- Capítulo 34

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Simone pov _

Ao despertar pela manhã, percebi que a intensidade da dor havia diminuído, o que me trouxe um alívio reconfortante. Dirigi-me ao frigobar ao lado da cama e, ao tomar um gole de água, acompanhei-o com os medicamentos necessários, antecipando-me a qualquer possível desconforto. Ontem ao observar meus pontos de sutura, notei que já estão começando a cicatrizar, um bom sinal. Mas enquantoeu me olhava no espelho, uma inquietação surgiu: e se a cicatriz acabar ficando muito feia? Esse pensamento momentaneamente obscureceu meu ânimo. Contudo, a chegada de Soraya dissipou essas preocupações. Sua presença tem o poder de eclipsar minhas inseguranças, é verdadeiramente notável como ela me ama e, através desse amor, auxilia-me a nutrir o amor próprio.

Fitei a mulher que dormia ao meu lado, ela estava em uma posição diferente da que costumava dormir, seu corpo delicadamente coberto pelos lençóis até a cintura, repousando de barriga para cima. Sua blusa, deslocada pela movimentação noturna, revelava sua barriga esculpida, enquanto uma de suas mãos descansava sobre ela. Meus pensamentos foram imediatamente tomados pela visão encantadora.

- Um dia, não muito distante, nosso bebê florescerá em seu ventre, nosso pequeno raio de sol! Não posso esperar pra ter o fruto do nosso amor em meus braços... fazê-lo ninar quando a mamãe estiver cansada de te dar tetê, você vai ter que dividir com a mamãe também... - murmurei suavemente enquanto acariciava sua barriga.

- Já está pensando em roubar o tetê do nosso futuro bebê, Sisa? - Disse Soraya despreguiçando...

- Ah... vo-você acordou, Sô! Bom dia amor! - Corei as bochechas de vergonha, eu não esperava que Soraya estivesse acordada ouvindo.

- Aah, dona Simone... bom dia! - Soraya deposito um beijinho em meus lábios.

- Esta se sentindo melhor, amor? - Perguntou Soraya, acariciando meu rosto, o que me fez fechar os olhos pelo seu toque.

- Estou sim, Sô!

- Que bom, Sisa! Não suporto ver você mal...

Após realizarmos nossa rotina matinal de higiene e nos trocarmos, Soraya gentilmente me auxiliou na preparação do café da manhã. Contudo, estranhei a ausência da minha mãe, já que a mesma dizia estar sempre por perto. Sua falta me despertou suspeitas, levando-me a questionar se possivelmente passou a noite fora. E, inevitavelmente, meu pensamento voltou-se para aquele tal "Ernesto", não fui com nem um pouco com a cara daquele velho seboso...
Após a refeição, Soraya foi à fazenda de seus pais. Ela havia me contado sobre a saúde de seu pai, o Sr. José Thronicke, cujo estado delicado tem sido motivo de preocupação para ela.

Mas o que preenchia meus pensamentos no momento, era a ansiosa espera pelo dia seguinte... finalmente irei colocar minhas mãos nos responsáveis por tumultuar minha vida. Renata, confiante e prestativa, discutiu comigo durante a tarde os detalhes do plano que se desdobraria. Seus agentes, hábilmente posicionados há um dia, aguardavam o momento certo para agir. Descobriram que os alvos agem solitariamente, o que facilitaria nossa empreitada. Após a captura dos sujeitos, encarregados por Renata, os homens seriam trazidos até mim, e levados até uma pequena casinha, onde é guardado os equipamentos de colheita, localizado em meu cafezal, escolhi esse lugar por ser distante das casas da propriedade... proporcionando a nós, privacidade. Em seguida, cuidariam do transporte dos meus preciosos animais, que por eles foram roubados. Por uma feliz coincidência, conseguimos interceptá-los antes que fossem leiloados, frustrando os planos dos ladrões.

Decidi procurar minha mãe, precisava da sua ajuda para o dia seguinte, mas ela não apareceu desde cedo. Dirigi-me à sua nova residência e entrei sem bater, como de costume. No entanto, ao adentrar, deparei-me com Ernesto apenas de cueca. Aquela visão quase me fez vomitar...

Fazenda Monte Azul (Simone & Soraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora