muito vivenciado por mim. Mas eu nem o conhecia... como isso podia acontecer? Fora a diferença de idade, que na minha cabeça era o fim do mundo.
Minha mãe nos chamou para almoçar, e fomos. Fizemos nossos pratos e fomos para o meu quarto, eu, ele e meu irmão, e colocamos vídeos de terror na TV.
Depois do almoço, fomos jogar o tal jogo, Roblox. E como eu era viciada em coisas sobrenaturais, fomos jogar um jogo de terror.- Vamos jogar o quê mesmo? - perguntou Felipe.
- Não sei, Tsunami? - respondeu meu irmão.
- Vamos jogar um de terror?
- Tá, vamos. Já tem algum em mente? - Pergunta Felipe.
- Não... mas vamos procurar. O primeiro que aparecer, a gente joga.
Achamos um jogo aleatório e ficamos jogando a tarde inteira. Aquela tarde havia rendido boas risadas e sustos, mas infelizmente estava acabando, pois já era noite e ele precisava ir para casa. Éramos vizinhos, então, basicamente, a distância de uma casa a outra era apenas um lance de escadas.
Mas um tempo se passou e descobri que ele estudava na mesma escola que eu. Fiquei animada, mas logo percebi que essa animação toda era estranha... eu sentia saudades dele. Decidi manter as coisas do jeito que estavam, sem muita proximidade dele, para me fazer esquecer qualquer coisa que meu coração pudesse ter armado para mim.
Todos os dias eu o via indo para a escola cedo de manhã, todos os dias mesmo, mas eu me mantinha firme em não falar e nem conversar. Foi uma época bem traumática para mim, e eu não queria envolver ninguém nos meus problemas.
Nossa amizade era como um ioiô, ia e voltava, mas ela só se manteve firme no meio do ano de 2021/2022. Quando, infelizmente, repeti de ano, começamos a conversar pelo WhatsApp, e meio que implorei para ele pedir à avó que ele fosse colocado na mesma classe que eu. E deu certo, estávamos na mesma sala de aula, e meio que todos aqueles sentimentos estavam vindo à tona. Mas antes de continuar, um mês atrás, eu havia mandado mensagem para ele em um app de jogos. Pelo chat do app, desabafei coisas secretas, coisas pessoais, e ele me entendeu e me aconselhou. Me senti acolhida por ele, até que ele soltou um: "Vai ficar tudo bem, você tem uma família linda que te ama. Todos te amam. E eu também te amo." Não sabia o que responder, ele havia dito a mim que me amava... mas minha cabeça explodiu, amava em que sentido?
Segui com minha vida normal depois de ter quase surtado pensando várias besteiras, mas um lado meu estava completamente de olho nele. Eu observava cada passo que ele dava, sondava suas atitudes comigo, e quando finalmente achei uma brecha, uma abertura em seu peito, eu apenas observei de longe e pude sentir, mas algo dentro de mim não aceitava. Éramos amigos, afinal. Não queria arruinar nossa amizade.[...]
Começamos a nos aproximar e nos tornar bem íntimos. Eu compartilhava tudo sobre minha vida, desde coisas que fiz até planos para o futuro, enquanto ele parecia sempre reter parte de si. Às vezes, sentia que ele falava o suficiente, outras vezes não. No entanto, percebi que isso não era uma questão minha, mas sim de confiança; ele estava se abrindo aos poucos comigo.
Nosso passatempo favorito era ir ao parque dar uma volta, muitas vezes acompanhados pela família inteira. Chegando lá, nos separávamos e passávamos o tempo andando e conversando.
Noites de filmes... ah eu adorava.. amava quando meu padrasto chamava o Felipe para nossa casa, Felipe era o sobrinho do meu padrasto. Só pra deixar bem claro.
E sim eu tinha uma queda pelo sobrinho do meu padrasto, ele mandava sinais e eu devolvia de uma forma bem.. inadequada, discretamente achando que ele não percebia.
Ele tinha 14 e eu 16, e eu sentia um desejo fora do comum.. talvez por conta da puberdade, mas não era apenas Carnal, tinha sentimentos pela minha parte. Mas eu me mantinha firme, pois.... a droga de diferença de idade me matava, me sentia tão errada.
Nós levávamos os colchões para o quarto dos meus pais. Meu irmão ficava no colchão de solteiro, e eu e o Felipe ficávamos no de casal, deitados lado a lado.
E lá eu sempre sentia vontade de fazer coisas, tipo tocar a mão ou sentir um pouco mais o corpo dele. Mas ele sempre se mantinha longe, sempre no canto da parede.
Um fogo se instalava em mim. Depois que meu corpo virgem se controlava sozinho, sempre que ele ia embora, meus pensamentos e mãos me faziam feliz.. me fazia sentir oque eu imaginava fazendo com ele, mas não era assim que eu queria.. não queria minhas próprias mãos me tocando, queria algo a mais...
Mas não tinha do por que esta pensando nele dessa forma. Bem, éramos amigos. E amigos não devem pensar isso um do outro. Era bem difícil ver ele apenas como um simples amigo. Eu já o considerava meus melhor amigo, pois estávamos sempre juntos. Sempre juntos mesmo!Uma vez tive uma séria desconfiança sobre ele. Sobre o comportamento dele comigo. Bom, deixe-me explicar, era algum dia da semana, de 2022, estávamos na escola quanto um garoto se aproximou de mim, me pedindo água e puxando assuntos aleatórios. No ritmo que o garoto se aproximava Felipe se afastava de mim.. e com razão viu..
Estava eu e minhas colegas, sentadas uma perto da outra, quando do nada esse menino chega, puxando assunto, conversa vai conversa bem, ele tentou um beijo. E eu recuei pois foi algo complicado inesperado, na hora pude notar que o Felipe havia ficado sério. Muito sério. Ri daquela situação chata e me afastei discretamente, e fui pergunta se estava tudo bem com ele. E ele me respondeu de uma forma bem fria e seca.
Me afastei de todos e fiquei na minha, enquanto vejo ele e minha amiga conversarem.
O sinal toca e fomos embora.
No meio do caminho citei sobre o ocorrido, e ele me respondeu: " Você não tá vendo que esse cara só quer te comer?". Aquilo me deixou perplexa e na hora me calei. E fomos em total silêncio para a nossa casa.
Depois desse dia. Percebi que ele havia mudado comigo. E eu não queria perder sua amizade, e me afastei total do menino que tentou me beijar.
E ele veio se aproximando novamente, e começamos a conversar e quero pude perceber, já estávamos bem novamente. Sem brigas Ou discórdias.
Meus sentimentos estavam fracos, mas eles ainda existiam..---
Alguns meses se passaram e começamos uma amizade colorida. Sempre que podíamos e a coragem permitia, eu dava um beijo nele. Era estranho, pois tínhamos apenas conversas esparsas. Eu me mantinha séria, pois "não queria algo sério". Sim, eu o fazia acreditar que não queria nada sério. E muitas vezes magoei seus sentimentos com essas ideias idiotas e vazias.
Eu o tocava discretamente, e ele devolvia minhas carícias. Eu o queria apenas para mim, mas não sabia como pedir...
VOCÊ ESTÁ LENDO
"F" de felicidade
RomanceDepois de 4 anos de amizade. eu descobri que o amor da minha vida, era o meu melhor amigo.. Aqui conto uma história real vivida por mim, na minha adolescência, ou seja, tudo que escrever aqui são coisas verídicas que eu vivi. Conto uma história bem...